Foi do que
se falou hoje. Não da de valores mas de avaliadores externos. A Paula vinha
impressionada, falando da colega cuja aula ia ser assistida, sem conhecer a professora
que a iria avaliar, e perguntando se alguém a conhecia. Foi então que falou na
Bolsa, a Bolsa de Avaliadores Externos, que encontro definida na
internet do seguinte modo:
«
Informa-se que de acordo com a legislação em vigor (Despacho n.º 13981/2012.
D.R. n.º 208, Série II de 2012-10-26 e Despacho normativo n.º 24/2012. D.R. n.º
208, Série II de 2012-10-26) se encontra em fase de constituição a Bolsa de
Avaliadores responsáveis pela avaliação externa da dimensão científica e
pedagógica do processo de avaliação de desempenho docente.
A
bolsa de avaliadores externos será composta por docentes de todos os grupos de
recrutamento que reúnam cumulativamente os seguintes requisitos: a) Estar
integrado no 4.º escalão ou superior da carreira docente; b) Ser titular do
grau de doutor ou mestre em avaliação do desempenho docente ou supervisão
pedagógica ou de ter formação especializada naquelas áreas ou possuir
experiência profissional no exercício de funções de supervisão pedagógica que
integrem observação de aulas.»
- “A professora que ia ser
observada estava “à rasca” – disse a Paula - sem conhecer a colega que a
iria observar. Se já era mau, agora é pior, pôr pessoas a avaliar,
vindas de outros aglomerados educativos, com severidade ou complacência, sem orientação
de espécie alguma… A B., que é de português e francês, vai assistir a uma aula de
espanhol, numa outra escola e diz que não está para lixar ninguém. Mas a minha
colega “à rasca” tinha razão para temer a professora que a ia
observar É uma pessoa de quem se contam anedotas de reivindicações de prestígio,
mais do que exposição de saberes.
A minha amiga falou em
absurdo, ir assistir a uma aula sem ser da especialidade, no caso da B., eu
conhecia a professora temida, na insignificância empolada dos seus discursos subjectivos,
achando que a professora assistida tinha razão em a temer, já que sempre a
arrogância mesquinha ilude a falta do conhecimento.
E uma vez mais se falou em falta
de seriedade nestas avaliações que não resultam de um acompanhamento sério, mas
de um despachar de “casos”, para se subir na carreira, tal como as “Novas
Oportunidades” do anterior governo despacharam diplomas dignificantes, sem
custos de ensino, apenas de uma orientaçãozinha, para inglês ver.
E falámos em Nuno Crato que, com
a visão que parecia ter de um ensino sério, não julgaríamos capaz de cair numa
insensatez – vigarice - destas.
- Já não caem estrelas do céu, disse eu muito
céptica. Só meteoritos a estilhaçar janelas com o impacto da sua passagem.
Mas a Paula está muito feliz no
curso que frequenta em Lisboa, onde encontrou pessoas competentes e uma
orientação didáctica e pedagógica de excelente nível, a aplicar nas suas aulas
de literatura.
E a minha amiga, para variar,
concluiu que felizmente ainda caem estrelas do céu. Mas eu preferia que fossem
sob a forma do euro milhões, em bolsa que se visse.
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