O artigo de Alberto Gonçalves, do DN
de 30/11/14, Fim de regime?, vem, uma vez mais, mostrar a insanidade
moral e mental em que nos movemos, permitindo estes espectáculos jornalísticos
de raparigas e rapazes bonitinhos e falsamente delicados, e no fundo divertindo-se
com a espécie de bobo em que se tornou um homem que, para todos os efeitos, durante
longos anos, foi o representante mor de uma mudança política no seu país. Como zângãos zumbindo e adejando, felizes, permitem-se
desrespeitar a velhice, vaidosa, é certo, como sempre foi, manhosa e simplória
como sempre foi também, mas neste momento, apenas descontrolada nos balbucios.
É a prova cabal de um atraso social que nos vilipendia, este despudor
inquiridor juntamente com a inanidade das questões postas, apelativas de
reacções de emotividade e rancores.
Quanto ao título do artigo – Fim do regime? – julgo
que Alberto Gonçalves se engana. Grande parte dos seus componentes têm cabeça e
sabem defender-se, não se expondo às visitas, calando os seus pensamentos, conhecendo
quanta patranha afectou os sucessivos governos na modernização do país, com os
dinheiros alheios, e que fingem ignorar que a hora de pagar chegaria. E
continuarão a defender os seus pretensos ideais democráticos.
Fim de regime?
por ALBERTO GONÇALVES, 30
novembro 2014
«Uma
das principais queixas dos defensores não oficiais de José Sócrates é a de que
a detenção deste - e o que sucedeu em seguida - foi um "circo
mediático". A sério? Do que vi, e acreditem que vi muito, o "circo
mediático" consistiu nas imagens recorrentes de dois ou três carros em
ruas pouco iluminadas e de uma dúzia de repórteres plantados, género moita, nas
imediações do TIC. Em matéria de espectáculo, há filmes romenos mais
conseguidos. Se o objectivo fosse capturar, interrogar e prender José Sócrates
em segredo a diferença não teria sido grande. Aliás, é difícil imaginarmos
outra democracia em que notícia semelhante suscitasse tratamento tão discreto.
A menos, como de resto é provável, que não sejam democráticos os exemplos que
ocorram a essa gente.
O
verdadeiro circo, se insistirem na metáfora, sucedeu já em Évora, quando Mário
Soares saía de uma visita ao novo inquilino da cadeia local. Menos de um
minuto, o patriarca do regime, que os histéricos alegam encontrar-se em risco,
proferiu : puras mentiras, enormes disparates, sentenças absolutamente
incompreensíveis, e acusações que levariam a tribunal um cidadão - lá está -
menos “mediático”. Sendo o doutor Soares , o disparate é livre.
De
João Marques de Almeida a Bruno Alves, algumas das pessoas que prezo entendem,
julgo que sem ironia, que a provecta idade do Dr. Soares não devia ser aproveitada
pelos jornalistas. Curiosamente, algumas pessoas que desprezo disseram o mesmo.
Peço licença para discordar.
Faço
ao Dr. Soares o favor de não achar que ele não sabe o que diz. Se os anos lhe
removeram alguma capacidade foi a de não saber o que calar. Com a velhice
perderam-se os filtros e a franqueza do homem, já historicamente razoável,
tornou-se absoluta. Ou seja, o Dr. Soares limita-se a lançar pela boca, o que
sempre lhe ocupou a cabeça: a convicção, partilhada justamente com a casta de
uns quantos, de que manda nisto tudo. O confuso desespero revelado à porta de
uma cadeia alentejana sugere o receio de que a casta talvez tenha deixado de
mandar. Se é assim que o regime acaba, acaba mal. E ainda bem.»
Notícias da Segunda Guerra
1 de
dezembro Hoje, 1 de dezembro/
1934
¾ Josef Estaline dá início a uma purga de
inimigos reais e imaginários O chefe do Partido Comunista em Leningrado, Sergei
M. Kirov, é uma das pessoas assassinadas.
1937
¾ O Japão reconhece o governo de Franco.
1939
¾ Em dezembro, Adolf Eichmann assume o comando
da seção IV B4 da Gestapo, a qual se dedica exclusivamente aos assuntos e
evacuações de judeus.
¾ SS-Führer Himmler dá inicio às deportações
de judeus polacos.
¾ Na guerra de inverno, Helsínquia é
bombardeada pela aviação soviética, causando a morte de 80 pessoas.
¾ Na Finlândia ocupada, é proclamada a
República Democrática da Finlândia, apoiada pelos soviéticos e chefiada pelo
comunista finlandês Otto Kuusinen em Terijoki no Golfo da Finlândia. O governo
de Kuusinen apela a todos os finlandeses para derrubar o opressor (ou seja, o
governo em Helsínquia) e acolher os libertadores do Exército Vermelho. É
assinado um tratado com a URSS no qual os soviéticos cedem tudo o que foi
anteriormente exigido, em troca de toda a Karelia.
¾ Na União Soviética, a agência de notícias
TASS afirma que na Finlândia, o povo já se revoltou em várias partes do país e
proclamou a formação de uma república democrática. Parte dos soldados do
exército da Finlândia apoiam já o novo governo.
¾ Em Helsínquia é reorganizado o legítimo
governo finlandês. É formado um governo de coligação tendo como
primeiro-ministro Risto Ryti e como ministro dos negócios estrangeiros Väinö
Alfred Tanner.
1940
¾ Durante a noite de 1 para 2, a cidade de
Bristol é bombardeada por 120 aviões, causando enormes estragos em áreas
residenciais.
¾ Em Itália, é introduzido o racionamento para
a farinha, arroz, esparguete e macarrão.
1941
¾ O imperador japonês Hirohito assina a
declaração de guerra contra os Estados Unidos.
1942
¾ Em dezembro, termina o extermínio no campo
de Belzec após uma estimativa de 600.000 judeus assassinados. O campo é então
desmontado, arado e plantado.
1943
¾ Termina a Conferência de Teerão. Durante as
reuniões, os norte-americanos parecem tentar distanciar-se dos britânicos. A
decisão de invadir a Europa ocidental em maio de 1944 está confirmada. Os
planos para uma invasão do sul da França também são acordados. Estaline promete
entrar na guerra contra o Japão, uma vez que a Alemanha foi derrotada. Há
rumores de que os alojamentos americanos foram alvo de escutas por agentes
soviéticos.
1944
¾ Na Hungria, a sul de Budapeste, as forças
soviéticas são sucessivamente travadas pelas forças alemãs.
¾ A guarnição alemã sediada na ilha de Creta
abandona toda a área, à exceção das grandes cidades.
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