- Mas isto dos blindados é uma ofensa à população. Como se aqui houvesse gente do género dos do morro! – continuou a minha amiga verdadeiramente indignada.
- Há umas tentativas de aproximação, não somos menos que os outros! Temos espalhados alguns redutos na criação e fabrico de drogas com algum alcance, ora essa! E até com armas, à maneira! Mesmo sem morros que se vejam.
- Mas enfim, só chegou um blindado, que é o que foi para o futebol, para ser usado nos futebóis, lugar de eleição para as nossas batalhas campais.
- Esquece as parlamentares. Verbais.
Mas estou condenada a falar para os botões. Próprios, não os alheios. Continuou, sem dar atenção, plena de recursos cognitivos:
- Nos bairros onde há problema cá, blindado não passa. A menos que reduzam a largura do blindado, ou aumentem a das vielas.
- Então que sirva para os futebóis, para encher de brios na marcação dos golos, como disse que um jornalista escreveu.
Falámos de outros escândalos:
O Cavaco que chora para ficar, numa auto-avaliação toda positiva, sobre a verdade da sua honradez e da sua competência e experiência apelativas do voto da plebe, quando a plebe está mais que farta dos seus ares simultaneamente tristes e tranquilizadores sobre um futuro financeiro que diz não ser tão mau assim, o que se vai provando ser fastidiosamente falso, de tal maneira que não há estômago que lhe aguente os dizeres, mas que lhe dá o voto, por saber que os dizeres e os fazeres dos outros concorrentes também não valem a pena, triste país que somos, sem rei nem lei e sem cheta, genericamente falando. Particularmente, ainda há bastantes com.
O caso do hospital novo de Cascais, que levou anos a construir-se e que já não chega para as encomendas, aonde falta tudo, e as camas e os carrinhos e as visitas se amontoam nos corredores, fazendo lembrar “uma feira de Marrocos” na expressão desesperada da minha amiga, mandando-se os doentes muito graves para casa, com um subentendido “vai morrer longe” aterrador. Porque o quarto deles está a ser preciso para os do corredor.
E a minha amiga conhecia casos. Uma senhora sua amiga a quem iam dar alta, porque já não havia nada a fazer. Falámos disso anteontem. Não havia clínicas na linha que a recebessem. Felizmente morreu ontem.
- Há umas tentativas de aproximação, não somos menos que os outros! Temos espalhados alguns redutos na criação e fabrico de drogas com algum alcance, ora essa! E até com armas, à maneira! Mesmo sem morros que se vejam.
- Mas enfim, só chegou um blindado, que é o que foi para o futebol, para ser usado nos futebóis, lugar de eleição para as nossas batalhas campais.
- Esquece as parlamentares. Verbais.
Mas estou condenada a falar para os botões. Próprios, não os alheios. Continuou, sem dar atenção, plena de recursos cognitivos:
- Nos bairros onde há problema cá, blindado não passa. A menos que reduzam a largura do blindado, ou aumentem a das vielas.
- Então que sirva para os futebóis, para encher de brios na marcação dos golos, como disse que um jornalista escreveu.
Falámos de outros escândalos:
O Cavaco que chora para ficar, numa auto-avaliação toda positiva, sobre a verdade da sua honradez e da sua competência e experiência apelativas do voto da plebe, quando a plebe está mais que farta dos seus ares simultaneamente tristes e tranquilizadores sobre um futuro financeiro que diz não ser tão mau assim, o que se vai provando ser fastidiosamente falso, de tal maneira que não há estômago que lhe aguente os dizeres, mas que lhe dá o voto, por saber que os dizeres e os fazeres dos outros concorrentes também não valem a pena, triste país que somos, sem rei nem lei e sem cheta, genericamente falando. Particularmente, ainda há bastantes com.
O caso do hospital novo de Cascais, que levou anos a construir-se e que já não chega para as encomendas, aonde falta tudo, e as camas e os carrinhos e as visitas se amontoam nos corredores, fazendo lembrar “uma feira de Marrocos” na expressão desesperada da minha amiga, mandando-se os doentes muito graves para casa, com um subentendido “vai morrer longe” aterrador. Porque o quarto deles está a ser preciso para os do corredor.
E a minha amiga conhecia casos. Uma senhora sua amiga a quem iam dar alta, porque já não havia nada a fazer. Falámos disso anteontem. Não havia clínicas na linha que a recebessem. Felizmente morreu ontem.
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