Foi a respeito das margarinas. Ouvi Passos Coelho falar em margarinas, julguei que se tratasse de Margaridas, como produto de rentabilidade mais propícia a regateio, mas o meu marido confirmou as margarinas e fiquei ciente do valor destas, visto que estavam a ser discutidas. Parece que Sócrates as queria encarecer, Passos Coelho achou que, como artefacto indispensável à população isso não seria justo, não sei se Passos Coelho as usa nos seus refogados e por isso se achou no dever de lhes reduzir o preço, como condição da sua aceitação do próximo Orçamento para a Nação, juntamente com outros produtos, que todos se me varreram da memória, actualmente em mau estado de conservação – a memória, não as margarinas - à excepção destas últimas, que lambareira como sou, uso às vezes nos bolos, e por isso se me fixou no espírito.
Mas eu de facto julgava que a sonoridade do silêncio de Passos Coelho em relação à sua adesão ao OE tinha a ver com uma caixa de surpresas com que iria maravilhar a população e multiplicar os seus votantes nas próximas eleições. Julguei que iria propor como condição sine qua non para tal adesão, que os que roubaram, ou não pagaram os impostos, fossem obrigados a pagá-los e a repor com juros o que roubaram. Os ordenados de afronta fossem obrigados a descer, os múltiplos vencimentos de alguns fossem reduzidos a um só – o maior deles - enfim, as trafulhices fossem desmascaradas e condenadas, a verdade das contas obrigada a ser esclarecida pelo governo, os campos e pescas fossem repostos num outrora mais obreiro, a Educação fosse tornada mais responsável, a Justiça mais justiceira, a seriedade fosse imposta onde ela faltasse.
Mas falou em margarinas, eu ainda pensei que fora troca com Margaridas, já expliquei porquê, e o meu marido considerou que os telhados de vidro são muitos, que eles sabem o que fazem, que ninguém se atreve a exigir tanto de um governo habituado a não saber fazer contas e a impor as contas erradas a um povo que também não estudou a tabuada.
Mas eu de facto julgava que a sonoridade do silêncio de Passos Coelho em relação à sua adesão ao OE tinha a ver com uma caixa de surpresas com que iria maravilhar a população e multiplicar os seus votantes nas próximas eleições. Julguei que iria propor como condição sine qua non para tal adesão, que os que roubaram, ou não pagaram os impostos, fossem obrigados a pagá-los e a repor com juros o que roubaram. Os ordenados de afronta fossem obrigados a descer, os múltiplos vencimentos de alguns fossem reduzidos a um só – o maior deles - enfim, as trafulhices fossem desmascaradas e condenadas, a verdade das contas obrigada a ser esclarecida pelo governo, os campos e pescas fossem repostos num outrora mais obreiro, a Educação fosse tornada mais responsável, a Justiça mais justiceira, a seriedade fosse imposta onde ela faltasse.
Mas falou em margarinas, eu ainda pensei que fora troca com Margaridas, já expliquei porquê, e o meu marido considerou que os telhados de vidro são muitos, que eles sabem o que fazem, que ninguém se atreve a exigir tanto de um governo habituado a não saber fazer contas e a impor as contas erradas a um povo que também não estudou a tabuada.
Porque mesmo que esse que se vê que também quer o palanque não tenha ainda os tais telhados, o seu sonho é pertencer aos que os têm. Por isso se fica nas margarinas – peannuts para os mais poliglotas – e faz alarde com elas para justificar a adesão ao Orçamento para a Nação.
O povo tudo fará para continuar a amparar os tais telhados que, para todos os efeitos, reflectem bem o sol do nosso bonito clima soalheiro que nos abriga, sem nos obrigar.
O povo tudo fará para continuar a amparar os tais telhados que, para todos os efeitos, reflectem bem o sol do nosso bonito clima soalheiro que nos abriga, sem nos obrigar.
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