quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As gorduras da nossa anorexia


Recebi o email seguinte com a história da Segurança Social no nosso país, que não precisa de comentários, no rigor dos dados apresentados. O labéu que recai sobre os sucessivos governos democráticos em termos de esbulhos a favor dos deserdados e sobretudo em prol do bem-estar governativo, mostrando a responsabilidade desse Estado-Rei na difusão de um status de corrupção, como promotor e participante em todo o processo de vileza e miséria social a que condenou a miserável nação portuguesa, é crosta que nunca mais deles se despegará, o que de resto lhes é indiferente, cada ex-governante bem nutrido de espórtulas, dentro e fora do seu país, indiferente à baba do rasto que deixou, cada vez mais sem soluções à vista.

Eis o texto:

«INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL»

«A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos Governos Comunistas e Socialistas, depois do 25 de Abril de 1974.

 As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%).

O Estado nunca lá pôs 1 centavo. Nacionalizando aquilo que aos Privados pertencia, o Estado apropriou-se do que não era seu. Com o muito, mas muito dinheiro que lá existia, o Estado passou a ser "mãos largas"! Começou por atribuir Pensões a todos os Não Contributivos (Domésticas, Agrícolas e Pescadores). Ao longo do tempo foi distribuindo Subsídios para tudo e para todos.

Como se tal não bastasse, o 1º Governo de Guterres (1995/99) criou ainda outro subsídio (Rendimento Mínimo Garantido), em 1997, hoje chamado RSI.

E tudo isto, apenas e só, à custa dos Fundos existentes nas ex-Caixas de Previdência dos Privados. Os Governos não criaram Rubricas específicas nos Orçamentos de Estado, para contemplar estas necessidades. Optaram isso sim, pelo "assalto" àqueles Fundos.

Cabe aqui recordar que os Governos do Prof. Salazar, também a esses Fundos várias vezes recorreram. Só que de outra forma: pedia emprestado e sempre pagou. É a diferença entre o ditador e os democratas?

 Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Profs. Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social". Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado já devia à Segurança Social, ex-Caixas de Previdência, dos Privados, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975. Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 era já de 7.300 Milhões de Contos, na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões ? De 1996 até hoje, os Governos continuaram a "sacar" e a dar benesses, a quem nunca para lá tinha contribuído, e tudo à custa dos Privados.

Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "Livro NEGRO da Segurança Social", para, de entre outras rubricas, se apurar também o montante actualizado, depois dos "saques" que continuaram de 1997 até hoje.

 Mais, desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE. Então e o Estado desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a SS? Claro que não!...

Outra questão se pode colocar ainda. Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE? Há poucos meses, um conhecido Economista, estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 70.000 Milhões?! Ou seja, pouco menos, do que o Empréstimo da Troika!...

Ainda há dias falando com um Advogado amigo, em Lisboa, ele me dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido. A síntese que fiz, é para que os mais Jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...

Falta falar da CGA dos funcionários públicos, assaltada por políticos sem escrúpulos que dela mamam reformas chorudas sem terem descontado e sem que o estado tenha reposto os fundos do saque dos últimos 20 anos.

Quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao INE.

SEM COMENTÁRIOS... mas com muita revolta.... RECEBI E CÁ ESTOU A REENVIAR !!!

Sabem que, na bancarrota do final do Século XIX que se seguiu ao ultimato Inglês de 1890, foram tomadas algumas medidas de redução das despesas que ainda não vi, nesta conjuntura, e que passo a citar: A Casa Real reduziu as suas despesas em 20%; não vi a Presidência da República fazer algo de semelhante. Os Deputados ficaram sem vencimentos e tinham apenas direito a utilizar gratuitamente os transportes públicos do Estado (na época comboios e navios); também não vi ainda nada de semelhante na atual conjuntura nem nas anteriores do Século XX.

SEM COMENTÁRIOS. Aqui vai a razão pela qual os países do norte da Europa estão a ficar cansados de subsidiar os países do Sul:

Governo Português: 3 Governos (continente e ilhas). 333 deputados (continente e ilhas)- 308 câmaras 4259 freguesias. 1770 vereadores. 30.000 carros 40.000(?), fundações e associações, 500 assessores em Belém, 1284 serviços e institutos públicos.

Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados "per capita" equivalentes à Alemanha, teria de reduzir o seu número em mais de 50%.

ACORDA, POVO! ESTAS, SIM, É QUE SÃO AS GORDURAS QUE TÊM DE SER ELIMINADAS E NÃO AS DE QUE O GOVERNO FALA.»

            Um texto a ser meditado e estudado. Por quem de direito. Por um Governo que afirma pretender repor a ordem, pagando a dívida, mas que não foge ao labéu dos anteriores, de proteger os seus boys e as suas gorduras, de proteger os responsáveis pelas vandalizações, onde terá os seus apaniguados, que ameaçam retaliações se não forem tratados com a devida deferência…

Não temos escapa.

2 comentários:

AJS disse...

Hoje tal como no passado, este País tão pequeno continua a ser enganado por gente mesquinha e sem Amor ao próximo. Hoje tal como no passado este Povo não se desenvolve porque é mais fácil colocar as responsabilidades nas mãos de terceiros. Hoje tal como no passado a lição continua por ser apreendida!!!! Ou como diria o Grande Fernando Pessoa - Falta cumprir-se Portugal"...

Ricardo disse...

Não entendo que haja tanta euforia em relação ao que disse a Jonet e depois se bata palmas ao vídeo que, supostamente, terá sido interdito pela tv alemã ao Marcelo. O que se passa é que, penso, o tema peca por tardio. Tivessem mostrado as consequências há 30 anos atrás a um povo maioritariamente iletrado, quando já se previa que esta crise acontecesse, e as coisas poderiam ter sido diferentes. Chamar-se-ia a isso educar. Mas a malta queria mesmo é sentir-se rica – como a Catarina de Bragança que disse que mais vale ser rainha por um dia do que duquesa toda a vida e o João IV lá avançou para reconquistar a nacionalidade perdida para os espanhóis. E deixámo-nos enganar por políticos corrutos e pela nossa ânsia de vir a poder beneficiar por ser amiga deles. Deixámo-nos ir na subsidiodependência.
Os culpados não são as Jonês deste mundo nem a Alemanha ou os alemães – eles queriam ter mais um mercado para se expandir e nós abrimos-lhes as pernas sem pensar, permitindo que nos construissem as estradas para escoar os seus produtos. Deixámos que nos dessem cabo da agricultura, da indústria e das pescas ao imporem-nos as quotas de produção. Ambos, ao passarem o dedo pela ferida, só estão a mostrar o óbvio com vinte anos de atraso. E o marteladas até foi um dos que bem beneficiou com o nosso laxismo - quanto não terá ganho só com os comentários proferidos nas tv's?