“O castor é um quadrúpede
Dos pântanos habitante.
As pudibundas partes suas são,
Com muitas artes
Das humanas mentes,
Empregadas
Em tratamentos medicinais
Naturais
E inteligentes,
Como só poderiam ser,
Provenientes que são
De gentes bípedes
Embora muitas vezes
Tratadas de quadrúpedes
Não por amor,
Mas é certo que sem favor.
Por isso, quando as gentes o descobrem
E o perseguem para lhas cortarem,
- Digo as partes pudibundas
E nada mais, mas isso é demais -
O animal, que sabe muito bem
O porquê de o cercarem,
Inteligente também,
Tenta, por algum tempo,
Escapulir-se,
Para intacto conservar-se,
Contando com a velocidade
Da sua corrida
Na pantanal campina
Para safar a vida.
Mas quando acuado se vê,
Corta as tais partes da sua vergonha
Com muita coragem e muita ronha,
Para longe as atirando,
A vida, assim, salvando.
Assim os homens:
Darão bem
Prova de sensatez,
Se sacrificarem o seu bem
Que alguém
Dele pretende, com avidez,
Para não arriscarem
A vida
E a salvarem,
Mesmo ficando
Sofrendo, chorando,
Plangendo,
De uma dor
Execrável,
Irreparável."
Mais uma fábula de Esopo
Que é um aviso
Para nós, mesquinhos,
Acuados, perseguidos,
Maltratados,
Nas almas, nos corpos
Nas bolsas,
Rebentadinhos,
Desesperançados.
“A bolsa ou a vida!?”
- Largai a bolsa, desgraçados,
Que não tendes outra vida.
sábado, 18 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário