Raramente conseguimos silenciar facetas dos eventos diários nacionais, na nossa bica fofoqueira, sobretudo as que nos ferem mais as sensibilidades educadas em valores que as mudanças políticas e sociais foram eliminando gradativamente.
Hoje falou-se da esperteza de Passos Coelho que, quando as sondagens o aproximavam de Sócrates, se mantinha modestamente pouco exigente nos pedidos de votos, aceitando a maioria com o CDS-PP para governar a nação. Nessa altura era Paulo Portas que parecia inchado, os seus companheiros de partido, e ele próprio, falando já em elevá-lo a primeiro ministro, facto que intimamente me deslumbrava, achando que, como pessoa inteligente e já longamente amadurecida nas tramas da política, com uma seriedade moral que, tal como a de seu irmão Miguel Portas parece credível, além de não se furtar ao estudo e trabalho que um cargo de tanta responsabilidade política exige, ele teria todo o direito de assumir tal cargo, desde que fosse responsável o dirigente do PSD, pondo a salvação da Nação acima das suas vaidades e ambições pessoais, que terão o seu tempo de realização, Passos Coelho não parecendo, no seu discurso moralista, sem grande precisão ainda nos dados ideológicos e pontuais - que adquirirá, certamente, com a experiência – não parecendo, digo, preparado ainda para assumir tantas responsabilidades de um país desgovernado, que tem dívidas a saldar e que tem de desenvolver difíceis meios para o conseguir.
Parecia-me que a Portas – a ambos os Portas - não faltavam as capacidades destacadas outrora por um grande poeta nosso como imprescindíveis – “honesto estudo, longa experiência, engenho” – a que acrescento a tal “seriedade” – indispensáveis para levar a empreitada da salvação do país a bom porto. Por isso, a seu tempo, se falara em Junta de Salvação Nacional.
Mas o povo parece ter mudado de parecer, ter aberto finalmente os olhos a respeito da governação que desgraçou o país, e se prepara para eleger Passos Coelho.
E Passos Coelho, mais confiante na vitória e menos humilde na ambição, já não pede só a maioria – a dois – quer a maioria absoluta, quer o bolo todo para ele, tal como Sócrates, aparentemente para ter sozinho a glória da salvação nacional – ou pessoal - sem Junta a atrapalhar.
Como sempre, o “Vanitas vanitatum, et omnia vanitas”, a provar que nem a experiência da desgraça, trazida por uma governação de tanto dolo, de tanto engano, modera os triunfadores actuais, num pensamento mais cordato, menos ambicioso, de real empenhamento para salvar um pequeno país de vetusta idade e de ampla história.
Que é dela, a Junta, que unisse no mesmo barco pessoas dos diferentes partidos, que desejam, de facto, salvar a pátria portuguesa, Jerónimos, Louçãs, os irmãos Portas , os bons do PS, do PSD, a Heloísa Apolónia…
Que é dela, da Junta?
E só o provérbio nos acode, do gato escondido com o rabo de fora. Que é, como quem diz, as garras.
Hoje falou-se da esperteza de Passos Coelho que, quando as sondagens o aproximavam de Sócrates, se mantinha modestamente pouco exigente nos pedidos de votos, aceitando a maioria com o CDS-PP para governar a nação. Nessa altura era Paulo Portas que parecia inchado, os seus companheiros de partido, e ele próprio, falando já em elevá-lo a primeiro ministro, facto que intimamente me deslumbrava, achando que, como pessoa inteligente e já longamente amadurecida nas tramas da política, com uma seriedade moral que, tal como a de seu irmão Miguel Portas parece credível, além de não se furtar ao estudo e trabalho que um cargo de tanta responsabilidade política exige, ele teria todo o direito de assumir tal cargo, desde que fosse responsável o dirigente do PSD, pondo a salvação da Nação acima das suas vaidades e ambições pessoais, que terão o seu tempo de realização, Passos Coelho não parecendo, no seu discurso moralista, sem grande precisão ainda nos dados ideológicos e pontuais - que adquirirá, certamente, com a experiência – não parecendo, digo, preparado ainda para assumir tantas responsabilidades de um país desgovernado, que tem dívidas a saldar e que tem de desenvolver difíceis meios para o conseguir.
Parecia-me que a Portas – a ambos os Portas - não faltavam as capacidades destacadas outrora por um grande poeta nosso como imprescindíveis – “honesto estudo, longa experiência, engenho” – a que acrescento a tal “seriedade” – indispensáveis para levar a empreitada da salvação do país a bom porto. Por isso, a seu tempo, se falara em Junta de Salvação Nacional.
Mas o povo parece ter mudado de parecer, ter aberto finalmente os olhos a respeito da governação que desgraçou o país, e se prepara para eleger Passos Coelho.
E Passos Coelho, mais confiante na vitória e menos humilde na ambição, já não pede só a maioria – a dois – quer a maioria absoluta, quer o bolo todo para ele, tal como Sócrates, aparentemente para ter sozinho a glória da salvação nacional – ou pessoal - sem Junta a atrapalhar.
Como sempre, o “Vanitas vanitatum, et omnia vanitas”, a provar que nem a experiência da desgraça, trazida por uma governação de tanto dolo, de tanto engano, modera os triunfadores actuais, num pensamento mais cordato, menos ambicioso, de real empenhamento para salvar um pequeno país de vetusta idade e de ampla história.
Que é dela, a Junta, que unisse no mesmo barco pessoas dos diferentes partidos, que desejam, de facto, salvar a pátria portuguesa, Jerónimos, Louçãs, os irmãos Portas , os bons do PS, do PSD, a Heloísa Apolónia…
Que é dela, da Junta?
E só o provérbio nos acode, do gato escondido com o rabo de fora. Que é, como quem diz, as garras.
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