O meu filho Ricardo – Ricardo Jorge, aquando
dos destemperos adolescentes, inspiradores de prontas reacções vocais mais
descomandadas – é uma pessoa muito picuinhas, sobretudo em questões de escrita.
Agora deu-lhe para embirrar com o NOS em
que se transformou a nova sociedade de fusão da ZON com a OPTIMUS, entendendo
que a sua fonética só pode dar em NUS, ao contrário da intenção triunfalista
abrangente, de um NÓS de fraternidade e novos pacotes programáticos a preços
convidativos.
Expliquei-lhe que tal era
consequência não só da nossa sujeição a um novo Acordo Ortográfico, que mandava
cortar para simplificar - consoantes, acentos -
como da nossa sujeição ao FMI e a uma Troika que também exigia cortes
abundantes nos euros e nos empregos. O
escrúpulo de seguidismo e de papismo superior ao do papa os fizera cortar o
acento de NÓS, por desconhecerem a regra de acentuação das palavras agudas:
«Acentuam-se as palavras agudas terminadas em a, e ou o (seguidos ou não de s), e em em ou ens com mais de uma sílaba. Exemplos: chá, café, avó, ninguém, armazéns, conténs…» .
«Acentuam-se as palavras agudas terminadas em a, e ou o (seguidos ou não de s), e em em ou ens com mais de uma sílaba. Exemplos: chá, café, avó, ninguém, armazéns, conténs…» .
«NÓS», como aguda terminada em
s, tem acento. Se é que não se trata mesmo de matreira metáfora a evocar nudezes de carências específicas … Ou
rejeição de acento num logotipo de O já de si espinhoso.
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