Segundo o Sr. Fernando Penim Redondo no seu texto do D.N. de 16/5, não virá ao mundo “nem grande mal nem grande bem” por causa do Acordo Ortográfico. Trata-se de um mero “não problema”, uma mera “disputa entre claques”, e aqui se patenteia o extremo alcance dos valores futebolísticos na nossa engrenagem mental, para mais, avessa a matemáticas. Mas, quando não vem nem bem nem mal ao mundo, o melhor é deixar estar como estava, na minha humilde opinião. Parece isto lógico.
Todavia, o Sr. F. P. Redondo que pensa “largo e universalmente, tendo em conta a comunidade mundial dos falantes”, justifica o Acordo, com o qual concorda por ser “fundamentalmente um sinal diplomático, um gesto simbólico”. É certo que não justifica o seu point de vue, mas quanto a mim, também em humilde parecer, considero-o uma enigmática expressão poética, o que comprova outra faceta da nossa engrenagem mental - a de povo de poetas, sobretudo de poetas enigmáticos, ou seja, os com desvios, que o Acordo aparentemente vem favorecer no que reporta à sintaxe “que, a ser sempre respeitada, limitaria gravemente a linguagem poética” segundo o nono parágrafo do texto em questão, o que me parece desvirtuar um pouco as intenções daquele - do Acordo - que não tem culpa nenhuma do desacato.
Mas o 5º parágrafo do texto do Sr. F. P. Redondo é um verdadeiro tratado de eloquência ... “poética” (embora não enigmática), que não resisto a transcrever: “Depois há um outro nível de relevância da ortografia. Trata-se de uma lei sem sanções. Passada a fase dos ditados escolares, cada um escreve como calha e não sofre nenhuma sanção por isso...”
O resto do texto confirma o conteúdo semântico desta... “estrofe”.
Com tais “criações” será que ainda formamos país? Ou estaremos a pedir selva?
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Eu acho que não, na minha também humilde opinião. Um país em que o governo se demite das suas mais elementares obrigações (saúde, educação, apoio às famílias), ignorando as dificuldades em que vivem os seus cidadãos, não é país, nem precisa de governo. «É uma nódoa que se limpa com benzina para sair(Eça).» Do mapa?, pergunto. Olá, sou a tua filha única e gosto muito de te ter e ver por aki (toma lá um kapa que é moderno e vai-te habituando, que, com ou sem Acordo, os tempos estão a mudar os hábitos (orto)gráficos das novas gerações.
Postar um comentário