segunda-feira, 9 de junho de 2014

Agudas terminadas em O



O meu filho Ricardo – Ricardo Jorge, aquando dos destemperos adolescentes, inspiradores de prontas reacções vocais mais descomandadas – é uma pessoa muito picuinhas, sobretudo em questões de escrita. Agora deu-lhe para embirrar com o NOS  em que se transformou a nova sociedade de fusão da ZON com a OPTIMUS, entendendo que a sua fonética só pode dar em NUS, ao contrário da intenção triunfalista abrangente, de um NÓS de fraternidade e novos pacotes programáticos a preços convidativos.
Expliquei-lhe que tal era consequência não só da nossa sujeição a um novo Acordo Ortográfico, que mandava cortar para simplificar - consoantes, acentos -  como da nossa sujeição ao FMI e a uma Troika que também exigia cortes abundantes nos euros e nos empregos.  O escrúpulo de seguidismo e de papismo superior ao do papa os fizera cortar o acento de NÓS, por desconhecerem a regra de acentuação das palavras agudas:
«Acentuam-se as palavras agudas terminadas em a, e ou o (seguidos ou não de s), e em em ou ens com mais de uma sílaba. Exemplos: chá, café, avó, ninguém, armazéns, conténs…» .
«NÓS», como aguda terminada em s, tem acento. Se é que não se trata mesmo de matreira metáfora a  evocar nudezes de carências específicas … Ou rejeição de acento num logotipo de O já de si espinhoso.


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