terça-feira, 14 de setembro de 2010

Não tarda uma Universidade na linha

A nossa proposta – Ela disse que foi só minha – foi a de elegermos o Paulo Portas Presidente da República. Mas foi Ela que disse: - Concordo com tudo o que ele diz. Tudo o que ele propõe é o que a gente gostava que se realizasse.
Aliás, eu nem me importei muito que ela se demarcasse da responsabilidade de elevar Paulo Portas ao cargo maior da política, pois há muito que o digo, sobretudo depois que o ouvi falar do Ensino com arroubo, desejando o regresso dos exames e o retorno da disciplina, embora ultimamente ele não tenha exposto tanto sobre isso. Espero que não seja por amizade com a Ministra da Educação, que até é escritora, pois as amizades às vezes fazem-nos mudar de opinião e levar-nos à abstenção, o que é uma forma muito descorada de participar, para não nos comprometermos tanto, mas mostrando que votamos vencidos, como faz o nosso actual PR.
Até costumava preferir para ele o cargo de PM, sendo o de PR para a Dr.ª Manuela Ferreira Leite, mas aqui o nosso povo não foi na conversa, julgo também que por não querer reconhecer as competências morais e intelectuais de ambos - como coisas desnecessárias - o primeiro porque se afundou com os submarinos, a segunda porque a acham lenta na oralidade, sem a amplitude vocal dos actuais ministros, na proporção da amplitude destrutiva da nação que eles insistem amplamente em proteger.
A minha amiga ouviu dizer esta manhã ao Portas, que aquilo que ele propusera, que fora instalar câmaras de videovigilância e que o Governo acabara por instalar, fizera decrescer a criminalidade.
- Foi ele - disse a minha amiga - e eu disse: sim senhor, eu também penso assim, eu costumo apoiá-lo. Porque é verdade: estas câmaras de vigilância resolvem as coisas mais rapidamente. Na questão da criminalidade. Há polícias a suicidarem-se. Por isso vão fazer greve, por falta de condições de sobrevivência. Quanto à Educação, não é nada de especial, é uma questão de bom senso.
- E ouviu sobre a nossa participação triunfal no ensino universitário com tão grande número de entradas?
- Pois! Nós em Portugal somos os mais espertos e civilizados, somos o país com mais universidades. Não tarda, está a abrir uma universidade aqui na linha. Fabuloso! E depois um homem do governo vem e diz isto, a saber, que não há emprego para ninguém, mesmo com curso.
- Sobretudo com curso! Mas muita falcatrua deve ter havido nos acessos! Ou será que eles acham que a gente não acha que houve falcatrua?
- Mas e isto quer dizer o quê? Os pais já não estão em crise, para porem os filhos na Universidade? A tal questão das propinas? Era. Já não há questão.
Isto dissemos nós anteontem, na nossa esplanada dominical. Ontem, a minha amiga disse, antes das compras:
- Estava a ouvir as entradas. Até com nota negativa se entra, em certos cursos. E depois aquele Mariano Gago – e quem fala assim não é gago – ele estava muito contente. Que entraram muitos mais do que no ano passado. Ah! Sr. Mariano Gago, eu fiquei gaga.
- Para além da simplificação dos exames, que isso pode significar, os alunos podem entrar com negativa?
- É capaz de ser assim, uma coisa forte demais. Qualquer dia o que é que acontece? Vai tudo para a Universidade. Sai tudo com diploma. E depois acontecem aquelas coisas de Justiça desacreditada, Medicina a falhar, um Ensino sem qualidade, uma matéria humana errática…
- Mas eu li que há universidades que devem fechar, por falta de alunos… Isto é um país de opereta, como dizem as pessoas dadas aos concertos. Herói-cómico, com haplologia, heróico-cómico sem haplologia, dizemos nós, mais talhadas para os desconcertos.
Lembrei o discurso do Alegre que me pareceu equilibrado, a pôr o dedo em certas feridas comportamentais do nosso actual PR. Mas como não acredito nele, nem sei em quem votar.
A minha amiga disse que ia votar no da simpatia do Jerónimo de Sousa, a pretexto de que eles é que sabem mais dos males.
- Podem saber dos males e desconhecer os remédios, digo eu indignada. Mas está bem, todos têm direito a encher os bolsos, segundo a sentença para as comidas e os comensais: “Ou há moralidade ou comem todos”.
- Mas o “comem todos” refere-se antes à “porrada”, responde a minha amiga circunspecta, pois não aceita facilmente contestação, donairosa como é, a lembrar o salero - e a aparência - da Sofia Loren.
- É o que nos espera a todos, “vae victis”!

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