A minha amiga detestou que eu lhe tivesse ontem deturpado o pensamento, quando pus na sua boca o “coitado, ninguém se lembra que está a concorrer”, como referente ao actual Presidente. Tratava-se, antes, do presidente da AMI, como ela bem frisara, disse, não se tratava do nosso presidente presente - (e futuro, já que todos lhe auguram a vitória, mesmo inglória). Foi por isso que eu atribuí a este a referência da minha amiga, do que peço desculpa e reponho a verdade, que a verdade é para se dizer, e o erro para se emendar, tanto mais que ela achou, com ironia, que uma tal interpretação não abonava os meus créditos intelectuais, o que me esmoreceu.
Quem não tem visibilidade é, pois, na opinião da minha amiga, Fernando Nobre, por muito bons sentimentos que aparente, e não Cavaco, que ela acha que tem – visibilidade – (a esposa também a revelando, na indiscrição dos seus jeitos mimosos de gentil familiaridade), apesar do termo Zezinho que lhe aplicou e que eu logo corroborei, porque sempre me apeteceu enterrar a cabeça na areia, quando, entrevistado, o nosso Cavaco se não descose com notícias, nem se compromete nunca, achando que não lhe compete adiantar-se em considerações ou informações, vê-se que tem um mundo de questões a que não acha conclusões, mas o papel dele não é o de contribuir para as nossas trepidações, preferindo seguir seguro o seu roteiro de ambições, nulo de complicações, referindo apenas as suas preocupações para ganhar as boas intenções das populações.
A minha mãe aproveitou, entretanto, o sol deste dia soalheiro, para cantarolar as velhas cantigas de tempos imemoriais, e, ao transcrevê-las, dedico-as à minha amiga como forma de ultrapassar o contencioso interpretativo:
Já lá vai o sol abaixo
Metido num pucarinho
Já lá vai o brilho todo
Das moças de Cambarinho.
- Mas também pode ser de Vilarinho - explicou a minha mãe, quer por uma questão de harmonia poética, quer por conhecimento das mazelas sociais daquelas terras da sua infância.
Já lá vai o sol abaixo
Metido numa panela
Já lá vai o brilho todo
Das moças de Lourizela.
- Mas também pode ser das de Paradela, insistiu, feliz.
“Tout va bien qui finit bien”.
São agora 8H 30 nocturnas, Cavaco Silva lança a sua candidatura às Presidenciais. Ouvi há pouco a seguinte frase, bem inserida no seu discurso elaborado da maneira correcta e virtuosa de sempre: “Continuarei a falar a verdade aos Portugueses”.
“Já lá vem o sol acima”… a dar-nos a visibilidade de sempre: dos melhores nas causas piores. Podemos descansar.
Quem não tem visibilidade é, pois, na opinião da minha amiga, Fernando Nobre, por muito bons sentimentos que aparente, e não Cavaco, que ela acha que tem – visibilidade – (a esposa também a revelando, na indiscrição dos seus jeitos mimosos de gentil familiaridade), apesar do termo Zezinho que lhe aplicou e que eu logo corroborei, porque sempre me apeteceu enterrar a cabeça na areia, quando, entrevistado, o nosso Cavaco se não descose com notícias, nem se compromete nunca, achando que não lhe compete adiantar-se em considerações ou informações, vê-se que tem um mundo de questões a que não acha conclusões, mas o papel dele não é o de contribuir para as nossas trepidações, preferindo seguir seguro o seu roteiro de ambições, nulo de complicações, referindo apenas as suas preocupações para ganhar as boas intenções das populações.
A minha mãe aproveitou, entretanto, o sol deste dia soalheiro, para cantarolar as velhas cantigas de tempos imemoriais, e, ao transcrevê-las, dedico-as à minha amiga como forma de ultrapassar o contencioso interpretativo:
Já lá vai o sol abaixo
Metido num pucarinho
Já lá vai o brilho todo
Das moças de Cambarinho.
- Mas também pode ser de Vilarinho - explicou a minha mãe, quer por uma questão de harmonia poética, quer por conhecimento das mazelas sociais daquelas terras da sua infância.
Já lá vai o sol abaixo
Metido numa panela
Já lá vai o brilho todo
Das moças de Lourizela.
- Mas também pode ser das de Paradela, insistiu, feliz.
“Tout va bien qui finit bien”.
São agora 8H 30 nocturnas, Cavaco Silva lança a sua candidatura às Presidenciais. Ouvi há pouco a seguinte frase, bem inserida no seu discurso elaborado da maneira correcta e virtuosa de sempre: “Continuarei a falar a verdade aos Portugueses”.
“Já lá vem o sol acima”… a dar-nos a visibilidade de sempre: dos melhores nas causas piores. Podemos descansar.
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