A seguinte
fábula de Esopo
Sobre um
cabrito e um lobo
Fora do estatuto
normal
- O cabrito
agasalhado, em lugar de amedrontado,
O lobo a ver navios, todo abespinhado
Em vez de
ameaçador
E de ar
superior,
Representa
um estado geral
Do nosso status
social
Em que
arrogância e cobardia
Se unem em
harmonia
Sem qualquer
alergia.
Vejamos a
alegoria:
O cabrito
abrigado e o lobo
«Um
cabrito que numa casa se abrigava,
Um lobo
injuriava
Que por
ali estava a passar.
“Olha lá,
ó seu palerma!
- O lobo lhe
diz com calma -
Não és tu
que me estás a insultar,
Mas a
posição em que te encontras,
Nessa
caverna protegida e erma,
Que te permite
falar.”
A fábula
mostra que muitas vezes
O desprezo
manifestado em altas vozes
Resulta de circunstâncias ocasionais
Anormais,
Mais do
que dos poderes próprios
Individuais.»
Esopo o
disse e nós aqui estamos,
Cabritos cobardes
e espertalhões,
Protegidos pelas leis da democracia
Ameaçando,
recalcitrando
Boicotando,
Os nossos
agravos manifestando
Greves fazendo,
os ouvidos fechando
E as
consciências,
Só porque
achamos
Que o
Governo não governa
E cada vez
mais nos enterra
Aliado que
está a um compromisso
De pagar
monstruosa dívida e que por isso
Revela
extrema fraqueza
Que nos
convém acentuar,
Ao aliar-se com
a riqueza
Que só ela
nos pode ajudar.
Mas as
sabidas verdades
Convém-nos
escamotear,
Hipocritamente
fingindo ignorar
A conjuntura
que nos pôs neste lugar,
Que só uma honesta
gestão e sem demagogia,
Do lobo em
má posição, mas com determinação,
Poderá resolver com consciência
Embora alguma inclemência.
Que Deus nos
dê paciência,
E que o lobo
prossiga o seu caminho
Sem se
esquecer do carinho.
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