- Então que
coisas conta hoje?
- Cada vez
tenho menos. Não sabe que há crise? Isso tem influência. Por acaso, nas várias
terras não se nota.
- De
Portugal?
- Pois! Incluindo
os festivais de marisco. Cada festa mostra aquilo que se come. Só se fala em
comida. Só se cortam presuntos. Temos do melhor que há. Não haja invejas! Dito
pelo estrangeiro. Mas algum país tem festas destas? Uma maravilha! Os
apresentadores provam. Se querem manter a linha vão ficar desgraçados…
Consegui
interromper o fluxo discursivo da minha amiga, lembrando Passos Coelho e as
promessas da retoma em 2013:
- Dá para
acreditar? Tudo diz que vamos cada vez pior, ele procastina, para usar um
palavrão de encher a barriga…
- Passos
Coelho é um bom rapazinho, a gente não pode levar-lhe a mal. Ouvi-o dizer: “Se
julgam que podem continuar o forrobodó, estão enganados!”
- E os
documentos dos submarinos?
- Submergiram,
não se sabe onde param. Aqueles submarinos devem ter cá uma história! De vez em
quando vem o assunto à baila. Acaba o assunto e o Portas continua, sorridente…
- O “Comendador
Marques Correia” do Expresso, esta semana ataca-o, mas o humor dele está mais
feroz ultimamente. Andamos todos assustados.
- O Portas
está nos Açores e nos Açores não se fala em vigarices. É que eu já nem quero
saber mais!
- É! Outros
pagaram já, na Alemanha. O Portas não presta contas. Talvez esteja inocente.
Não é caso deslindável. Como o de Camarate…
Mas a minha
amiga também queria falar nas medidas económicas do Hollande, em oposição às
teorias negativas do Vasco Pulido Valente a respeito da eficácia dele como
governante:
- O
Hollande mandou vender os carrões do Governo, para fazer dinheiro. Aqui ainda
ninguém tomou essa iniciativa.
Defendi
patrioticamente as iniciativas do nosso Governo:
- Mas há
dias li que as grandes fortunas estão mais pequenas cá, o que significa que o
Governo está a tomar iniciativas de vulto no sentido de os grandes pagarem a
crise com resultados mais fecundos. Como o Obama…
Fala-se nas
medidas do Obama e a minha amiga toda se desfaz em risos de simpatia e
anuência.
Também
lembrei a droga apanhada num barco abandonado em Sagres e a minha amiga disparou,
inflamada:
- Os
estrangeiros vêm cá fazer negócio. Descarrega-se aqui, pois têm tanto mar e a
polícia não chega para as encomendas. E a droga está cada vez mais espalhada no
mundo. Noutro dia deram um programa sobre a maldita droga. Agora há
comprimidos, ninguém vê. No mundo inteiro. É pior que uma guerra. Não é só em
Portugal. Vende-se, rouba-se, roubam tudinho… Em todas as classes sociais.
Estas festas de verão… Metade daquela gente sai drogada ou bêbeda. São
festivais giríssimos. Poucos os que se portam bem. A gente não está lá para ver.
Estes pais de agora sofrem, mais do que no nosso tempo, pelos filhos que vão a
estas festas. É natural que se entusiasmem, dão-lhes os cantores de que eles
gostam, vêm cantores estrangeiros… Tudo bem. Se não houvesse a maldita
droga!...
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