Uma boa análise de António da Cunha Duarte
Justo que, acreditando que chegou a hora da mudança no
conceito de Justiça, parece aceitar esse facto como possível, em face de novas
premissas, que vão tentando desvendar uma política de mistérios feita
anteriormente, os quais possibilitaram o estado a que chegámos de absurdo
desprezo pela condição humana e pelo sentido pátrio, no desvio sem trégua aos
valores de uma moral de racionalidade e humanismo. Não sei se chegou a hora do
arrependimento e da mudança. O artigo de Duarte Justo assim se intitula mas
aponta para uma doença crónica que provocou «um modo de vida individual e
nacional generalizado». Quando se deu a revolução, e o PREC se
instalou, como forças implacáveis de esquerda, os assaltos, as ocupações, os
saneamentos, os roubos, faziam-se às claras aparentemente para benefício
popular. Não deixou de ser extorsão à grande e bem à portuguesa. A mudança
trouxe o hábito, que, aliás, a nossa incultura sempre possibilitou, e que se
instalou nos provérbios populares citados por Duarte Justo: «A
sabedoria popular revela uma certa propensão para a corrupção, na maneira como,
quase com afecto e compreensão repete: "Quem parte e reparte e não fica
com a maior parte, ou é tolo ou não tem arte"; outro provérbio popular do
género: "Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão". Pelos
vistos esta “sabedoria” é ancestral. Uma doença crónica torna-se muito difícil
de curar.» Os governantes
seguintes não deixaram de aproveitar os ensinamentos da barbárie, eles próprios
contando acima de tudo e por isso abrindo as portas a uma reconstrução feita de
um entrelaçar de caminhos ínvios, agora tudo feito às escuras, e tendo o mundo –
a aldeia global – como conivente paradisíaco.
Um
belo texto, mas talvez um pouco quimérico. Como diria o povo também: “Isso
está-nos na massa do sangue”
A NAÇÃO NA HORA DO ARREPENDIMENTO E DA MUDANÇA
Socratismo no Final de uma Era de “Históricos” e seu
Compadrio
A Justiça está a mudar de Atitude –
Quando começa a Política?
Não se pode ter uma justiça açaimada
toda a vida… Mas a boa vontade da Justiça fica de mãos atadas e de olhos
vendados, se a Política não tiver boa vontade e coragem de criar legislação bem
vedada que não permita fugas para a corrupção.
A doença do socratismo, um misto de
distúrbio bipolar e de Bordaline, como durante a sua regência
escrevi, é o
resultado de um modo de vida individual e nacional generalizado…
(A sua repressão sobre jornais, licenciatura, Freeport, destruição das escutas, nacionalização do BPN e influência em
todos os outros com excepção do BPI
só podia ser efectuada sob influxo de outros ‘Boys’). Quem acusa os Media de
revelarem o que não deviam, vive ainda no mundo socratista, é renitente e não
quer evolução. Sem informação política aberta, o público não pode julgar, ou
vai julgando conforme o que se lhe vai disponibilizando.
O
fenómeno Sócrates foi possível porque as nossas instituições o geraram, porque
muitos dos seus comparsas não eram seus amigos mas sim amigos da onça. Não o
ajudaram então com a crítica amiga que precisava e agora saem para o adro da
nação com o guarda-chuva do “rogai por ele” que não passa de um “rogai por mim”
discreto, enquanto, na procissão, o povo continua à chuva.
Chegou a hora de ganhar o pão com
honra e com o suor do próprio rosto tal como faz a maioria do povo
Em
eras passadas, a burguesia sofria de corrupção passiva enquanto a classe do 25
de Abril e da EU sofre de corrupção activa, mais motivada e fundamentada em
ideologias e nas finanças do que no Homem e na economia real. Por isso é uma
corrupção ilimitada destruidora da pessoa e das mais venerandas instituições. A corrupção passiva é como as
bactérias que podem ser atacadas com antibióticos, a corrupção activa é como os
vírus, não tem cura, não há antibióticos para tal, alastra se não se isola.
Portugal encontra-se no mar alto;
esta não é a hora de se comerem uns aos outros, mas sim de despejar ao mar a
carga da corrupção que o sistema leva a bordo. A Justiça
parece começar a ganhar coragem. Os partidos precisam de se purificar e o povo
necessita de ganhar força para Portugal estar preparado para tomar decisões
arrojadas numa altura em que a EU e os USA se preparam para neutralizar a voz
da democracia, com a voz dos do grande capital internacional, no acordo em
preparação APT ou TTIP. Só um país sério terá autoridade para se opor à
corrupção em preparação nos núcleos do poder mundial.
Para
quem tudo é relativo, não há verdade que o sustenha, dado a escuridão da
mentira passar a cobrir a verdade. A oligarquia política não pode continuar a
abusar do Estado de Direito; seguir a marcha até agora percorrida é destrui-lo.
Esta seria a hora do arrependimento
e da mudança nos Meios de Comunicação Social
O
andor, da história da moral e da política, tem sido transportado por muitos
imorais. Como nos finais do império romano, também hoje continua a ser
condenado Cícero para se manterem os Catilinas demagogos, os pára-costas dos
grandes núcleos do capital internacional que procuram minar a autoridade dos
Estados e o poder das democracias. Também os Media têm de se purificar para que
os Catilinas desonestos não encontrem amplificação na opinião pública.
Para o jornalista José António
Saraiva, director do Jornal SOL, José Sócrates é ‘o Vale e Azevedo da
política’; pelo que investigou, José Sócrates controlava o grupo RTP do Estado,
influenciava a Controlinvest que inclui o Diário de Notícias, o
Jornal de Notícias, a Máxima e a TSF e mantinha “relações estreitas” com a Ongoing detentora do Diário Económico; fez
a tentativa de compra do “grupo TVI” que tem a Lux e a Rádio Comercia. “Só
fugiam ao controlo do Governo o grupo Imprensa, liderado por Balsemão, e o
grupo Cofina, de Paulo Fernandes.” Sócrates
tentou fechar o SOL (através do BCP accionista do jornal) que tinha
denunciado os casos Freeport, Face Oculta e Tagusparque. Se não fosse a ruína das contas do
Estado e a ronda da Troica o homem poderia vir a conseguir tanto poder como
Salazar.
Quase
não há um jornalismo investigativo e quando o há, como no caso do jornal Sol,
recebe insultos e perseguições… No 25 de Abril, jornalistas foram saneados e foram
instalados outros conformes ao sistema mas, como se vê, prejudicando o Estado e
a nação. Os corruptos do poder contagiaram a TV e outros Media. Como podem
pessoas com ordenados corruptos informar objectivamente sobre corruptos e sobre
corrupção?
Esta seria a hora do arrependimento
e da mudança na política
Tocaram
no nervo da nação. Os partidos deviam aproveitar a ocasião para saldar as
contas dos membros abusadores. Portugal precisa de todos os partidos mas
defenda-se o partido mas não os seus oportunistas, nem os que abusam dele! O
que está em causa são as instituições que produzem tais corruptos; quem os
defende não quer bem ao partido. Falta visão e capacidade crítica! Se alguém
toca nos interesses dos amiguinhos é logo olhado de lado e condenado ao ostracismo.
Portugal chegou onde se encontra devido a uma inteligência facciosa
condicionada aos amigos!
Precisa-se
de uma outra forma socialista de ser e de estar, precisa-se de uma outra forma
de ser e de estar da social-democracia e de outros partidos. Urge uma
democracia atenta e viva que exorcize os demónios que o regime produziu.
O
PS português nunca teve tanto poder na sua mão como na era de Sócrates. Os
resultados mostram que em Portugal se torna perigoso um governo de maioria
absoluta.
Esta seria a Hora do Arrependimento
e da Mudança na Mentalidade do Povo
Um país cego e surdo-mudo, deixou-se
iludir e agora sofre de desmame. Depois da bebedeira, encontra-se em ressaca.
A ilusão não suporta a desilusão de poder olhar para a as estrelas que não se
querem cadentes. Muitos, não interessados no desmame, para desviarem as
atenções da droga do próprio partido (à imagem de Soares), querem dar a culpa
ao Juiz…. O que é motivo de crítica para uns é motivo de defesa para outros, a
corrupção não conhece outras alternativas.
A
sabedoria popular revela uma certa propensão para a corrupção, na maneira como,
quase com afecto e compreensão repete: "Quem parte e reparte e não fica
com a maior parte, ou é tolo ou não tem arte"; outro provérbio popular do
género: "Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão". Pelos
vistos esta “sabedoria” é ancestral. Uma doença crónica torna-se muito difícil
de curar.
No
meio de tudo isto, o povo também não pode levantar muito a cabeça dado ter-se
comprometido nos desvios de fundos europeus que se destinavam à formação
profissional e em que os organizadores dos cursos, elaboravam listas de
presenças falsas, com nome de povo, para, em vez de darem as aulas de formação,
arrecadarem o dinheiro sem ter prestado serviço.
Urge
superar o estado de uma nação traumatizada, sempre a olhar para o lado com medo
de falar, não seja o caso de estar o amigo concorrente perto. Trata-se de
restabelecer a dignidade da pessoa, das instituições e do Estado.
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