quarta-feira, 5 de junho de 2013

Paralelo inaceitável


Eis o comentário que pus no artigo de Isaías Afonso publicado no “A Bem da Nação”, sobre Cunhal e Salazar - «TUDO É POSSIVEL NO MUNDO DO CULTO DA PERSONALIDADE»:

«É bastante injusto para Salazar um tal paralelo entre a sua figura de estadista patriota, que ergueu uma nação escalavrada, pese embora a sua visão estreita relativamente ao sentido medieval de disparidade entre as classes, que não alterou – como, aliás, o não fizeram os predecessores, até mesmo os orientados segundo os parâmetros igualitários da Revolução Francesa - e a figura não direi satânica de Cunhal, mas de olhos faiscando de crueldade e determinação, quase diria maoísta, de subverter todo um mundo anterior pela tábua rasa liquidante dos desníveis sociais, provavelmente para se impor ele e os do partido sobre a campina social docilizada.

Isaías Afonso faz um breve retrato que tudo abrange, de facetas específicas desse chefe de um partido de sombra que pouco mais fez do que incitar antipatrioticamente o seu rebanho à revolta e à anarquia. E os filhos desse continuam, felizes, na sua oposição palreira e destrutiva, indiferentes ao sentido pátrio, privilegiando o sentido massa popular, e só porque essa segue mais ordeiramente, rebanho amestrado, o varapau do pastor.
 
Foi contra os traidores à Pátria que Salazar lutou. Mas não fez só isso, sabem-no todos e calam-no, com esperteza. Por esse motivo também a Ponte Salazar mudou de nome. À maneira dos nomes portugueses que nas ex-colónias foram mudados para nomes dos heróis e heroínas das novas nacionalidades.

Que não nos distinguimos dos africanos na questão da mudança dos nomes. E em muitas outras características por vezes apelidadas de terceiromundistas.»

Eis o texto de Isaías Afonso, de uma grande justeza de conceito:


«TUDO É POSSIVEL NO MUNDO DO CULTO DA PERSONALIDADE»

»Gostaria de colocar à consideração de quem me lê o que se pode pensar de Álvaro Cunhal, o politico líder do PCP que fez da sua vida uma luta constante contra o regime autoritário de Salazar.

Dizem os apaniguados do comunismo que procurava a liberdade para o Povo Português agrilhoado que vivia pelo regime salazarista.

Lendo ou ouvindo as palavras do desaparecido Cunhal fica-se com a impressão da grandeza de alma de tal lutador, pensando-se que procuraria implantar um regime em que houvesse liberdade de expressão, pensamento e opinião, que houvesse vários partidos políticos que fossem o resultado das várias sensibilidades da "res publica" e que fosse autorizado o direito da propriedade privada, que acabasse com a exploração do homem pelo homem, etc.

Se se desconhecesse totalmente o que se passava no mundo comunista, como acontecia durante o regime de Salazar, poder-se-ia acreditar piamente nas palavras e nas acções de Cunhal o qual preconizava a defesa dos trabalhadores contra a exploração desenfreada do capitalismo sem rosto humano.

O 25 de Abril tem a marca da luta comunista em Portugal. Começou nesse dia a conhecer-se os objectivos da "liberdade de Cunhal". Essa liberdade traduzia-se numa democracia popular, com o desaparecimento de todos os partidos, excepto o partido comunista, que se procurava implantar a ditadura do proletariado e que a luta de classes degeneraria na supressão de todas as classes para só ficar aquela que obedecesse cegamente à ideologia comunista.

A greve seria proibida, não haveria liberdade de expressão, pensamento e opinião e estaríamos perante um partido-estado ou um estado-partido pois um e outro confundiam-se.

Esta situação veio a provar-se sem quaisquer dúvidas, quando se iniciou a queda do Muro de Berlim, na data simbólica de 9 de Novembro de 1989, que levou posteriormente à unificação da Alemanha e à queda da URSS e seus satélites, que passaram da democracia popular de partido único para uma democracia representativa de Estado de Direito, que respeita os direitos fundamentais do Homem. Tudo isto resultado da Perestroika e da Glasnost de Gorby.

Aliás, também houve anteriormente conhecimento da intervenção do Secretário Geral do Partido Comunista Nikita Khrushchov no Congresso em que denunciou os crimes do estalinismo.

Cunhal era um estalinista convicto e nunca mudou a sua posição em relação às façanhas do comunismo soviético, nomeadamente o apoio à Invasão da Hungria e da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia, países que queriam um socialismo de rosto humano.

Cunhal foi um feroz opositor a Gorby e apoiou a tentativa de golpe na URSS contra Yeltsin para o regresso ao "status quo" anterior.

Assistimos aos milhões de pessoas a saltar os arames farpados com que os regimes comunistas se protegiam, evitando a liberdade de circulação a quem desejasse sair da alçada do comunismo.

Nesta perspectiva, é inconcebível que as promessas comunistas continuem a ser aquelas que contribuíram para o desaparecimento da Pátria-Mãe do Comunismo, ou seja a URSS e que ainda existam portugueses a prestar vassalagem à figura dum ditador que nunca escondeu de o ser ou de o querer ser.

ESTUDOS JÁ FORAM FEITOS EM QUE SE COMPARA SALAZAR A CUNHAL OU VICE VERSA. O QUE TÊM DE COMUM? AMBOS SAO DITADORES.

TUDO É POSSIVEL NO MUNDO DO CULTO DA PERSONALIDADE»

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