Escreveu
Esopo,
Bom
conhecedor dos animais
E dos
significados
Das suas
acções reais,De aplicação aos humanos mortais:
«O
morcego, a silva e a gaivota»
«Um
morcego, uma silva e uma gaivota
Tinham-se
associado
Para num
negócio se lançarem,
Sem
nenhuma artimanha de batota.
O morcego
obteve os capitais
Para investir
numa sociedade
De
qualidade,
A silva
fabricou trajes especiais,
A gaivota
comprou o cobre para o negócio,
Como
terceiro sócio,
Antes de
no veleiro embarcarem.
Mas uma
tempestade rebentou
Que o
navio virou.
Os três
sócios até à margem nadaram
Mas toda
a carga perderam,
Que se
tramaram.
E foi
assim que desde então,
Sem
nenhuma excepção,
A gaivota
mergulha nas profundezas,
À procura
do cobre das suas despesas;
O
morcego, com receio dos credores
Não
aparece de dia mas de noite
Em busca
dos comeres;
E a
silva, infatigavelmente,
Prende as
vestes dos viandantes
À procura
das que perdeu para sempre.
A fábula
mostra que quando uma questão
Nos toca de
perto,
Voltamos sempre
ao lugar
Do ponto da confusão
Para
procurar
Resolvê-la
com acerto.»
Isto disse
Esopo,
Mas o que costumamos
nós dizer,
Por nos ser
mais comum,
É que “o
criminoso
Volta
sempre ao local do crime”,
Sem receio
algum.
Que é como
quem diz,
Que os
negócios são como um team
Entre os
amigos do coração
Que bem podem
resultar em trambolhão,
Não para
eles mas para o país.
Mas eles
todos atingem a margem,
Com muita
sabedoria e coragem,
Mesmo que o
resto vá para o fundo.
É o nosso
mundo.
Não o dos negócios
ocasionais
Que metem
morcego, silva e gaivota
Sem qualquer
artimanha de batota
O que não
passa, aliás, de treta.
O nosso
mundo de negócios fulcrais
É sempre de
vitória com batota,
Para os
principais,
Quer tenham
ou não frota.
Para outros,
a derrota.
A gota.
A bota rota.
A boca
torta.
A bolsa oca.
A moca.
A moca.
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