Prossegue a Loucura na sua exposição sobre as Ciências criadas pelo homem mais próximas do senso comum, isto é, da Loucura, já que são economicamente pouco rentáveis, como as ciências dos teólogos “com fome”, dos físicos “com frio”, dos astrólogos “ridicularizados”, dos dialécticos “negligenciados”, sendo os da cimeira rentável, os médicos, mesmo os mais ignorantes, seguidos das “gentes das leis”, por muitas “asneiras” que façam.
XXXIII - ... “O favor vai, pois, para as ciências que se aproximam mais da Loucura; igualmente os homens mais felizes são os que puderam fugir para bem longe das Ciências e tomar por mestra só a Natureza. Ela não falha nunca, a menos que se queira fugir dos limites da condição mortal.
A Natureza odeia o artifício e nada vale tanto como o que ele não profanou.”
Rousseau demonstrará, uns séculos mais tarde, no seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, o efeito corruptor das Ciências e das Artes sobre os costumes: “O homem é bom e feliz por natureza; foi a civilização que o corrompeu e que arruinou a sua felicidade primitiva”, embora os filósofos enciclopedistas, no mesmo século XVIII, defendam o princípio optimista de “assegurar a felicidade humana pelo progresso da civilização e o triunfo da razão.”
Mas nos nossos dias, que temos à saciedade os esplendores e os vícios da civilização, que nos locupletamos de bem-estar trazido por esse progresso que a razão motivou, e vivemos aterrorizados as expectativas de uma destruição próxima dependente do apuramento cada vez mais triunfante da mesma razão, assistimos a um mundo de absurdas discrepâncias e injustiças que atingem proporções gritantes, pelas conquistas da Ciência, concomitantes com a libertação de princípios éticos, numa lixeira onde cabem as riquezas aviltantes a par das misérias obscenas, num desrespeito humano, esse, sim, de autêntica loucura autorizada pelos governos de corrupção, onde tanto se admitem actuações caricatas de excesso de consumo de charutos por conta do erário público, que forçam à deposição indiscreta de gente governante num país dito civilizado, como se permitem contrastes brutais em países na sua maioria africanos, de poderosos absolutos governando gente em movinento, sem o mínimo para sobreviver.
E o mundo permite. E colabora. E vende as armas propícias. E manda esmolas generosas. E permite. E colabora, que tem vantagens nisso. De pernas para o ar, o nosso lema.
XXXIII - ... “O favor vai, pois, para as ciências que se aproximam mais da Loucura; igualmente os homens mais felizes são os que puderam fugir para bem longe das Ciências e tomar por mestra só a Natureza. Ela não falha nunca, a menos que se queira fugir dos limites da condição mortal.
A Natureza odeia o artifício e nada vale tanto como o que ele não profanou.”
Rousseau demonstrará, uns séculos mais tarde, no seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, o efeito corruptor das Ciências e das Artes sobre os costumes: “O homem é bom e feliz por natureza; foi a civilização que o corrompeu e que arruinou a sua felicidade primitiva”, embora os filósofos enciclopedistas, no mesmo século XVIII, defendam o princípio optimista de “assegurar a felicidade humana pelo progresso da civilização e o triunfo da razão.”
Mas nos nossos dias, que temos à saciedade os esplendores e os vícios da civilização, que nos locupletamos de bem-estar trazido por esse progresso que a razão motivou, e vivemos aterrorizados as expectativas de uma destruição próxima dependente do apuramento cada vez mais triunfante da mesma razão, assistimos a um mundo de absurdas discrepâncias e injustiças que atingem proporções gritantes, pelas conquistas da Ciência, concomitantes com a libertação de princípios éticos, numa lixeira onde cabem as riquezas aviltantes a par das misérias obscenas, num desrespeito humano, esse, sim, de autêntica loucura autorizada pelos governos de corrupção, onde tanto se admitem actuações caricatas de excesso de consumo de charutos por conta do erário público, que forçam à deposição indiscreta de gente governante num país dito civilizado, como se permitem contrastes brutais em países na sua maioria africanos, de poderosos absolutos governando gente em movinento, sem o mínimo para sobreviver.
E o mundo permite. E colabora. E vende as armas propícias. E manda esmolas generosas. E permite. E colabora, que tem vantagens nisso. De pernas para o ar, o nosso lema.
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