Desta vez fui eu que estranhei que a minha amiga, que tudo mostra saber de notícias e de escândalos – termos que neste momento passaram a ser sinónimos - não tivesse ouvido a trágica notícia da morte de catorze alemães causada pela ingestão de pepinos espanhóis.
Eu vira as imagens e notara que os pepinos eram muito compridos e estreitos, pendurados nos pepineiros espanhóis. Comentei que achava os nossos pepinos mais normais, pequenos, à medida das nossas posses, e a minha amiga, impressionada com as mortes germânicas, acrescentou:
- Olha, o que vale é que a gente não exporta!
Eu defendi patrioticamente os nossos pepinos, como produto sem bactérias venenosas, tratadas no rico sol nacional, que, mesmo que os exportássemos, eu tinha a certeza de que não causariam mossa na saúde de nenhum alemão. E fora, provavelmente, porque a U. E. nos impedira de os exportarmos por falta de tamanho e trato adequados, por meio de pesticidas, de preço incomportável nas nossas pepineiras, que usamos os nossos pepinos só para consumo nacional, e sem percalços para a nossa saúde, apesar das ditas pepineiras, que até temos em excesso, dentre as diversas coisas em excesso que produzimos, no nosso fértil solo nacional, banhado de luz e cor.
Mas a minha amiga observou amedrontada:
- Olha, está uma pessoa muito bem a conversar, e daqui a pouco está morta, porque comeu pepinos espanhóis!
E prosseguiu muito derrotista:
- Eu estou convencida é que a gente não come nada que nos faça bem!
Eu vi naquilo a mania dela das elegâncias e censurei-a com preceito, não direi que sem algum despeito, por não lhe chegar aos calcanhares na silhueta, mas ela concluiu melancólica:
- Eu tenho um medo da salada! É tudo perigoso.
Não percebi bem a que salada se referia. Que a minha amiga às vezes baralha.
Eu vira as imagens e notara que os pepinos eram muito compridos e estreitos, pendurados nos pepineiros espanhóis. Comentei que achava os nossos pepinos mais normais, pequenos, à medida das nossas posses, e a minha amiga, impressionada com as mortes germânicas, acrescentou:
- Olha, o que vale é que a gente não exporta!
Eu defendi patrioticamente os nossos pepinos, como produto sem bactérias venenosas, tratadas no rico sol nacional, que, mesmo que os exportássemos, eu tinha a certeza de que não causariam mossa na saúde de nenhum alemão. E fora, provavelmente, porque a U. E. nos impedira de os exportarmos por falta de tamanho e trato adequados, por meio de pesticidas, de preço incomportável nas nossas pepineiras, que usamos os nossos pepinos só para consumo nacional, e sem percalços para a nossa saúde, apesar das ditas pepineiras, que até temos em excesso, dentre as diversas coisas em excesso que produzimos, no nosso fértil solo nacional, banhado de luz e cor.
Mas a minha amiga observou amedrontada:
- Olha, está uma pessoa muito bem a conversar, e daqui a pouco está morta, porque comeu pepinos espanhóis!
E prosseguiu muito derrotista:
- Eu estou convencida é que a gente não come nada que nos faça bem!
Eu vi naquilo a mania dela das elegâncias e censurei-a com preceito, não direi que sem algum despeito, por não lhe chegar aos calcanhares na silhueta, mas ela concluiu melancólica:
- Eu tenho um medo da salada! É tudo perigoso.
Não percebi bem a que salada se referia. Que a minha amiga às vezes baralha.
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