A Bianca é uma moça romena que trabalha cá em casa e de mais duas amigas minhas que acreditaram nas minhas referências a respeito da sua honestidade. O resto, a diligência, a competência vai adquirindo, que já passou por momentos duros e sabe que é preciso ser boa profissional.
Ganha, pois, razoavelmente, para suprir às necessidades da sua família, composta pelo seu homem, a sua filhita, e ultimamente pelos sogros, que, vindos da Roménia, se instalaram na sua casa, sem vencimento, dependentes, pois, apenas dos ordenados do filho e da nora, e sem disposição para regressar à sua pátria. Esta nossa pátria lhes deu asilo. Não trabalham, à espera do rendimento social, têm exigências e caprichos, quando muito tomam às vezes conta da neta, recebendo na casa da Bianca a visita de outra nora desocupada, que já recebe esse tal rendimento social, e passa o tempo a coscuvilhar com a sogra, roendo na casaca da Bianca, ao que parece pouco receptiva à família que se lhe impôs, mas única, entre os vários filhos dos sogros, que tem um apartamento com mais um quarto, que teve de ceder, por respeito familiar, tradicional em toda a parte.
Mas a Bianca vai ouvindo os noticiários, sabe como o povo português anda a passar mal, com o desemprego a subir e os vencimentos inferiores miseráveis, apesar de ouvir também que os feriados permitem férias e que os portugueses não deixam de os aproveitar nas boas praias, e até com bons carros velozes, além de outros destemperos do nosso desassossego mandrião e da nossa irracionalidade pasmada.
Há dias disse:
- Este país é melhor para os estrangeiros do que para os portugueses.
- Então porquê?
E então ela contou do seu bónus, do rendimento social que recebem, ela e o marido, há pouco tempo, os cunhados igualmente, os sogros que estão à espera, os pais e outra irmã que também vivem disso, não precisando de trabalhar, o marido e os outros cunhados trabalhando sem contrato de trabalho e, a partir daí, com direito ao rendimento social, por falsas informações de desemprego. E acrescentou que todos os do seu país fazem isso, mesmo os que trabalham sem contrato de trabalho, o que se torna factor de conveniência - para os patrões que não descontam, para eles que à conta disso recebem rendimento social de inserção, a acrescentar ao vencimento sem descontos.
Uma mina. Parece que também os de cá recebem, mesmo os que nunca trabalharam, e isso lhes chega para os seus trocos, que a família providenciará para o resto das suas necessidades.
E nesta desolação de parasitismo social, acobertado por governos eles próprios parasitas, nos seus vencimentos de acumulação, enquanto vão extraindo dos impostos todos esses luxos esmoleres, vamos vivendo, educando uma juventude sem brio, sem iniciativa, vivendo parasitariamente e despudoradamente da esmola e da inércia.
Lembrei-me do Carlito, que conheci por destemperos do meu computador. É brasileiro, está neste país há um ano e meio, ganha dinheiro como técnico informático, esteve nos Estados Unidos, estudou lá inglês, aqui dá explicações de inglês, trabalha nas obras, sobrevive com coragem e eficiência, alugou casa.
Lembrei outros brasileiros que encontro por cá, simpáticos e expeditos, trabalhando, nos cafés, nas lojas… Dizem-me que os povos do Leste vêm trabalhar para aqui, competentes e decididos, onde poderiam trabalhar muitos dos nossos jovens.
Mas os nossos jovens – muitos deles – recorrem ao rendimento social, para os primeiros contactos com a idade adulta, e vão arrastando a sua situação parasitária, sem brio, sem ambição.
Sem horizonte, bem integrados num país que, de repente, ficou sem perspectiva, não parado no tempo, mas escorregando para o poço. Com excesso de velhos pesando na balança, com excesso de jovens desinteressados, abúlicos, ou sem educação. Que também essa lhes foi sonegada.
Ganha, pois, razoavelmente, para suprir às necessidades da sua família, composta pelo seu homem, a sua filhita, e ultimamente pelos sogros, que, vindos da Roménia, se instalaram na sua casa, sem vencimento, dependentes, pois, apenas dos ordenados do filho e da nora, e sem disposição para regressar à sua pátria. Esta nossa pátria lhes deu asilo. Não trabalham, à espera do rendimento social, têm exigências e caprichos, quando muito tomam às vezes conta da neta, recebendo na casa da Bianca a visita de outra nora desocupada, que já recebe esse tal rendimento social, e passa o tempo a coscuvilhar com a sogra, roendo na casaca da Bianca, ao que parece pouco receptiva à família que se lhe impôs, mas única, entre os vários filhos dos sogros, que tem um apartamento com mais um quarto, que teve de ceder, por respeito familiar, tradicional em toda a parte.
Mas a Bianca vai ouvindo os noticiários, sabe como o povo português anda a passar mal, com o desemprego a subir e os vencimentos inferiores miseráveis, apesar de ouvir também que os feriados permitem férias e que os portugueses não deixam de os aproveitar nas boas praias, e até com bons carros velozes, além de outros destemperos do nosso desassossego mandrião e da nossa irracionalidade pasmada.
Há dias disse:
- Este país é melhor para os estrangeiros do que para os portugueses.
- Então porquê?
E então ela contou do seu bónus, do rendimento social que recebem, ela e o marido, há pouco tempo, os cunhados igualmente, os sogros que estão à espera, os pais e outra irmã que também vivem disso, não precisando de trabalhar, o marido e os outros cunhados trabalhando sem contrato de trabalho e, a partir daí, com direito ao rendimento social, por falsas informações de desemprego. E acrescentou que todos os do seu país fazem isso, mesmo os que trabalham sem contrato de trabalho, o que se torna factor de conveniência - para os patrões que não descontam, para eles que à conta disso recebem rendimento social de inserção, a acrescentar ao vencimento sem descontos.
Uma mina. Parece que também os de cá recebem, mesmo os que nunca trabalharam, e isso lhes chega para os seus trocos, que a família providenciará para o resto das suas necessidades.
E nesta desolação de parasitismo social, acobertado por governos eles próprios parasitas, nos seus vencimentos de acumulação, enquanto vão extraindo dos impostos todos esses luxos esmoleres, vamos vivendo, educando uma juventude sem brio, sem iniciativa, vivendo parasitariamente e despudoradamente da esmola e da inércia.
Lembrei-me do Carlito, que conheci por destemperos do meu computador. É brasileiro, está neste país há um ano e meio, ganha dinheiro como técnico informático, esteve nos Estados Unidos, estudou lá inglês, aqui dá explicações de inglês, trabalha nas obras, sobrevive com coragem e eficiência, alugou casa.
Lembrei outros brasileiros que encontro por cá, simpáticos e expeditos, trabalhando, nos cafés, nas lojas… Dizem-me que os povos do Leste vêm trabalhar para aqui, competentes e decididos, onde poderiam trabalhar muitos dos nossos jovens.
Mas os nossos jovens – muitos deles – recorrem ao rendimento social, para os primeiros contactos com a idade adulta, e vão arrastando a sua situação parasitária, sem brio, sem ambição.
Sem horizonte, bem integrados num país que, de repente, ficou sem perspectiva, não parado no tempo, mas escorregando para o poço. Com excesso de velhos pesando na balança, com excesso de jovens desinteressados, abúlicos, ou sem educação. Que também essa lhes foi sonegada.
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