quarta-feira, 11 de junho de 2014

Diga-se o que se disser



Admiro Cavaco Silva. Creio que foi ele que iniciou o processo de empolamento social à custa dos dinheiros estrangeiros, pondo-nos a todos a ganhar em excesso, para as nossas posses. Julgo que o fez com boas intenções. A verdade é que o idolatrava, e chorei - como o fez uma das suas jovens apoiantes que o abraçou a soluçar - quando ele perdeu as presidenciais para Soares. Creio que foi ele que nos tornou mais “iguais”,  contribuindo, com o alargamento dos vencimentos e as suas políticas de betão para o desenvolvimento dos espaços nacionais, além da progressiva abertura para os espaços culturais, para nos elevar um pouco na auto-estima - (não há como o dinheiro para elevar o ego do bicho-homem) - mau grado o oportunismo dos muitos aproveitadores das oportunidades, que estenderam pelo país vasta onda de traficâncias que culminaram neste retorno ao acabrunhamento e ao desaforo protestante em que vivemos.
Cavaco Silva tem sido o esteio da Nação, indiferente ao desaforo, no apoio a um Governo que, de forma corajosa, se empenhou em erguer o bom nome da sua Pátria, contra as armadilhas que lhe têm sido erguidas, em abjecta e insensata atitude de autoritarismo opositor, que logo açulou os habituais detractores na exigência de expulsão desse Governo.
Mas não admira que Cavaco Silva se tenha sentido mal aquando do seu discurso na parada militar, na Guarda, neste dia 10 de Junho, já passado, com a interrupção mal educada dos habituais manifestantes, manipulados pelos habituais instigadores à má educação. Interrompeu o discurso, foi levado em braços, mas voltou, meia hora depois,  e retomou-o, exactamente no ponto em que o interrompera. É preciso ser-se altivamente bravo, e Cavaco Silva mais uma vez mostrou sê-lo. 
Para além da justeza dos seus dois discursos - discursos adequados, de bom chefe e de bom pai, aconselhando, deixando prever as dificuldades, mas dando esperança – ignorando as razões dos manipuladores e os gritos brincalhões dos manipulados – Cavaco Silva mostrou a frontalidade e a lealdade que são uma lição para nós.


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