Eu julgava que só a Beatriz Costa é que se podia gabar de não ter papas na língua, como pessoa desenxovalhada, embora eu nunca tenha lido o seu livro, por limitações financeiras, à época, amortecedoras das ambições de ilustração literária, e por consequência antagonistas da expressão de qualquer tipo de acordo ou discordância relativamente à qualidade das papas de que a nossa Beatriz carecia.
Falávamos da Ana Gomes. E a minha amiga disse, também sem papas na língua, atitude que geralmente repilo, no artifício de uma discrição feita de serenidade e ponderação:
- Eu acho que ela está a fazer um papel de estúpida, mas acho o que toda a gente acha, não sou só eu. Pretensiosa, vaidosa, nesta altura em que se pretende relançar os tijolos para uma tentativa de reconstrução da casa portuguesa, vir lançar lama para cima de um deles, do mais fraco, porque o povo não dá a maioria ao seu partido, só porque o equipara ao fascismo daqueles tempos… Ela não quer mesmo salvar o país, quer só salientar-se.
Eu concordei imediatamente, lembrando a sua também ausência de papas na língua quando se tratava de apontar os erros da dependência portuguesa, no caso dos voos da CIA, por exemplo, e da utilização das Bases das Lajes, que o governo Português discretamente e humildemente negava:
- Salientar-se quis ela sempre, muito cheia de exaltação, muito enxovalhadora do seu país, muito tendenciosa e anti-patriótica, levantando suspeitas do dolo nacional, junto dos estrangeiros. Lembro-me da sua voz esganiçada, sem pejo de lançar afirmações bombásticas que me chocaram na altura.
- É vaidosa. Tinha boa impressão dela, parecia preocupada com o bem-estar do nosso povo, e ultimamente até me pareceu isenta e corajosa, nas referências críticas que implicavam o governo do seu partido, mas antes que o novo governo se comece a definir, já ela está a atacar, não para ajudar a salvar mas para o seu espectáculo e a sua fotografia.
- Ela está-se nas tintas para o país que é necessário erguer da lama. Ela não quer tirar o país da lama. Como está de fora, pode ir buscar as anomalias que contribuíram para criar essa lama, não, de facto, para tentar recuperá-lo, ou deixar que outros o façam, mas para se impor na glória do seu verbo achincalhante. Que os jornalistas acarinham, no seu patriotismo de trazer por casa.
- É para venderem mais jornais. Cada um defende o seu próprio tacho como melhor pode.
- É como já dizia o Lavrador do Gil Vicente: “Cada um péla o vilão, por seu jeito.” Só que o “vilão” passou a ser o próprio país, que por cá se educa, chafurdando.
Falávamos da Ana Gomes. E a minha amiga disse, também sem papas na língua, atitude que geralmente repilo, no artifício de uma discrição feita de serenidade e ponderação:
- Eu acho que ela está a fazer um papel de estúpida, mas acho o que toda a gente acha, não sou só eu. Pretensiosa, vaidosa, nesta altura em que se pretende relançar os tijolos para uma tentativa de reconstrução da casa portuguesa, vir lançar lama para cima de um deles, do mais fraco, porque o povo não dá a maioria ao seu partido, só porque o equipara ao fascismo daqueles tempos… Ela não quer mesmo salvar o país, quer só salientar-se.
Eu concordei imediatamente, lembrando a sua também ausência de papas na língua quando se tratava de apontar os erros da dependência portuguesa, no caso dos voos da CIA, por exemplo, e da utilização das Bases das Lajes, que o governo Português discretamente e humildemente negava:
- Salientar-se quis ela sempre, muito cheia de exaltação, muito enxovalhadora do seu país, muito tendenciosa e anti-patriótica, levantando suspeitas do dolo nacional, junto dos estrangeiros. Lembro-me da sua voz esganiçada, sem pejo de lançar afirmações bombásticas que me chocaram na altura.
- É vaidosa. Tinha boa impressão dela, parecia preocupada com o bem-estar do nosso povo, e ultimamente até me pareceu isenta e corajosa, nas referências críticas que implicavam o governo do seu partido, mas antes que o novo governo se comece a definir, já ela está a atacar, não para ajudar a salvar mas para o seu espectáculo e a sua fotografia.
- Ela está-se nas tintas para o país que é necessário erguer da lama. Ela não quer tirar o país da lama. Como está de fora, pode ir buscar as anomalias que contribuíram para criar essa lama, não, de facto, para tentar recuperá-lo, ou deixar que outros o façam, mas para se impor na glória do seu verbo achincalhante. Que os jornalistas acarinham, no seu patriotismo de trazer por casa.
- É para venderem mais jornais. Cada um defende o seu próprio tacho como melhor pode.
- É como já dizia o Lavrador do Gil Vicente: “Cada um péla o vilão, por seu jeito.” Só que o “vilão” passou a ser o próprio país, que por cá se educa, chafurdando.
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