segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O mundo não tem tempo

Contei à minha amiga sobre o programa que vi dos horrores em Mogadíscio, de gente fugindo, deslocando-se, as mães com os filhos débeis no colo, no terror de uma guerra sem fim e sem solução, guerra de tribos e ambições do poder, numa desordem de ódios animalesca, que o mundo dos racionais deixa praticar, cada um entregue às suas próprias desordens materiais e morais.
A minha amiga acrescentou:
- Realmente é verdade. O mundo não tem tempo. A gente sabe que existe e parece inventado. E quando aqueles desgraçados se metem no barco, para matar a fome e morrem no Mar! Eu acho isso das coisas mais duras da vida. Simplesmente, o barqueiro leva gente demais. A não ser que o Deus deles pense e lhes diga: “Vocês estão melhor mortos do que vivos.” E a gente queixa-se dos nossos males! E eles atravessam o mar não para matar ninguém, é para matar a fome. A crueldade disso! Aquilo é gente!
Retornámos aos tempos da África em que o Continente era mais sóbrio nos horrores, progredindo sob o domínio do branco, que o educara e respeitara mais do que vemos hoje, com tiranos por governantes dos da sua raça, de ambição desmedida e ultrajante, o que ninguém quer comentar, para não reconhecer a falácia das doutrinas socialistas, que ao reconhecerem hipocritamente os direitos dos povos aos seus territórios, pretendem ignorar que quase todos os territórios ao longo da História foram obtidos por efeitos de invasões e usurpações, geralmente de efeitos positivos, no desenvolvimento cultural e material dos povos.
Mas o mundo ocidental quer mostrar a sua cultura ocidental, feita de complacência – unilateral, quando se trata de demonstrar bons sentimentos para com os pseudo oprimidos – agressiva quando entende dever defender produtos úteis à sua estabilidade económica. Na realidade, indiferente aos graves problemas do terrorismo, africano ou asiático, este feito também de extremismos religiosos condenatórios de uma condição humana que se preze, sem uma lei que proteja os condenados da ira popular ou outra, caso da mulher do Paquistão de culto cristão, condenada à morte pelo povo de culto islâmico, ou tantas outras condenações à morte devidas aos fundamentalismos extremistas dos povos bárbaros do mundo.
E a minha amiga conclui, numa suavidade de ironia esmorecida:
- É. O ser humano tem a receita. O que é que falta na receita?

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