… Também defendeu a família, com ar muito nobre, Quixote arrostando
contra os seus moinhos para salvar a donzela… É certo que se estatelou. Mas
isso era em Espanha, que tem uma argumentação mais incisiva e lógica. A nossa
lógica é outra. Quem se estatela são os “anjinhos” do logro, de sempre…
Eis o texto de Luís Soares de Oliveira,
publicado no “A Bem da Nação”:
O JULGAMENTO POLÍTICO EM CURSO DA
CLASSE DOS BANQUEIROS
09.12.14
Durante horas - uma
autêntica maratona -, dois membros da família mostraram ao Parlamento que tudo
o que cada um deles fez cabe dentro dos limites da mais estrita legalidade:
nenhuma transgressão; nenhuma pisadela do risco. Trata-se pois de
"empobrecimento lícito"; empobrecimento deles e dos que neles
acreditaram.
10.12.14
Dos dois Espírito Santo sob
escrutínio parlamentar, o segundo - José Maria - revelou-se tosco, um derrotado
óbvio e desde escola primária. Nem sequer a gramática elementar conseguiu
aprender. Em contrapartida, o primeiro – Ricardo – revelou-se mestre consumado.
Que artista e que espectáculo! O Parlamento nunca tinha visto nada parecido e
provavelmente não voltará a ver. De porte impávido e sereno, hábil na arte da
empatia: "Estou aqui para prestar contas ao povo de que V. Vexas são os
eleitos ". Perante o público em geral, a inversão de posições - "não
estou aqui para me defender; estou aqui para atribuir culpas a quem as
tem". Aos deputados, desarmava-os mediante avaliação da qualidade das
perguntas. Foi visível o embaraço paralisante causado pelo oportuno elogio da
inteligência e saber revelados na pergunta. (Mas não a todas, claro. O
manipulador sabe que o valor está na raridade). Ao familiar contraditor,
reduziu-o a zero com uma simples e certeira pedrada. "Se ele disse isso é
porque recebeu alguma contrapartida". Só o alvejado reagiu: fê-lo com
emoção mas sem argumentos. Desempenho comparável, no cinema, só possivelmente
Anthony Hopkins; equivalentes na história, só me ocorrem as figuras de
Talleyrand ou Disrael. Perante o show, pode-se identificar a natureza do
imbróglio em que se viu envolvido. Eu diria que isto aconteceu porque RS tem
muito mais de político do que de financeiro.
Luís Soares de Oliveira
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