A minha amiga é muito intensa nas emoções que lança para cima de mim, que me limito a tomar nota sem tomar partido, ocupada que estou a transcrevê-las nos registos do multibanco ou nos das compras do Pingo Doce, quando não nos guardanapos de papel do café, quando me esqueço de levar o bloco dos apontamentos.
Há dias, a propósito de uma frase de João Pereira Coutinho num artigo de jornal “Cavaco não faz favores a Sócrates retirando-o do grelhador”, discordou: “Vai deixar assá-lo em lume brando”. Eu nem entendi bem, pois não vejo Sócrates deixando-se grelhar, acho que nós é que vamos crestando, cada vez mais esturricados no calor das refregas inúteis. Foi, salvo erro, em Braga que discursou e atacou como sempre, tonitruantemente, devolvendo as paradas, como no início do seu primeiro mandato. Vai tudo bem com ele, ele acha que está a trabalhar bem, mesmo que lhe demonstrem que há muita gente aí sem trabalho, que as escolas se estão a transformar em campos de refregas e desleixo, que os Magalhães foram atribuídos sem concurso, que em cada dia que passa a dívida cresce monstruosamente, que... O que se ouviu em Braga foi o discurso do ataque e da vitória, de um homem com grande capacidade oratória, que sabe criar esperança nos leigos como nós as duas, que tanto precisamos dela, como tantos outros como nós, que p+recisam de acreditar nas histórias das boas fadas madrinhas.
Mas hoje a minha amiga vinha de cabeça perdida, fresca a memória de notícias recentes, que nem tenho ouvido, no desequilíbrio actual dos meus afazeres:
- Eu quero dizer mal dos padres, mas tenho medo de ser castigada. Destruíram vidas durante séculos. A minha pele fica arrepiada. Os padres sempre a proibir que se soubesse. Foi preciso chegar ao século XXI, para se fazer justiça em quase todos os países do mundo. E Portugal é um deles. Um dos que fez vista grossa foi o irmão do papa Bento XVI, Ratzinger como este enquanto Cardeal. Até filmes que esses fulanos têm, a comunicação social está a mostrá-los. Deve ser dos crimes maiores que se cometem. Pois em Portugal todos os dias aparecem notícias dessas. Uma rapariga de doze anos abusada sexualmente por uma série de fulanos. Mas só cinco é que foram condenados. Eu não quero acreditar naquilo! Como é possível nos Açores!? Aqueles seres humanos podem vir cá para fora? Mete-me tanta raiva! Eu acho que o mundo inteiro devia rezar para haver um deus para estas crianças. O castigo? Cortar rente? Mas a doença é na cabeça!
A minha amiga queria que eu compartilhasse da sua opinião sobre o crime e o castigo. Eu falei no marquês de Sade que também se divertia a matar as crianças, depois das suas orgias. Repugnante, sim. E antigo, como o mundo. Mas não acredito que se faça justiça, num mundo cada vez mais perverso e cada vez mais adverso nos desequilíbrios sociais cada vez mais fundos. Pobres, sobretudo, das crianças pobres!
Mas ainda bem que a comunicação social dá o alerta. Até quando e até onde poderá fazê-lo? Afinal, o processo da Casa Pia ficou na prateleira!
Há dias, a propósito de uma frase de João Pereira Coutinho num artigo de jornal “Cavaco não faz favores a Sócrates retirando-o do grelhador”, discordou: “Vai deixar assá-lo em lume brando”. Eu nem entendi bem, pois não vejo Sócrates deixando-se grelhar, acho que nós é que vamos crestando, cada vez mais esturricados no calor das refregas inúteis. Foi, salvo erro, em Braga que discursou e atacou como sempre, tonitruantemente, devolvendo as paradas, como no início do seu primeiro mandato. Vai tudo bem com ele, ele acha que está a trabalhar bem, mesmo que lhe demonstrem que há muita gente aí sem trabalho, que as escolas se estão a transformar em campos de refregas e desleixo, que os Magalhães foram atribuídos sem concurso, que em cada dia que passa a dívida cresce monstruosamente, que... O que se ouviu em Braga foi o discurso do ataque e da vitória, de um homem com grande capacidade oratória, que sabe criar esperança nos leigos como nós as duas, que tanto precisamos dela, como tantos outros como nós, que p+recisam de acreditar nas histórias das boas fadas madrinhas.
Mas hoje a minha amiga vinha de cabeça perdida, fresca a memória de notícias recentes, que nem tenho ouvido, no desequilíbrio actual dos meus afazeres:
- Eu quero dizer mal dos padres, mas tenho medo de ser castigada. Destruíram vidas durante séculos. A minha pele fica arrepiada. Os padres sempre a proibir que se soubesse. Foi preciso chegar ao século XXI, para se fazer justiça em quase todos os países do mundo. E Portugal é um deles. Um dos que fez vista grossa foi o irmão do papa Bento XVI, Ratzinger como este enquanto Cardeal. Até filmes que esses fulanos têm, a comunicação social está a mostrá-los. Deve ser dos crimes maiores que se cometem. Pois em Portugal todos os dias aparecem notícias dessas. Uma rapariga de doze anos abusada sexualmente por uma série de fulanos. Mas só cinco é que foram condenados. Eu não quero acreditar naquilo! Como é possível nos Açores!? Aqueles seres humanos podem vir cá para fora? Mete-me tanta raiva! Eu acho que o mundo inteiro devia rezar para haver um deus para estas crianças. O castigo? Cortar rente? Mas a doença é na cabeça!
A minha amiga queria que eu compartilhasse da sua opinião sobre o crime e o castigo. Eu falei no marquês de Sade que também se divertia a matar as crianças, depois das suas orgias. Repugnante, sim. E antigo, como o mundo. Mas não acredito que se faça justiça, num mundo cada vez mais perverso e cada vez mais adverso nos desequilíbrios sociais cada vez mais fundos. Pobres, sobretudo, das crianças pobres!
Mas ainda bem que a comunicação social dá o alerta. Até quando e até onde poderá fazê-lo? Afinal, o processo da Casa Pia ficou na prateleira!
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