segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Cleptomania



Uma boa análise de António da Cunha Duarte Justo que, acreditando que chegou a hora da mudança no conceito de Justiça, parece aceitar esse facto como possível, em face de novas premissas, que vão tentando desvendar uma política de mistérios feita anteriormente, os quais possibilitaram o estado a que chegámos de absurdo desprezo pela condição humana e pelo sentido pátrio, no desvio sem trégua aos valores de uma moral de racionalidade e humanismo. Não sei se chegou a hora do arrependimento e da mudança. O artigo de Duarte Justo assim se intitula mas aponta para uma doença crónica que provocou «um modo de vida individual e nacional generalizado». Quando se deu a revolução, e o PREC se instalou, como forças implacáveis de esquerda, os assaltos, as ocupações, os saneamentos, os roubos, faziam-se às claras aparentemente para benefício popular. Não deixou de ser extorsão à grande e bem à portuguesa. A mudança trouxe o hábito, que, aliás, a nossa incultura sempre possibilitou, e que se instalou nos provérbios populares citados por Duarte Justo: «A sabedoria popular revela uma certa propensão para a corrupção, na maneira como, quase com afecto e compreensão repete: "Quem parte e reparte e não fica com a maior parte, ou é tolo ou não tem arte"; outro provérbio popular do género: "Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão". Pelos vistos esta “sabedoria” é ancestral. Uma doença crónica torna-se muito difícil de curar.»  Os governantes seguintes não deixaram de aproveitar os ensinamentos da barbárie, eles próprios contando acima de tudo e por isso abrindo as portas a uma reconstrução feita de um entrelaçar de caminhos ínvios, agora tudo feito às escuras, e tendo o mundo – a aldeia global – como conivente paradisíaco.
Um belo texto, mas talvez um pouco quimérico. Como diria o povo também: “Isso está-nos na massa do sangue”

                                                                 
A NAÇÃO NA HORA DO ARREPENDIMENTO E DA MUDANÇA
Socratismo no Final de uma Era de “Históricos” e seu Compadrio

A Justiça está a mudar de Atitude – Quando começa a Política?

Não se pode ter uma justiça açaimada toda a vida… Mas a boa vontade da Justiça fica de mãos atadas e de olhos vendados, se a Política não tiver boa vontade e coragem de criar legislação bem vedada que não permita fugas para a corrupção.
A doença do socratismo, um misto de distúrbio bipolar e de Bordaline, como durante a sua regência escrevi, é o resultado de um modo de vida individual e nacional generalizado… (A sua repressão sobre jornais, licenciatura, Freeport, destruição das escutas, nacionalização do BPN e influência em todos os outros com excepção do BPI só podia ser efectuada sob influxo de outros ‘Boys’). Quem acusa os Media de revelarem o que não deviam, vive ainda no mundo socratista, é renitente e não quer evolução. Sem informação política aberta, o público não pode julgar, ou vai julgando conforme o que se lhe vai disponibilizando.
O fenómeno Sócrates foi possível porque as nossas instituições o geraram, porque muitos dos seus comparsas não eram seus amigos mas sim amigos da onça. Não o ajudaram então com a crítica amiga que precisava e agora saem para o adro da nação com o guarda-chuva do “rogai por ele” que não passa de um “rogai por mim” discreto, enquanto, na procissão, o povo continua à chuva.
Chegou a hora de ganhar o pão com honra e com o suor do próprio rosto tal como faz a maioria do povo
Em eras passadas, a burguesia sofria de corrupção passiva enquanto a classe do 25 de Abril e da EU sofre de corrupção activa, mais motivada e fundamentada em ideologias e nas finanças do que no Homem e na economia real. Por isso é uma corrupção ilimitada destruidora da pessoa e das mais venerandas instituições. A corrupção passiva é como as bactérias que podem ser atacadas com antibióticos, a corrupção activa é como os vírus, não tem cura, não há antibióticos para tal, alastra se não se isola.
Portugal encontra-se no mar alto; esta não é a hora de se comerem uns aos outros, mas sim de despejar ao mar a carga da corrupção que o sistema leva a bordo. A Justiça parece começar a ganhar coragem. Os partidos precisam de se purificar e o povo necessita de ganhar força para Portugal estar preparado para tomar decisões arrojadas numa altura em que a EU e os USA se preparam para neutralizar a voz da democracia, com a voz dos do grande capital internacional, no acordo em preparação APT ou TTIP. Só um país sério terá autoridade para se opor à corrupção em preparação nos núcleos do poder mundial.
Para quem tudo é relativo, não há verdade que o sustenha, dado a escuridão da mentira passar a cobrir a verdade. A oligarquia política não pode continuar a abusar do Estado de Direito; seguir a marcha até agora percorrida é destrui-lo.
Esta seria a hora do arrependimento e da mudança nos Meios de Comunicação Social
O andor, da história da moral e da política, tem sido transportado por muitos imorais. Como nos finais do império romano, também hoje continua a ser condenado Cícero para se manterem os Catilinas demagogos, os pára-costas dos grandes núcleos do capital internacional que procuram minar a autoridade dos Estados e o poder das democracias. Também os Media têm de se purificar para que os Catilinas desonestos não encontrem amplificação na opinião pública.
Para o jornalista José António Saraiva, director do Jornal SOL, José Sócrates é ‘o Vale e Azevedo da política’; pelo que investigou, José Sócrates controlava o grupo RTP do Estado, influenciava a Controlinvest que inclui o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a Máxima e a TSF e mantinha “relações estreitas” com a Ongoing detentora do Diário Económico; fez a tentativa de compra do “grupo TVI” que tem a Lux e a Rádio Comercia. “Só fugiam ao controlo do Governo o grupo Imprensa, liderado por Balsemão, e o grupo Cofina, de Paulo Fernandes.” Sócrates tentou fechar o SOL (através do BCP accionista do jornal) que tinha denunciado os casos Freeport, Face Oculta e Tagusparque. Se não fosse a ruína das contas do Estado e a ronda da Troica o homem poderia vir a conseguir tanto poder como Salazar.
Quase não há um jornalismo investigativo e quando o há, como no caso do jornal Sol, recebe insultos e perseguições… No 25 de Abril, jornalistas foram saneados e foram instalados outros conformes ao sistema mas, como se vê, prejudicando o Estado e a nação. Os corruptos do poder contagiaram a TV e outros Media. Como podem pessoas com ordenados corruptos informar objectivamente sobre corruptos e sobre corrupção?
Esta seria a hora do arrependimento e da mudança na política
Tocaram no nervo da nação. Os partidos deviam aproveitar a ocasião para saldar as contas dos membros abusadores. Portugal precisa de todos os partidos mas defenda-se o partido mas não os seus oportunistas, nem os que abusam dele! O que está em causa são as instituições que produzem tais corruptos; quem os defende não quer bem ao partido. Falta visão e capacidade crítica! Se alguém toca nos interesses dos amiguinhos é logo olhado de lado e condenado ao ostracismo. Portugal chegou onde se encontra devido a uma inteligência facciosa condicionada aos amigos!
Precisa-se de uma outra forma socialista de ser e de estar, precisa-se de uma outra forma de ser e de estar da social-democracia e de outros partidos. Urge uma democracia atenta e viva que exorcize os demónios que o regime produziu.
O PS português nunca teve tanto poder na sua mão como na era de Sócrates. Os resultados mostram que em Portugal se torna perigoso um governo de maioria absoluta.
Esta seria a Hora do Arrependimento e da Mudança na Mentalidade do Povo
Um país cego e surdo-mudo, deixou-se iludir e agora sofre de desmame. Depois da bebedeira, encontra-se em ressaca. A ilusão não suporta a desilusão de poder olhar para a as estrelas que não se querem cadentes. Muitos, não interessados no desmame, para desviarem as atenções da droga do próprio partido (à imagem de Soares), querem dar a culpa ao Juiz…. O que é motivo de crítica para uns é motivo de defesa para outros, a corrupção não conhece outras alternativas.
A sabedoria popular revela uma certa propensão para a corrupção, na maneira como, quase com afecto e compreensão repete: "Quem parte e reparte e não fica com a maior parte, ou é tolo ou não tem arte"; outro provérbio popular do género: "Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão". Pelos vistos esta “sabedoria” é ancestral. Uma doença crónica torna-se muito difícil de curar.
No meio de tudo isto, o povo também não pode levantar muito a cabeça dado ter-se comprometido nos desvios de fundos europeus que se destinavam à formação profissional e em que os organizadores dos cursos, elaboravam listas de presenças falsas, com nome de povo, para, em vez de darem as aulas de formação, arrecadarem o dinheiro sem ter prestado serviço.
Urge superar o estado de uma nação traumatizada, sempre a olhar para o lado com medo de falar, não seja o caso de estar o amigo concorrente perto. Trata-se de restabelecer a dignidade da pessoa, das instituições e do Estado.

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