sábado, 6 de dezembro de 2014

Ele


 «A Feira» de Vasco Pulido Valente (Público, 29/11/14) é um artigo que traça bem a decadência de uma naçãosobretudo voltada para a intriga palreira e menos para o sentido das responsabilidades em trabalho eficiente, em que se destacam aqueles que o têm, de facto, com a seriedade precisa. O clima doce deve ser, em parte, responsável por esse desleixo que se inicia na família e que as políticas educativas, no laxismo imposto desde há quatro décadas, tem vindo a agravar sucessivamente, apesar de algumas tentativas de maior rigidez.“Feira”, assim nos descreve Vasco Pulido Valente, feira de muitas barracas de venda, de louças e panos e comes e bebes ou eventualmente gado, onde os amigalhaços se encontram e discutem negócios ou as vizinhas comentam afazeres, desgraças próprias e alheias, e, eventualmente, também as alegrias.Um homem bem parecido, elegante, sempre bem vestido, de quem há muito se contam coisas menos positivas, faz agora mudar os feirantes desses assuntos da vida própria, pelos que só a esse dizem respeito , em dados biográficos que o acusam de crimes vários, que uma Justiça menos flexível pretende desmontar.  Mas tais malhas justiceiras em que se encontra agora prisioneiro talvez tenham buracos grandes por onde ele escapará, tal a astúcia do homem elegante e o seu dom de vitimização e de autodefesa acusatória, que faz que muitos fiquem enfeitiçados com o seu discurso inflamado e creiam na sua total inocência.De resto, neste país de clima doce, muitos são como ele e fizeram idênticos malabarismos escamoteadores, temos vivido – e morrido -disso, e são seus amigos do coração, visitam-no e defendem-no e encaminham os discursos com a sua arte própria de maior ou menor cinismo ou descontrole de indignação, de quem não acha mal o enriquecimento oportunista.E a vida parou neste país de clima ameno. Nada mais interessa a não ser o braço de ferro entre a Justiça e um suposto réu. E nós, os feirantes, a ele assistimos com verdadeira paixão.
                  A FEIRA
«O eng. Sócrates, depois de sete anos de primeiro-ministro, é uma figura nacionalmente conhecida. Não há um português que não tenha uma opinião sobre ele – e, quase sempre, uma opinião drástica. Foi ele o culpado, porque desde o princípio (desde secretário de Estado) nunca se distinguiu pela mansidão e pela suavidade. Arranjou guerras com toda a gente e, antes de mais nada, uma guerra que não podia ganhar com a imprensa e as televisões. Por isso, nem hoje nem daqui a um ano se deve esperar o que na aparência esperam o dr. António Costa, várias submissas personalidades do PS e os políticos que se desunham por aí a repetir os lugares-comuns sobre o amor da democracia e a separação do judicial e o executivo. O país já está farto deles. Desconfio que eles próprios estão fartos de si mesmos.
                 Nas tabernas, nos cafés, nas lojas, em cada casa e em cada emprego não se discutirá outra coisa senão a culpa ou a inocência de Sócrates. Ninguém lerá uma linha ou pensará um segundo nos programas dos partidos (para uma década ou para um século) ou pensará um segundo no que eles disserem sobre a salvação da Pátria. A Pátria empobrecida e sem muita esperança de enriquecer tão cedo substituiu a ideia de “enriquecer” pelo rancor aos políticos que a levaram a esta situação, venham eles de onde vierem e tragam o que trouxerem. O que o eleitorado quer é meia dúzia de bodes expiatórios – capítulo em que Sócrates, para mal dele, tirou o principal lugar a Pedro Passos Coelho. Quando se passa miséria e fome, ninguém se lembra de discutir o défice ou a maravilhosa “diminuição” do desemprego, em 2,1%.
                  Não existe maneira de insultar o défice ou de exaltar uma teórica descida do desemprego. Mas sem dúvida que existe maneira de aliviar a raiva insultando ou louvando uma pessoa. E a raiva irá por uns tempos mandar em Portugal. Não tardará muito que a Internet se encha de centenas de abaixo-assinados, de protestos, de cartas e até de subscrições para acudir às dificuldades da família do motorista Perna. Mais tarde ou mais cedo, os notáveis de Lisboa ou de Alvaiázere (e quem nesta terra não é notável?) não resistirão a opinar sobre o caso; e outros notáveis responderão aos primeiros com diatribes sangrentas. Acredito que Passos Coelho e António Costa se esforcem os dois para discutir problemas sérios. Resta saber quem se ralará com essa retórica petrificada e, no fundo, inútil.

Cronologia da Segunda Guerra Mundial – dia-a-dia
Paula Almeida
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 2 de dezembro
1939
¾     Em Genebra, a Finlândia apela à Liga das Nações para mediar a disputa com os soviéticos.
¾     Na Guerra de Inverno, os soviéticos aterram perto de Petsamo, contando com apoio naval. Outras unidades do 14º
 Exército atacam zonas próximas. O avanço das forças soviéticas continua em outras regiões, mas de forma lenta.
As defesas finlandesas ainda não foram atingidas na maioria das áreas..
¾     Em Lausanne, na Suíça, o Comitê Olímpico Internacional anuncia o abandono dos Jogos Olímpicos de Helsínquia,
previsto para 1940.
¾     Manifestações pró-finlandesas ocorrem em Roma.
¾     No Vaticano, o Papa condena a agressão soviética. 
1941
¾     Pequenas forças alemãs alcançam os subúrbios a norte de Moscovo, de onde avistam o Kremlin, a menos de 20 quilómetros de distância. Hitler ordena ao Quarto Exército de Kluge um novo esforço bélico a oeste da cidade. O tempo vai arrefecendo, com neve pesada e nevascas.
¾     A ordem especial para o código Escalar o Monte Niitaka é transmitida pela sede naval japonesa à sua força transportadora com destino ao Havai. Esta ordem confirma que as negociações foram rompidas e que o ataque a Pearl Harbor é para prosseguir.
1942
¾     Durante o Projeto Manhattan, uma equipa liderada por Enrico Fermi inicia a primeira reação nuclear em cadeia autossustentável.
¾     Na Nova Guiné, os australianos capturaram uma parte das defesas japonesas em Gona. 
1943
¾    O primeiro transporte de judeus de Viena chega a Auschwitz.
¾     Um bombardeamento da Luftwaffe no porto de Bari, Itália, afunda numerosos navios de carga e de transporte, causando grandes estragos.
¾    Na Itália, elementos do 5º Exército dos EUA lançam um ataque contra Monte Camino.
1944
¾     Na Hungria, a nordeste de Budapeste, a 2ª Frente Ucraniana ataca posições defensivas alemãs ao redor de Miskolc.

Cronologia da Segunda Guerra Mundial – dia-a-dia
3 de dezembro
1938
¾     É promulgada a lei que dita a arianização compulsiva de todos os negócios judeus.
1939
¾     Um bombardeiro Wellington da RAF deixa cair acidentalmente uma bomba em Heligoland,    Alemanha, quando uma de suas bombas falha o alvo que era os navios da esquadra alemã. A bomba
acaba por cair na ilha de Heligoland, tornando-se a primeira bomba da guerra a atingir território
 alemão.
¾     Na Guerra de Inverno, o Oitavo Exército soviético alcança uma pequena vitória perto Suavjarvi. Os finlandeses recuam um pouco neste sector.
Na Suécia, os militares na reserva do Exército são convocados e é preparado um campo de minas na costa leste.  
1941¾      Os dois crematórios do campo de concentração de Auschwitz, que foi desativado a 20 de novembro, são
¾     O presidente Franklin Roosevelt anuncia que seria dado apoio à Turquia, uma vez que aquele país era considerado vital para a defesa americana.
1942
¾     Nas Ilhas Salomão, o almirante Tanaka conduz dez contratorpedeiros numa operação de abastecimento de comida aos desesperados soldados japoneses em Guadalcanal. Para evitar ataques aéreos,   a carga é lançada e não desembarcada. Apenas cerca de 300 dos 1.500 contentores são recuperados pelas forças japonesas.
¾     Cerca de 300 prisioneiros judeus do Sonderkommando, que exumaram e queimaram os 107.000 corpos enterrados em valas comuns foram transferidos por guardas da SS de Auschwitz II-Birkenau para o acampamento principal. Foram então levados para a câmara de gás no Crematório I e mortos. 
1943
¾     Na Itália, elementos do Quinto Exército norte-americano chega ao cume do Monte Camino e captura Monte Maggiore. O Oitavo Exército britânico toma San Vito.
1944
¾    Termina a marcha da morte húngara feita por judeus.
¾     As tropas aliadas capturam Blerik, na Holanda.
A Frente de Libertação Nacional (EAM),controlada pelo Partido Comunista grego, organiza uma     grande manifestação em Atenas, que deu azo a violência: 28 pessoas morreram e 148 ficaram feridas. Forças da EAM tentaram preparar novos ataques contra as forças do governo, mas foram amplamente derrotadas por uma coligação de forças dos governos britânico e grego em janeiro de 1945. Este episódio seria o prelúdio da guerra civil grega de 1946-1949.                      Na Grã-Bretanha, a Home Guard, uma força de defesa voluntária criada durante
                      o pânico de  invasão alemã em 1940, é oficialmente desativada.

A título de curiosidade, segue pequena notícia divulgada no início do ano sobre o possível envolvimento de Coco Chanel com a Alemanha Nazi.


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