São de Isaías Afonso as excelentes
páginas de síntese crítica da nossa história nacional, publicadas no blog “A
Bem da Nação”. Sobre a formação e vicissitudes de um império marítimo que se
desmoronou, trazendo, em consequência, a nossa redução pecuniária com,
portuguesinhos resistentes, uma ampliação de ambições e corrupções à medida não
das nossas reduzidas posses mas de uma alargada e progressiva dimensão na enxurrada
da perda de escrúpulos engravatada, em clima de impunidade.
Páginas
da nossa história, páginas da nossa desesperança, do nosso medo, da nossa
poltronaria contra os actuais líderes dos movimentos de revolta em peso, que se
saracoteiam rosnando em pujança, vaidosos dos rebanhos que angariaram para mais
depressa liquidarem a nação:
«Portugal
começou a ter a "noção de império" com o nosso monarca D. João II,
quando adoptou a "Doutrina do Mare Clausum", isto é, ninguém podia
navegar nos mares descobertos pelos portugueses, sem autorização do rei de
Portugal, e a "Politica de Sigilo",em que ninguém podia divulgar os
mares onde Portugal navegava nem dar a conhecer a cartografia portuguesa.
O próprio Tratado de
Tordesilhas só foi possível alargar o espaço a nosso favor, contrariamente ao
que pretendiam os Reis Católicos de Espanha, pelo conhecimento que possuímos
das regiões onde as nossas naus sulcavam os mares.
Esta noção ou a "questão colonial" nunca esteve ausente das nossas revoluções e o titulo atribuído a D. Manuel I apenas consolida essa noção, alargando o titulo simples de D. Afonso III, Rei de Portugal e dos Algarves, até ao de Senhor do Comércio e da Navegação, da Guiné, da Arábia, da Pérsia e da Índia.
Vejamos as nossas revoluções principais e acontecimentos históricos sempre ligados ao problema colonial.
Esta noção ou a "questão colonial" nunca esteve ausente das nossas revoluções e o titulo atribuído a D. Manuel I apenas consolida essa noção, alargando o titulo simples de D. Afonso III, Rei de Portugal e dos Algarves, até ao de Senhor do Comércio e da Navegação, da Guiné, da Arábia, da Pérsia e da Índia.
Vejamos as nossas revoluções principais e acontecimentos históricos sempre ligados ao problema colonial.
Comecemos por 1640 que
levou à expulsão de Filipe III de Portugal e IV de Espanha. A governação
filipina tinha abandonado a defesa das nossas colónias e uma parte do Brasil,
de Angola e de S. Tomé já se encontravam na posse dos holandeses. Assim, fez-se
a revolução não só para expulsar o Filipe, mas também para recuperar esses
territórios. Os próprios " colonos brasileiros" libertam o Brasil e
pagam as despesas da armada de Salvador Correia de Sá e Benevides que vai
libertar Angola. Os holandeses abandonam S. Tomé, quando têm conhecimento da
queda de Angola. Voltava, deste modo, à posse portuguesa o "Triângulo da
Escravatura".
Vejamos a Revolução de 1820 dirigida pelo Juiz Desembargador do Tribunal da Relação do Porto, Manuel Fernandes Tomás, com o apoio da Loja Maçónica Sinédrio. A intenção da revolução não era apenas expulsar o inglês William Beresford, substituir a Monarquia Absoluta pela Monarquia Constitucional, mas havia igualmente subjacente uma "questão colonial".Estamos convencidos que já em 1817,com a tentativa do General Gomes Freire de Andrade, enforcado nos Campos Mártires da Pátria, havia as mesmas intenções. A Família Real abandonara Portugal, quando das Invasões Napoleónicas, a caminho do Brasil. A longa permanência neste território levou à elevação do Brasil à categoria de Reino. As transacções comerciais já se faziam directamente com a Europa sem passar por Portugal, o que prejudicou claramente os interesses burgueses do nosso país. A Família Real foi obrigada a regressar a Portugal e o Brasil voltou a ser colónia, sendo restabelecido o anterior circuito comercial. É verdade que foi de curta duração, pois o Grito do Ipiranga levou à Independência do Brasil em 1822 e ao seu reconhecimento em 1825.
Analisemos a implantação da República em 5 de Outubro de 1910.Ela resultou das dificuldades de governação da Monarquia Constitucional, mas igualmente derivou dum "problema colonial", relacionado com o Ultimatum Inglês de 1890 ou com a "Questão do Mapa Cor de Rosa". O território entre Angola e Moçambique era pertença de Portugal, onde tínhamos uma pequena presença militar. O território era conhecido pelo Chire, nome do rio, e que dava acesso ao Chinde. A Inglaterra pretendeu construir uma linha de caminho de ferro, desde o Cabo até ao Cairo, a qual atravessaria a região citada. Deu 48 horas ao nosso Rei D. Carlos para abandonarmos aquela região, pois ser-nos-ia declarada guerra, se o não fizéssemos. O monarca cedeu, mandando retirar a força militar. Os partidários da República aproveitaram a fraqueza do monarca e armaram a mão do Buiça, que assassinou o Rei e o filho mais velho Luis Filipe, ferindo também D. Manuel, no Terreiro do Paço, quando o monarca regressava duma caçada em Vila Viçosa. O novo Rei não resistiu à Revolta de 5 de Outubro de 1910,onde a Loja Maçónica Carbonária teve real influência.
Aproveitemos também o caso da Primeira Guerra Mundial relacionada com as colónias portuguesas. A Primeira República, durante o conflito, sempre defendeu os nossos territórios de África duma possível investida alemã. Por esse motivo, Afonso Costa foi à Conferência de Versailles, depois do final da guerra, exigir o pagamento de indemnizações de guerra à Alemanha, citando a nossa presença em La Lys e a defesa das colónias portuguesas. Na primeira República apenas um deputado fez uma proposta da venda de Angola, que foi rejeitada.
Vejamos a Revolução de 1820 dirigida pelo Juiz Desembargador do Tribunal da Relação do Porto, Manuel Fernandes Tomás, com o apoio da Loja Maçónica Sinédrio. A intenção da revolução não era apenas expulsar o inglês William Beresford, substituir a Monarquia Absoluta pela Monarquia Constitucional, mas havia igualmente subjacente uma "questão colonial".Estamos convencidos que já em 1817,com a tentativa do General Gomes Freire de Andrade, enforcado nos Campos Mártires da Pátria, havia as mesmas intenções. A Família Real abandonara Portugal, quando das Invasões Napoleónicas, a caminho do Brasil. A longa permanência neste território levou à elevação do Brasil à categoria de Reino. As transacções comerciais já se faziam directamente com a Europa sem passar por Portugal, o que prejudicou claramente os interesses burgueses do nosso país. A Família Real foi obrigada a regressar a Portugal e o Brasil voltou a ser colónia, sendo restabelecido o anterior circuito comercial. É verdade que foi de curta duração, pois o Grito do Ipiranga levou à Independência do Brasil em 1822 e ao seu reconhecimento em 1825.
Analisemos a implantação da República em 5 de Outubro de 1910.Ela resultou das dificuldades de governação da Monarquia Constitucional, mas igualmente derivou dum "problema colonial", relacionado com o Ultimatum Inglês de 1890 ou com a "Questão do Mapa Cor de Rosa". O território entre Angola e Moçambique era pertença de Portugal, onde tínhamos uma pequena presença militar. O território era conhecido pelo Chire, nome do rio, e que dava acesso ao Chinde. A Inglaterra pretendeu construir uma linha de caminho de ferro, desde o Cabo até ao Cairo, a qual atravessaria a região citada. Deu 48 horas ao nosso Rei D. Carlos para abandonarmos aquela região, pois ser-nos-ia declarada guerra, se o não fizéssemos. O monarca cedeu, mandando retirar a força militar. Os partidários da República aproveitaram a fraqueza do monarca e armaram a mão do Buiça, que assassinou o Rei e o filho mais velho Luis Filipe, ferindo também D. Manuel, no Terreiro do Paço, quando o monarca regressava duma caçada em Vila Viçosa. O novo Rei não resistiu à Revolta de 5 de Outubro de 1910,onde a Loja Maçónica Carbonária teve real influência.
Aproveitemos também o caso da Primeira Guerra Mundial relacionada com as colónias portuguesas. A Primeira República, durante o conflito, sempre defendeu os nossos territórios de África duma possível investida alemã. Por esse motivo, Afonso Costa foi à Conferência de Versailles, depois do final da guerra, exigir o pagamento de indemnizações de guerra à Alemanha, citando a nossa presença em La Lys e a defesa das colónias portuguesas. Na primeira República apenas um deputado fez uma proposta da venda de Angola, que foi rejeitada.
As promessas dos aliados aos povos que ajudaram no conflito foram as independências das colónias. Chamaram a esse facto os "Ventos da História". O termo "colonização", de forte conotação cultural e civilizacional, foi substituído por "colonialismo", com implicações "imperialistas" de domínio e exploração. A colonização é posta em causa precisamente pelos países, de grande potência militar, nomeadamente a ex-URSS, os USA, a China e vários países europeus. Duma forma geral, todos possuíam colónias, a que chamavam zonas de influência estratégica. Sobressaíam a URSS com os países satélites sob o seu domínio e os USA também com "la main mise" sobre países tutelados politica e economicamente.
Fazem-se descolonizações
apressadas, a chamada segunda vaga de descolonizações, depois de alguns
conflitos com os descolonizados e a normalidade nunca mais voltou aos novos independentes,
onde predominaram ditaduras cada vez mais sanguinárias.
Portugal recusou a
independência das suas colónias ou das suas Províncias Ultramarinas ou Estados,
dentro do princípio do seu "DESIGNIO NACIONAL" que já vinha desde D.
João II.
O Estado da Índia é
invadido pelas tropas do Pandit Nehru e Goa, Damão, Diu, Dadrá e Nagar Aveli
são ocupados pela força, apesar da heroicidade dum Aniceto do Rosário ou de
termos ganho a questão da Índia no Tribunal da Haia. O direito da força
sobrepôs-se à força do direito.
O processo de
descolonização cingiu-se a passar o poder de Portugal para movimentos
comunistas, como o PAIGC, o MDLSTP, o MPLA, a FRELIMO e a FRETILIN,
desprezando-se outros movimentos como a UNITA e FNLA, a RENAMO ou a UDT e
APODETI.A guerra continuou em Angola, em Moçambique e em Timor e na
Amputar
o espaço geográfico e económico num ano criou a indigência de Portugal e
situações ditatoriais nos descolonizados.
Mas quem é que quer fazer
sacrifícios nos tempos que decorrem, quando habituaram os portugueses à riqueza
virtual???
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