Hoje ouvi um programa sobre os trabalhadores do Dubai, gente das Índias a trabalhar nas condições mais degradantes, que facilmente equiparam o trabalhador a qualquer bicho da selva, com vantagem para este, pelo menos no que concerne os requisitos de higiene pessoal, absolutamente descurados entre aqueles homens de bairros invisíveis, rodeados por tapumes, para não haver devassas sobre um esmagador edifício de riqueza e originalidade arquitectónicas que pusessem um dedo acusador sobre a obscenidade de tal edifício obtido na exploração e no desprezo humano, com a aprovação do mundo embasbacado.
Mas a minha amiga informou que no Dubai foi inaugurada a árvore mais rica do mundo, com jóias, por dentro, e ficámos satisfeitas com os prenúncios de bem-estar que tais prodigalidades deixam transparecer, esquecendo nós a sorte dos miseráveis que ajudam à construção das belezas arquitecturais do Dubai. Lembrámos até o peso em ouro e mais tarde em diamantes que a colónia indiana moçambicana oferecera ao Aga Khan nos nossos tempos de moças, alvitrando que talvez na árvore do Dubai se encontrassem ainda vestígios dessas oferendas, que, segundo os costumes bíblicos, já tinham sido prodigalizadas pela rainha do Sabá ao próprio Rei Salomão, que aliás as merecia por ser tão sábio. E do rei Salomão, desprezando os reis faraónicos, também bastamente exploradores, passámos ao próprio Menino Jesus, ele próprio com reis magos a levar-lhe ricos presentes, de que bem precisava, coitadinho, ali aquecido em palhas.
Não, o melhor mesmo é transcrever mais uns versos, creio que um tanto empanados, a condizer, que a minha Mãe vai desenterrando do seu passado, expressivos das dores do Homem que morreu na cruz, não as alegrias do nascimento que festejamos. Eles são mais de acordo com o sofrimento dos explorados do Dubai, dos explorados do mundo inteiro. Que o mundo inteiro deixa explorar, embora colaborando, submissamente, nos cabazes de Natal:
No dia em que Jesus jazeu
Muita nuvem se descobriu,
Já canta a Humanidade:
Oh! Quantos golpes sofreu!
Muita alma se converteu
Para ganhar a Salvação.
Sexta feira de Endoenças,
Sábado de Aleluia,
Domingo de Ressurreição.
Mas a minha amiga informou que no Dubai foi inaugurada a árvore mais rica do mundo, com jóias, por dentro, e ficámos satisfeitas com os prenúncios de bem-estar que tais prodigalidades deixam transparecer, esquecendo nós a sorte dos miseráveis que ajudam à construção das belezas arquitecturais do Dubai. Lembrámos até o peso em ouro e mais tarde em diamantes que a colónia indiana moçambicana oferecera ao Aga Khan nos nossos tempos de moças, alvitrando que talvez na árvore do Dubai se encontrassem ainda vestígios dessas oferendas, que, segundo os costumes bíblicos, já tinham sido prodigalizadas pela rainha do Sabá ao próprio Rei Salomão, que aliás as merecia por ser tão sábio. E do rei Salomão, desprezando os reis faraónicos, também bastamente exploradores, passámos ao próprio Menino Jesus, ele próprio com reis magos a levar-lhe ricos presentes, de que bem precisava, coitadinho, ali aquecido em palhas.
Não, o melhor mesmo é transcrever mais uns versos, creio que um tanto empanados, a condizer, que a minha Mãe vai desenterrando do seu passado, expressivos das dores do Homem que morreu na cruz, não as alegrias do nascimento que festejamos. Eles são mais de acordo com o sofrimento dos explorados do Dubai, dos explorados do mundo inteiro. Que o mundo inteiro deixa explorar, embora colaborando, submissamente, nos cabazes de Natal:
No dia em que Jesus jazeu
Muita nuvem se descobriu,
Já canta a Humanidade:
Oh! Quantos golpes sofreu!
Muita alma se converteu
Para ganhar a Salvação.
Sexta feira de Endoenças,
Sábado de Aleluia,
Domingo de Ressurreição.
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