- E aqueles papéis cortados à tesourada? Quem é que os vai decifrar agora?
Julguei que se referisse a alguma telenovela das minhas infidelidades, tendo começado por ser adepta fervorosa da brasileira nos tempos da sua introdução cá, e acabado numa indiferença de enfastiamento:
- Não dei por nada.
- Do Sócrates. Os incriminatórios. Como é que uma pessoa vai acreditar nas gentes por cá, e na Justiça? E descobrir os enigmas das trapaças governativas? Às tantas, estes homens como o Passos Coelho apanham um susto tão grande que fogem a sete pés às responsabilidades que assumiram.
- Credo! Então para que concorreu? Ele está bem lançado! Vai pôr as coisas nos eixos. Não viu ontem em Bruxelas? No grupo da Senhora Merkel, até talvez seu novo protegido, como a Esfinge protegeu o Édipo, dando-lhe conta do segredo do seu enigma... Que a gente precisa de ser bem vista pela senhora Merkel, nossa esfinge preferida… Ainda bem que ele é jovem e bem-apessoado. Sempre é uma forma de ultrapassar os vexames da pedincha, com um exterior agradável, à falta de uma autoridade mais prestigiante.
- Acredita que ele vai conseguir?
- Ele prometeu seriedade nas contas, trabalho no Verão, rigor nas medidas… Sangue, suor e lágrimas. As lágrimas para a gente. E os feriados para ficarmos mais felizes.
- Viu aquela medida de extinção dos governadores civis? Mas são esses que têm reformas milionárias!
- Ah! Mas não são os únicos! – declarei com experimentada convicção.
Antes que a minha amiga se alargasse em exaltações desnecessárias, chegou outra nossa amiga, que se lançou nos costumados queixumes sobre a sua saúde.
E retomámos as tristezas dos considerandos sobre o tempo que galopa. Num susto. Porque para o enigma do Além não há esfinge que valha à criatura que de manhã se move com quatro pés, ao meio dia com dois e à tarde com três. E que até às vezes se extingue sozinha em casa, abraçada à sua vida vazia. Mas não de susto.
Julguei que se referisse a alguma telenovela das minhas infidelidades, tendo começado por ser adepta fervorosa da brasileira nos tempos da sua introdução cá, e acabado numa indiferença de enfastiamento:
- Não dei por nada.
- Do Sócrates. Os incriminatórios. Como é que uma pessoa vai acreditar nas gentes por cá, e na Justiça? E descobrir os enigmas das trapaças governativas? Às tantas, estes homens como o Passos Coelho apanham um susto tão grande que fogem a sete pés às responsabilidades que assumiram.
- Credo! Então para que concorreu? Ele está bem lançado! Vai pôr as coisas nos eixos. Não viu ontem em Bruxelas? No grupo da Senhora Merkel, até talvez seu novo protegido, como a Esfinge protegeu o Édipo, dando-lhe conta do segredo do seu enigma... Que a gente precisa de ser bem vista pela senhora Merkel, nossa esfinge preferida… Ainda bem que ele é jovem e bem-apessoado. Sempre é uma forma de ultrapassar os vexames da pedincha, com um exterior agradável, à falta de uma autoridade mais prestigiante.
- Acredita que ele vai conseguir?
- Ele prometeu seriedade nas contas, trabalho no Verão, rigor nas medidas… Sangue, suor e lágrimas. As lágrimas para a gente. E os feriados para ficarmos mais felizes.
- Viu aquela medida de extinção dos governadores civis? Mas são esses que têm reformas milionárias!
- Ah! Mas não são os únicos! – declarei com experimentada convicção.
Antes que a minha amiga se alargasse em exaltações desnecessárias, chegou outra nossa amiga, que se lançou nos costumados queixumes sobre a sua saúde.
E retomámos as tristezas dos considerandos sobre o tempo que galopa. Num susto. Porque para o enigma do Além não há esfinge que valha à criatura que de manhã se move com quatro pés, ao meio dia com dois e à tarde com três. E que até às vezes se extingue sozinha em casa, abraçada à sua vida vazia. Mas não de susto.
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