Foi a propósito do meu texto “Citaristas... há muitos”. A minha amiga concordou que sim, que os há, e avançou:
- O Cavaco está aí caladinho, porque não quer que esta coisa se desmanche, porque quer ser presidente. O outro vai falando do que faz, a gente não sabe se faz, prometeu diminuição do défice e o défice vai progredindo... Os outros lançam críticas e sugestões, todos no mesmo objectivo aparente de salvar a nação, mas fica-se na dúvida a respeito do significado de nação para cada um deles... Não se vê assim uma réstia duma solução. O país ardeu...
- Ainda não ardeu todo, há mais para queimar – digo, numa de sadismo desesperançado, mas a minha amiga não aproveitou a minha deixa.
- Os portugueses até em Espanha vão matar outras pessoas e vão chocar com aquela desgraçada belga que vinha no seu sítio. Os outros de Burgos todos morreram, foram contra um camião. Não mataram porque era um camião. Chover aqui neste país é um perigo muito grande. Na A 25 foram dois os desastres em cadeia, com mortos, feridos, carros destruídos...
- Somos um povo que quer chegar depressa...
- Deve ser por isso que andamos sempre a marcar passo.
Falei nas nossas glórias descobridoras para nos erguermos do sentimento mesquinho da frustração, mas a minha amiga achou que isso era passado e contou da sua experiência pessoal de taxímetro a contar, ontem, no regresso de Lisboa, com o táxi obrigado a parar por duas vezes na marginal, devido à chuva miudinha, às pessoas miudinhas, ao polícia miudinho interventor, nas paragens forçadas do trânsito, por causa das pressas da gente miudinha, dum modo geral pouco educada ...
- Também há carros a mais, cá - disse eu, na esperança de um bem-estar nacional autêntico.
- Realmente! - disse a minha amiga, mas antes por desesperança.
Um amigo dela passou, e falou de Moçambique, onde estivera de férias, com entusiasmo e saudade. Aquilo agora é que está bom, mas eu admirei-me muito, porque ainda há uns anos Moçambique era dos países mais míseros do mundo. Objectei com o meu conhecimento recente do desastre em Angola, de gente morrendo, agonizando, apodrecendo, em Luanda, de desníveis sociais fabulosos...
- Em Moçambique não é tanto assim, disse ele.
E renascemos para a confiança.
- O Cavaco está aí caladinho, porque não quer que esta coisa se desmanche, porque quer ser presidente. O outro vai falando do que faz, a gente não sabe se faz, prometeu diminuição do défice e o défice vai progredindo... Os outros lançam críticas e sugestões, todos no mesmo objectivo aparente de salvar a nação, mas fica-se na dúvida a respeito do significado de nação para cada um deles... Não se vê assim uma réstia duma solução. O país ardeu...
- Ainda não ardeu todo, há mais para queimar – digo, numa de sadismo desesperançado, mas a minha amiga não aproveitou a minha deixa.
- Os portugueses até em Espanha vão matar outras pessoas e vão chocar com aquela desgraçada belga que vinha no seu sítio. Os outros de Burgos todos morreram, foram contra um camião. Não mataram porque era um camião. Chover aqui neste país é um perigo muito grande. Na A 25 foram dois os desastres em cadeia, com mortos, feridos, carros destruídos...
- Somos um povo que quer chegar depressa...
- Deve ser por isso que andamos sempre a marcar passo.
Falei nas nossas glórias descobridoras para nos erguermos do sentimento mesquinho da frustração, mas a minha amiga achou que isso era passado e contou da sua experiência pessoal de taxímetro a contar, ontem, no regresso de Lisboa, com o táxi obrigado a parar por duas vezes na marginal, devido à chuva miudinha, às pessoas miudinhas, ao polícia miudinho interventor, nas paragens forçadas do trânsito, por causa das pressas da gente miudinha, dum modo geral pouco educada ...
- Também há carros a mais, cá - disse eu, na esperança de um bem-estar nacional autêntico.
- Realmente! - disse a minha amiga, mas antes por desesperança.
Um amigo dela passou, e falou de Moçambique, onde estivera de férias, com entusiasmo e saudade. Aquilo agora é que está bom, mas eu admirei-me muito, porque ainda há uns anos Moçambique era dos países mais míseros do mundo. Objectei com o meu conhecimento recente do desastre em Angola, de gente morrendo, agonizando, apodrecendo, em Luanda, de desníveis sociais fabulosos...
- Em Moçambique não é tanto assim, disse ele.
E renascemos para a confiança.
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