Eis o
comentário que pus no artigo de Isaías Afonso publicado no “A Bem da Nação”,
sobre Cunhal e Salazar - «TUDO É POSSIVEL NO MUNDO DO CULTO DA
PERSONALIDADE»:
«É
bastante injusto para Salazar um tal paralelo entre a sua figura de estadista patriota,
que ergueu uma nação escalavrada, pese embora a sua visão estreita
relativamente ao sentido medieval de disparidade entre as classes, que não
alterou – como, aliás, o não fizeram os predecessores, até mesmo os orientados
segundo os parâmetros igualitários da Revolução Francesa - e a figura não direi
satânica de Cunhal, mas de olhos faiscando de crueldade e determinação, quase
diria maoísta, de subverter todo um mundo anterior pela tábua rasa liquidante
dos desníveis sociais, provavelmente para se impor ele e os do partido sobre a
campina social docilizada.
Isaías
Afonso faz um breve retrato que tudo abrange, de facetas específicas desse
chefe de um partido de sombra que pouco mais fez do que incitar
antipatrioticamente o seu rebanho à revolta e à anarquia. E os filhos desse continuam,
felizes, na sua oposição palreira e destrutiva, indiferentes ao sentido pátrio,
privilegiando o sentido massa popular, e só porque essa segue mais ordeiramente,
rebanho amestrado, o varapau do pastor.
Foi
contra os traidores à Pátria que Salazar lutou. Mas não fez só isso, sabem-no
todos e calam-no, com esperteza. Por esse motivo também a Ponte Salazar mudou
de nome. À maneira dos nomes portugueses que nas ex-colónias foram mudados para
nomes dos heróis e heroínas das novas nacionalidades.
Que não
nos distinguimos dos africanos na questão da mudança dos nomes. E em muitas outras
características por vezes apelidadas de terceiromundistas.»
Eis o texto
de Isaías Afonso, de uma grande justeza de conceito:
«TUDO É
POSSIVEL NO MUNDO DO CULTO DA PERSONALIDADE»
»Gostaria de colocar à
consideração de quem me lê o que se pode pensar de Álvaro Cunhal, o politico
líder do PCP que fez da sua vida uma luta constante contra o regime autoritário
de Salazar.
Dizem os apaniguados do
comunismo que procurava a liberdade para o Povo Português agrilhoado que vivia
pelo regime salazarista.
Lendo ou ouvindo as
palavras do desaparecido Cunhal fica-se com a impressão da grandeza de alma de
tal lutador, pensando-se que procuraria implantar um regime em que houvesse
liberdade de expressão, pensamento e opinião, que houvesse vários partidos
políticos que fossem o resultado das várias sensibilidades da "res
publica" e que fosse autorizado o direito da propriedade privada, que
acabasse com a exploração do homem pelo homem, etc.
Se se desconhecesse
totalmente o que se passava no mundo comunista, como acontecia durante o regime
de Salazar, poder-se-ia acreditar piamente nas palavras e nas acções de Cunhal
o qual preconizava a defesa dos trabalhadores contra a exploração desenfreada
do capitalismo sem rosto humano.
O 25 de Abril tem a marca
da luta comunista em Portugal. Começou nesse dia a conhecer-se os objectivos da
"liberdade de Cunhal". Essa liberdade traduzia-se numa democracia
popular, com o desaparecimento de todos os partidos, excepto o partido
comunista, que se procurava implantar a ditadura do proletariado e que a luta
de classes degeneraria na supressão de todas as classes para só ficar aquela
que obedecesse cegamente à ideologia comunista.
A greve seria proibida,
não haveria liberdade de expressão, pensamento e opinião e estaríamos perante
um partido-estado ou um estado-partido pois um e outro confundiam-se.
Esta situação veio a provar-se sem quaisquer dúvidas, quando se iniciou a queda do Muro de Berlim, na data simbólica de 9 de Novembro de 1989, que levou posteriormente à unificação da Alemanha e à queda da URSS e seus satélites, que passaram da democracia popular de partido único para uma democracia representativa de Estado de Direito, que respeita os direitos fundamentais do Homem. Tudo isto resultado da Perestroika e da Glasnost de Gorby.
Aliás, também houve anteriormente conhecimento da intervenção do Secretário Geral do Partido Comunista Nikita Khrushchov no Congresso em que denunciou os crimes do estalinismo.
Esta situação veio a provar-se sem quaisquer dúvidas, quando se iniciou a queda do Muro de Berlim, na data simbólica de 9 de Novembro de 1989, que levou posteriormente à unificação da Alemanha e à queda da URSS e seus satélites, que passaram da democracia popular de partido único para uma democracia representativa de Estado de Direito, que respeita os direitos fundamentais do Homem. Tudo isto resultado da Perestroika e da Glasnost de Gorby.
Aliás, também houve anteriormente conhecimento da intervenção do Secretário Geral do Partido Comunista Nikita Khrushchov no Congresso em que denunciou os crimes do estalinismo.
Cunhal era um estalinista
convicto e nunca mudou a sua posição em relação às façanhas do comunismo
soviético, nomeadamente o apoio à Invasão da Hungria e da Checoslováquia pelas
tropas do Pacto de Varsóvia, países que queriam um socialismo de rosto humano.
Cunhal foi um feroz
opositor a Gorby e apoiou a tentativa de golpe na URSS contra Yeltsin para o
regresso ao "status quo" anterior.
Assistimos aos milhões de
pessoas a saltar os arames farpados com que os regimes comunistas se protegiam,
evitando a liberdade de circulação a quem desejasse sair da alçada do
comunismo.
Nesta perspectiva, é
inconcebível que as promessas comunistas continuem a ser aquelas que
contribuíram para o desaparecimento da Pátria-Mãe do Comunismo, ou seja a URSS
e que ainda existam portugueses a prestar vassalagem à figura dum ditador que
nunca escondeu de o ser ou de o querer ser.
ESTUDOS JÁ FORAM FEITOS
EM QUE SE COMPARA SALAZAR A CUNHAL OU VICE VERSA. O QUE TÊM DE COMUM? AMBOS SAO
DITADORES.
TUDO É POSSIVEL NO MUNDO
DO CULTO DA PERSONALIDADE»
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