Três temas: O da educação
sexual na Pré. O da focalização dicotómica sobre a prática da prepotência, pela
esquerda leviana - de valorização desta, em meio de muito asco e gritaria, se pertencer
a países ou partidos da direita, de minimização ou desvalorização da mesma, por
meio do silêncio e apenas loas, se a dita prepotência, mesmo que assuma
proporções criminosas, se processe em países ou partidos da esquerda.
Finalmente, um caso exemplificativo desse ódio visceral de uma esquerda
incongruente nos seus requisitos morais de pura irracionalidade atacante, sem
quaisquer vestígios de ética ou de bom-senso. Alberto Gonçalves assim se
diverte, desmascarando-a.
Mas já o meu marido me falara
desse caso repugnante de novas propostas didácticas, de ensinamento de aborto e
sexo aos meninos quase de chucha ainda, segundo as convenções educativas que se
propõem para as classes do “jardim-de-infância”. Para isso não há polícia correcional.
Ou, simplesmente, um Tribunal que actue sobre um Governo que assim desgoverna.
Em ditadura, pois que não admite discussão. A menos que, na podridão geral, e
na fraqueza económica absorvente do nosso interesse exclusivo, essas leis
obscenas nos assentem a todos como luvas, e apenas com alguns casos de
indisciplina por excepção, como o de Alberto Gonçalves. Para disfarçar,
apelidando-se de democracia, que é o que está agora a dar.
No jardim-de-infância
Alberto Gonçalves
DN, 11/12/16
Houve
para aí certa comoção perante a notícia de que, coisa nunca vista, os alunos
portugueses ficaram acima da média da OCDE nos testes do PISA. A comoção é
desajustada. Por um lado, porque os testes dizem respeito a 2015 e, logo,
traduzem benefícios do tempo do dr. Crato e do governo da "direita",
período negro que urge esquecer. Por outro lado, porque os testes versam
assuntos como as ciências, a matemática e a língua, anacronismos que, conforme
se constata nas contas do responsável (?) das Finanças e no português do chefe
dele, não preparam os petizes para exercer cargos verdadeiramente relevantes.
A
nossa sorte é que todos estes infortúnios ficarão para trás. Por obra e graça
(a graça é relativa) do ministro Mário Nogueira ou do seu jovem representante
no Ministério da Educação, os níveis de exigência nas disciplinas tradicionais
serão continuamente reduzidos até coincidirem com as competências de um
orangotango esforçado. Em cima disto, o ME projecta despejar nas criancinhas
lições sobre procriação e aborto. Dado tratar-se de gente ponderada, a primeira
temática precede a segunda: tal como seria absurdo temperar a salada antes de
semear a alface, não faria sentido explicar a interrupção da gravidez antes de
se esclarecer a maneira de engravidar.
Naturalmente,
é no "pré-escolar" que começarão a ser incutidos os rudimentos do
sexo, os quais, no belíssimo jargão das entidades competentes, incluem:
"Tomar consciência da identidade do género e dos papéis sociais";
"identificar diferentes papéis socioculturais em função do sexo";
"saber distinguir as diferentes expressões afectivas", "conhecer
que existem mudanças físicas ao longo da vida", ou "identificar e
respeitar a diversidade dos contextos familiares". Não custa imaginar a
alegria do bebé que, entre uma mudança de fraldas e a deglutição de um punhado
de terra, espera avidamente que o ilustrem acerca dos "papéis
socioculturais" e da "identidade de género".
Porém,
o ponto alto dos novos currículos é o ensino do aborto (teórico, espera-se) aos
alunos do "2.º ciclo", que se não reprovarem excessivamente andam
pelos 10 ou 11 anos. Eu, que sou um nadinha mais velho, ainda não consegui ter
uma opinião definida a propósito, razão impeditiva de frequentar o Prós e Contras
aos gritos. Mas o ME tenciona introduzir uma complexa matéria científica,
filosófica e moral em cabecinhas convencidas de que os Países Baixos são
habitados por anões e de que Snoop Dogg é um artista. Para o ano, acrescenta-se
a eutanásia (teórica, volto a desejar) ao programa das creches.
Ao
contrário do que parece, o problema não é o Estado usurpar funções e
evangelizar crianças. O problema é que, independentemente da idade, as crianças
mandam no Estado. Suspeito que os próximos PISA estarão inclinados.
Quinta-feira, 8 de Dezembro
A revolução não dorme
Em
Cuba, de madrugada, três jornalistas do Expresso e da Sic saíram da casa onde
se hospedavam para testemunhar a vigília final do "povo" ao sr.
Fidel. Um telefonema do proprietário bastou para que, mal trespassaram a porta,
caíssem nas mãos da polícia. Não se trata, ao contrário do que refere a enviada
do Expresso, da "insólita situação de detidos pela polícia cubana".
São apenas os comportamentos triviais em regimes totalitários: a vigilância, o
medo, a desconfiança, o segredo, a denúncia, a prisão sem motivo aparente. Em
lugares como aquele, a situação nada tem de insólito.
Nem
é insólita a indiferença que, por cá, a maioria dos colegas das pessoas
envolvidas dedicou ao episódio. Seria até esquisito que, após dias a fio de
louvores ao "líder histórico" e à "revolução triunfante",
os nossos media acabassem por admitir que, afinal, Cuba é uma barbárie sem
grandes rivais no hemisfério norte. Quando o assunto é a prepotência, os
jornalistas daqui gostam imenso de recordar os interrogatórios (alguns
superiores a meia hora - o horror!) que ocasionalmente sofreram à entrada dos
EUA. E se um se visse encarcerado em qualquer país democrático, ainda que por
atropelar uma velhinha, a classe desceria a avenida com archotes. Mas uma
ditadura de esquerda pode, com total discrição, fazer o que quiser com eles. E,
em certos casos, é bem feito.
Sexta-feira, 9 de Dezembro
Os intolerantes deviam ser mortos
Geert
Wilders, político holandês, "populista" e de
"extrema-direita", foi condenado por discriminação, racismo e
"discurso de ódio" após ter perguntado à audiência de um comício se
queria mais marroquinos no país. Já há cinco anos o sr. Wilders fora a tribunal
por comparar o islão ao nazismo - pormenor curioso para quem é acusado de abominar
muçulmanos e de ser nazi. De qualquer modo, o sr. Wilders é de facto
impertinente. As pessoas de bem sabem que o racismo, a xenofobia, a
discriminação e o ódio em geral só são tolerados quando dirigidos contra: a)
banqueiros, especuladores e, salvo ditadores "revolucionários",
milionários em geral; b) alemães, americanos brancos, israelitas e
"sionistas" em geral; c) políticos populistas, de extrema-direita ou
à direita do socialismo em geral; e d) cavalgaduras que dizem coisas de que não
gostamos em geral.
E
é isto. Agora resta esperar para ver o exacto tipo de gente que persegue o sr.
Wilders mostrar-se incrédulo com a popularidade crescente do sr. Wilders e
similares. Vou comprar pipocas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário