É o que julgo ser, ao
enviar estes dados para o meu blog, com uma pena infinita de que o texto que me
chegou por email seja o que diz. Sou das que pensa que não teve razão o Estado
quando me aumentou bastante o vencimento, com dinheiro que não nos pertencia, e
que se foi acomodando nas descidas mensais, para colaborar no ressarcimento da
dívida pública. Mas o texto do e-mail agonia-me, e concordo com a indignação de
quem o escreveu, seja de que partido for. O texto é o seguinte, não requer
explicações:
«O Saramago é que tem
razão»
«2014 aumento global
de 4,99% nos vencimentos dos deputados.
Dá
para acreditar? Precisamente no dia
em que recebemos a informação sobre a CES (Contribuição Extraordinária de
Solidariedade) que de extraordinária não têm nada. Leia com atenção este abuso
descarado... Foi aprovado por unanimidade!. Ninguém na Assembleia da República
contestou !!!!!
«A
notícia é mesmo verdadeira e vem no Diário da República.
O
orçamento para o funcionamento da Assembleia da República foi já aprovado em
25 de Outubro passado, fomos ver e notámos logo, contudo já sem surpresa, que
as despesas e os vencimentos previstos com os deputados e demais pessoal
aumentam para 2014.
Mais
uma vez, como é já conhecido e sabido, a Assembleia da República dá o mau
exemplo do despesismo público e, pelos vistos, não tem emenda.
Em
relação ao ano em curso de 2013, o Orçamento para o funcionamento da
Assembleia da República para 2014 prevê um aumento global de 4,99% nos
vencimentos dos deputados, passando estes de 9.803.084 € para 10.293.000,00
€.
Mais
estranho ainda é a verba relativa aos subsídios de férias de natal que,
relativamente ao orçamento para o ano de 2013, beneficia de um aumento de 91,8%,
passando, portanto, de 1.017.270,00 € no orçamento relativo a 2013 para
1.951.376,00 € no orçamento para 2014 (são 934.106,00 € a mais em relação ao
ano anterior!).
Este
brutal aumento não tem mesmo qualquer explicação racional, ainda assim fomos
consultar a respetiva legislação para ver a sua fórmula de cálculo e não
vimos nenhuma alteração legal desde o ano de 2004, pelo que não conseguimos
mesmo saber as causas e explicações para tanto..
Basta
ir ao respetivo documento do orçamento da Assembleia da República para 2014
e, no capítulo das despesas, tomar atenção à rubrica 01.01.14, está lá para
se ver.
Já
as despesas totais com remunerações certas e permanentes com a totalidade do
pessoal, ou seja, os deputados, assistentes, secretárias e demais assessores,
ao serviço da Assembleia da República aumentam 5,4%, somando o total €
44.484.054.
Os
partidos políticos também vão receber em 2014 a título de subvenção política
e para campanhas eleitorais o montante de € 18.261.459.
Os
grupos parlamentares ainda recebem uma subvenção própria de 880.081,00 €,
sendo a subvenção só para despesas de telefone e telemóveis a quantia de
200.945,00 €.
É
ver e espantar!
Caso
tenham dúvidas é só consultarem o D.R., 1.ª Série, n.º 226, de 21/11/2013,
relativo ao orçamento de 2014, e o D.R., 1.ª Série, n.º 222, de 16/11/2012,
relativamente ao orçamento de 2013.
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Foram eles os
beneficiários…»
Por isso, Saramago tem
razão quando escreveu:
«Portugal não tem
partidos de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem
para roubar juntos.»
Serei advogada do
diabo, ao tornar-me porta-voz da voz colérica que se pode intuir na escrita
acima. É uma desilusão grande para mim, que acreditei no rigor e escrúpulo de
quem governa, embora sofrendo com a dilapidação a que esses vão sujeitando a
organização do nosso país, vendido a retalho. Barato, pois não cobre dívida
nenhuma!...
Continuaremos a
dilapidar… “até que a voz nos doa”. Que a consciência nunca doerá, de rija que é.
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