A história
que aqui se conta
Com alguns
arrebiques
Não é do
tempo dos Titanics,
Nem dos
cruzeiros de agora
Que também
encalham
Quando os
homens
Ou os
motores falham.
É uma
história de Esopo
Que viveu no
tempo
Em que as
embarcações
Eram muito
inferiores
Em potência
e dimensões:
«Atenas e
o náufrago»
«Um rico
Ateniense navegava
Com outros
passageiros.
Uma
rajada de vento estalou
Que o
navio virou,
O qual
naufragou.
A nado,
todos os companheiros
Tentaram
salvar-se.
Todavia,
A cada instante
o Ateniense,
Invocando
Atena,
Mil e mil
oferendas lhe prometia
Se com
vida escapasse
Do
pesadelo.
Um dos
náufragos
Que a seu
lado nadava
Disse com
zelo:
“Reza a
Atena,
Mas não
te esqueças de nadar
Se do
naufrágio
Quiseres
escapar!”
O mesmo de
nós direi:
Se
devemos aos deuses rogar,
A nossa
causa em particular
Deveremos
servir.
Mais
valerá os deuses
À nossa causa, com boas acções,
Saber
concitar
Do que a
nossa salvação
Negligenciar
Contando
só com aqueles.
Quando na
desgraça caímos
É necessário
Trabalhar
em nos safarmos
E então
só depois
A
divindade
Em nosso
socorro apelarmos.»
Eu creio que o nosso país
E sobretudo
o nosso governo
São bem a
imagem,
Da muita
coragem
Mas também
devoção
Que é
preciso demonstrar
Para da
perdição
Poderem
escapar.
O governo
vai nadando
À custa dos
sacrifícios
Do povo que
vai pagando
E ao mesmo
tempo rezando
Para obter
mais benefícios
Do governo
que os promete
Só para o
ano e entretanto
Vai nadando,
vai nadando
Tentando
À praia
chegar,
E o povo
orando e chorando,
Sem parar,
E sem grande
esperança
Na prometida
bonança.
Mas aqui
vamos pagando
À custa
dessa promessa,
Embora haja
excepções.
Que os
batoteiros
São mais que
as mães.
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