A incógnita do amanhã
Entre os mais diversos emails enviados por João Sena - Singapura,
por exemplo, é um desses, de nos deixar siderados de espanto, por tanta
modernidade, asseio, riqueza e beleza criadas pelo Homem - recebi também o que
segue, não sei se da sua autoria, de recolha e escrita de frases retiradas de
revistas femininas, que alguém, talvez ele próprio, se deu ao cuidado de compilar,
para o seu texto humorístico. Resolvi transcrevê-lo, mesmo sem o encanto das
bonitas imagens retiradas dos seus recortes glamorosos de revistas, e embora possa
ofender muita mulher que se preze, ou provocar fictícios êxtases de adeptos
masculinos do “Ó tempo, volta para trás”, de que o autor do texto se faz eco, a crónica sintética não deixa de merecer uma reflexão de
seriedade, quando assistimos, hoje, a um registo social tão amplo de incontinência,
de abandono das normas, de violência a vários níveis.
O artigo revela, nas frases femininas de aparência tonta e
subserviente ao macho-rei, na realidade, toda uma arte muito subtil - bem
inteligente - de atrair e enganar - no fundo manipular - o dono e senhor do
espaço familiar. A figura feminina - rainha do lar - era bem a providência
tutelar do seu mundo, que incluía o acompanhamento escolar dos filhos, num
contexto ideal. Como tal, seria envolvida e protegida pelo homem praticante dos
seus deveres de afecto e providência material a vários níveis, incluindo a
gentileza dos seus presentes à mulher e aos filhos.
Nesse
enquadramento de rigidez de princípios fundamentalistas onde o «O Amante de
Lady Chatterley» de Lawrence, D. H. provocara escândalo, os livros
das Dellys e Magalis preenchiam os horizontes literários de muita mocidade
feminina, como escape de sensualidade e promoção desses preconceitos e
idealismos matrimoniais próprios de uma sociedade machista.
O certo é que a emancipação feminina, com a igualdade estabelecida
pelo emprego, a equiparação intelectual ou material da mulher, trouxe as consequências
bem conhecidas dos tempos de hoje - um acréscimo de trabalho para a mulher, os
filhos entregues mais cedo a instituições estatais, um maior equilíbrio na
distribuição das tarefas familiares, aparentemente uma camaradagem mais sã
entre os casais, ou entre esses e os formados com os divórcios facilitados, uma
precocidade de ensinamento e entrega da rapariga adolescente que marcará muitas
delas negativamente, o sexo humano banalizado - bestializado nas imagens de
tantos filmes televisivos, na equiparação grotesca com a vida animal,
desfazedora de tabus.
E nunca houve tanta brutalidade doméstica como hoje, neste país
sorridente, trazida pela má formação e informação, homem e mulher reivindicando
competências, sem comedimento e sem princípios morais, a hipocrisia das
relações de outrora dando lugar a um confronto actual igualitário e sem classe,
no desgaste frequente das relações entre os casais.
«PORQUE NÃO HAVIA DIVÓRCIOS EM 1950?».
Por ser tabu, decerto, então. Por se ser
hoje mais livre de preconceito, também.
Assunto: PORQUE NÃO HAVIA
DIVÓRCIOS EM 1950...
A todos e todas (aqueles e aquelas) que já esqueceram os
felizes tempos em que homens eram homens e mulheres estavam no seu lugar, de Rainha
do lar, aqui vai este relato que não deixaria nenhum “maometano” indiferente!
OS SAUDOSOS ANOS 50 E 60
Frases retiradas de REVISTAS FEMININAS das décadas de
50 e 60:
1ª- “Não se deve irritar o homem com ciúmes e
dúvidas". (Jornal das
Moças, 1957)
2ª- "Se
desconfiar de infidelidade do marido, a esposa deve redobrar os carinhos e
provas de afecto, sem questioná-lo nunca".
(Revista Claudia, 1962)
Bons tempos...
3ª-“Desordem
na casa de banho, desperta no marido vontade de ir tomar banho fora de
casa". (Jornal das Moças, 1965)
4ª-"A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe
uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias
domésticas". (Jornal das Moças, 1959)
5ª-
"Se o seu marido fuma, não discuta pelo simples facto de deixar cair cinza
no tapete. Espalhe cinzeiros por toda a casa". (Jornal das Moças, 1957)
6ª- "O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimónio. ELE é quem
decide - sempre". (Revista Querida, 1953)
Vejam bem a alegria e o brilho nos olhos da esposa
obediente. Uma verdadeira rainha do lar.
7ª-
"Sempre que o marido sair com os amigos e chegar a altas horas da noite,
espere-o linda, perfumada e dócil". (Jornal das Moças, 1958)
8ª- "É fundamental manter sempre uma aparência impecável diante do
marido". (Jornal das
Moças, 1957)
9ª - "A
esposa deve vestir-se depois de casada, com a mesma elegância de solteira, pois
é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem
presa." (Jornal das
Moças, 1955)
E para terminar...a cereja em cima do bolo:
10ª- "O lugar de mulher é no lar. O trabalho fora de casa
masculiniza". (Revista
Querida, 1955)
CONCLUSÃO: Já não se editam revistas instrutivas como antigamente.
Manda para todas as tuas Amigas
Obs:
Eu só não mandei para a minha mulher porque ela não gosta de recordar as coisas
boas do passado.
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