segunda-feira, 2 de agosto de 2010

“Cogito...”

Falou do Carlos Cruz e de mais três entrevistados. Todos se queixaram de que as suas vidas ficaram destruídas. Carlos Cruz afirmou tudo dever à mulher e às filhas, mas eles têm-se despojado de muitos bens, para pagar as custas do processo. A minha amiga comenta:
- Como é que um homem da televisão tem aquela riqueza toda? Como é possível? Eles ainda vivem bem. Mas a dúvida fica para sempre, nem que vá a Tribunal e seja ilibado. Esperemos que seja feita justiça. Ele diz que o nome dele foi metido lá para tapar, para desviar nomes sonantes. Diz que sabe quem são mas não vai dizer quem é. Só quer que não se deixe prescrever o processo. Foram entrevistados quatro fulanos. Todos negaram ali. Não sabem porque é que os nomes deles estão lá. Já viu o horror que é condenarem-se inocentes?
- Mas como se pôde despoletar tudo isto, numa tal dimensão? E como é que uma pessoa se deixa condenar “para tapar nomes sonantes” que conhece mas não denuncia!? É, pelo menos, idiota!
- E agora pergunta-se: aqueles rapazinhos sofreram. Sabem quem são os fulanos. E quando apresentam queixa dão outros nomes? Será que mentiram? Porque os rapazinhos dizem todos: “Não espero nada”, excepto um que disse: “Só espero estar lá nesse dia. E vai-se fazer justiça.” Só um disse isso. Há outros que não querem ser vistos.
- O Processo Casa Pia! Um nome sonoro, para dar grande brado, quando se puder contar a verdade. Mas nunca terá uma solução fiável, espécie de “collier de la Reine”, explorando intrigas, recalcamentos, e misérias morais e materiais, onde jogam também factores de conveniência e vilezas duma gravidade cujo desfecho poderes superiores, aliados a uma justiça inexistente cada vez mais impedem, como outros processos que brotam a cada passo neste país de clima propício ao “far niente” à excepção do abocanhar nas reputações. Às vezes com razão.
-O Freeport já foi. Este irá também. Em setembro. Mais um adiamentozinho da troça justiceira dos prepotentes, sobre um povo que a merece, pois deixa.
- E cada vez será pior. Com a abolição das reprovações, pela excelsa ministra da Educação, com a adopção de médicos acabadinhos de formar, sem experiência, para substituir os que se foram, e tomarem conta das vidas doentes, caminhamos para uma cada vez maior juvenilidade, neste velho país de anormalidades. Verguemos o cachaço! Diz-se que sempre o vergámos, aliás! E eram mais velhos os governantes. O Jerónimo de Sousa, que parece honrado, diz que é um “lapsus linguae” da Alçada, essa tal da abolição, mas está enganado, que a Alçada defende mansamente a posição dinâmica do seu juvenil PM. Ajoelhemos com ela, perante ela, perante ele. Cantemos:
De rastos, a teus pés
Perdida te adorei
Até que me encontrei
Perdida”.
Não tenhamos dúvida disso, se é que nessa altura ainda temos capacidade para formular uma qualquer dúvida. Aquela que pode ajudar a definir a nossa identidade racional.

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