segunda-feira, 12 de março de 2012

Os Magalhães da nossa estreiteza


- Aquele Sócrates é louco até dizer chega. A preocupação do homem era o edifício. E assim criou a Parque Escolar. Começaram a fazer escolas luxuosas. Então o que é que acontece? A Parque Escolar, ainda não acabaram as obras e já não há dinheiro.

            Meti a minha colherada:

- Julguei que fosse dizer que a carência dos dinheiros fosse anterior ao começo das obras…

Mas a minha amiga prosseguiu:

- Nem no Dubai se fazem escolas mais ricas. Dantes dizia-se nos Estados Unidos, agora é no Dubai. Então, foi-se o dinheiro todo. O que é que se fez em Portugal? Ninguém se ralou com as reformas miseráveis. Criaram-se autoestradas, energias renováveis, construíram-se casas em barda, na sedução dos empréstimos. E hoje o que é que acontece? Não há dinheiro para a população. Ouço Sócrates: É preciso escolas bonitas. Mas onde é que se faz isso? Bastava que tivessem os professores todos e que os alunos fossem bem comportados.

Meti outra colherada:

- As contínuas da escola onde leccionei queixavam-se das casas de banho arranjadas constantemente e logo inutilizadas com escritos e imundícies próprios de uma população escolar sem nível. E os tampos das carteiras riscados impiedosamente com alarvidades…

- Uma história de encantar, a história da Parque Escolar.

- Seria, se fosse positivo o resultado. A mim parece-me antes mais uma história de megalomania, de novo-riquismo idiota, de uma bestialidade ilimitada própria de um povo imaturo, que se deixa seduzir por brinquedos que não criou. Esperemos que a maioria das escolas sem esses luxos tenham professores  sensatos e competentes.

- Agora está o Cavaco a lamentar-se. Foi enganado pelo Sócrates. Deixou-se enganar. É cá um Zezinho! E pelos vistos, já todos julgam isso.

- Está enganada! Eu agora julgo-o mais um dos espertalhões que acima da obrigação de bem governar o país, defende o governo da sua vidinha, sem se comprometer, numa seriedade de fachada. Essa da Parque Escolar é de tal ordem que ele devia ter intervindo, como faz agora, a respeito do “custe o que custar” com que o governo sobrecarrega o povo, lembrando que não pode ser assim, sem querer assumir a sua responsabilidade no governo de Sócrates, não o demitindo, intrujando todos com falsas informações sobre o estado da economia…
- Terão sido melhores, os outros?


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