Histórias de hoje na “Angola é nossa” de ontem,
enviadas, talvez com carinho, talvez com um sorriso, por João Sena, através de
email.
Nacos
soberbos de prosa, tão válida como outra qualquer, - e igualmente inútil - que
servirão eventualmente para nos libertarmos de momento das Marine Le Pen e dos
Donald Trump da nossa perdição e entretenimento diário, e regressarmos aos que
foram nossos e afinal amámos e deixámos entregues a si próprios, nas tropelias ambiciosas
com que os mais espertos conseguem sempre favorecer-se, cá como lá. Deixemo-los
nas ficções do seu envolvimento, nos arrazoados dificilmente entendidos, apesar
de bem intencionados das suas pretensões. Há um que sai, ao que afirma, mas
deixa afilhado. E cada um irá estrebuchando, agarrado a valores, agarrado a
palavras que flutuarão e cairão como chuva de confetti, sobre as cabeças curiosas
ou resignadas, em breve amassados no chão das indiferenças e da continuidade. O
mundo continuará rolando, na graça e na desgraça. E por isso, as palavras da
canção, que já pertenceu ao patriotismo português, poderão sempre aplicar-se
com igual garra aos angolanos de hoje, com o mesmo brio lutando pelos seus
direitos. Porque o resto… são sempre cantigas…
Angola é nossa gritarei
É carne, é sangue da nossa grei
Sem hesitar, p'ra defender
É pelejar até vencer
É carne, é sangue da nossa grei
Sem hesitar, p'ra defender
É pelejar até vencer
A
RAZÃO DE ISAAC DOS ANJOS
A
EMENDA PIOR QUE O SONETO
O maior problema de Angola não é
Cabinda, mas sim Benguela. Benguela tem donos… são todos aqueles que se
sentem benguelenses! Benguela é essencialmente, desde os tempos remotos, uma
cidade bairrista. Basta olhar para a história colonial portuguesa, do tempo
de Manuel Cerveira Pereira e após a independência de Angola, para concluir
que Benguela sempre foi uma cidade de luta permanente, de revolta, do
contra, de vontade própria, de integração social, de famílias e de histórias.
Tal como o Porto em Portugal, Barcelona em Espanha, Nice em França e a
Beira em Moçambique, Benguela foi sempre assim… Bairrista e ganhadora.
Benguela é a única cidade em Angola bairrista que produz benguelenses.
Todavia, não é possível governar Benguela sem se sentir de corpo e alma
benguelense.
O Isaac dos Anjos, governador da província de
Benguela não é benguelense, como se diz à boca pequena, pode ser considerado um infiltrado
identificado em Benguela.
Não tem sentido de Estado, de
responsabilidade e com muita facilidade se despe da sua função ou cargo e se
coloca na condição de cidadão comum. É absurdo o governador de Benguela
dizer que os benguelenses são intriguistas, fofoqueiros donos do seu próprio
espaço (verdade) e que dorme tranquilo. É absurdo ver Isaac dos
Anjos, manobrar para abafar os seus interesses que são contrários aos de
Benguela.
Isaac dos Anjos, governador da província
de Benguela e 1º Secretário do MPLA, deveria se lembrar de que
seu maior parceiro é o povo de Benguela que o elegeu, no conjunto. Nas
próximas eleições, previstas para Agosto/Setembro, será óptimo que o povo se
esqueça desta parceria.
Isaac dos Anjos, tornou-se um desconhecido,
não mais a pessoa em que Benguela também votou e depois depositou suas
esperanças.
A sua indiferença e o desprezo
está a alcançar patamares superiores e não imaginados por Kundy Payhama e
sua Trupe.
EM BENGUELA O
MPLA PEGOU FOGO – FOGO POSTO
Em plena reunião do Comité
Provincial do MPLA, quarta-feira, dia 07 de Abril de 2017, a crise
política atingiu o seu ponto extremo e o risco do MPLA esboroar-se
aumentou substancialmente perante os olhares impotentes dos presentes.
Aderito Areias arregaçou as mangas e explicou
direitinho a Isaac dos Anjos o que tinha, há muito, entalado
na sua garganta. A briga foi muito feia. No centro do debate bem
aceso, com a plateia a aplaudir, estavam as fofocas e as intrigas dos
benguelenses proferidas pelo governador Isaac dos Anjos em vários
fóruns. Aderito Areias expôs sem medo e com clara independência o
lamentável estado de Benguela, a humilhação à qual os benguelenses estão
sujeitos e a importância e necessidade de Isaac dos Anjos se retratar
perante um povo guerreiro. Confusão total instalada, com Carlos
Vasconcelos “Cacá” a tentar pôr ordem no circo. Deveras
humilhante e desprestigiante para Isaac dos Anjos. Mas ficou claro
que Isaac dos Anjos não goza de apoio no seio do partido.Demita-se
Isaac dos Anjos!!! Pois, tem muito mais a ver com a sua natureza. Não
foi capaz de o fazer (com justa razão) aquando da reunião sobre a Lei de
Terra, realizada em Luanda, com a presença de todos os membros do
Governo, quadros intermédios e sobas, mas fá-lo-á certamente agora, por duas
razões: foi confrontado e humilhado por todos os membros presentes na reunião
do Comité Provincial e segundo, não morre de amores por João Lourenço, cabeça
de lista do MPLA para as eleições de Agosto/Setembro de 2017. Mais
uma vez o MPLA vai perder em Benguela, a favor da UNITA e
da CASA-CE, sem esquecer, obviamente, o elevado nível de absentismo.
Este
não é um bom tempo para Isaac dos Anjos e os seus comandados. É
muito difícil reagir em situações assim, mas o Isaac dos Anjos escolheu
o pior caminho. Existe uma história que não se poderia suspeitar fosse uma
característica presente entre seus principais chefes.
Benguela há muito que mudou. Os
benguelenses não querem ficar mais à mercê dos desmandos de sucessivos
governantes.
Precisamos continuar acreditar em
Benguela com todos os benguelenses de Benguela. Proceder de forma correcta,
diz respeito ao proceder de toda uma vida de dedicação incansável à causa
pública e aos elevados interesses desta Benguela.
Isaac dos Anjos, apesar de tudo,
tem carácter.
Francisco Rasgado
/ Babalada
RECADOS AO CHEFE!
Afinal muito se disse com relação
ao Estado da Nação, e que caminhos trilhar para devolver o sonho e a
esperança de um Povo, na plena conquista da irradiação da pobreza, da
felicidade e do bem estar e da justiça social, elegendo como pilares a Saúde
e a Educação, sem dispensar o efémero combate à corrupção.
Todos estes aspectos, implicariam
uma serena discussão e a abordagem da vitalidade da nossa democracia, do
Estado de direito e do compromisso escrupuloso em cumprir e fazer cumprir a
lei e a constituição.
Neste momento da viragem, tudo o
que ouvimos do Cabeça de Lista, no essencial, satisfaz e agrada
cabalmente quase que a maioria, pois vai de encontro ao corrigir o que vai
mal, e da despartidarização da sociedade, dos excessos de poder
centralizados, da ausência de supervisão e de responsabilização civil, e da
separação dos poderes, da exaltação do mérito e da competência e do fomento
das oportunidades, do esbater das desigualdades e dos desequilíbrios da
distribuição da riqueza, e relança igualmente com premência a importância do
poder regional ou das autárquicas.
Contudo e se nos lembrarmos de
alguma forma, tudo ficou amarrado, isto num jargão popular, pois na
nossa idílica aposta/consulta através dos não menos célebres e por vezes
opacos comitês de especialidade, que putativamente, ao invés de com
perspicácia procurarem ter dado subsídios coerentes e pertinentes ao poder
executivo, fez-nos desaguar neste labirinto em que nos deparamos, não resistindo
também eles na sua génese, no descaminho do clientelismo e de contribuições
avessas ao primado da noção tecnológica e de competência, e ferindo a
expressão soberba e impoluta das especialidades que encerravam.
Portanto, hoje, a pergunta será
saber se, e apenas, do digníssimo Cabeça de Lista e sua distinta equipa, se
socorrerão em exclusivo do envolvimento e subsídios dos diferentes comités,
ou se nesta nova roupagem e dinamismo que emprestam na esperança de mudança,
estarão com mestria aptos e disponíveis, para que de forma desinibida, e
descomprometida, os diferentes grupos de especialistas Nacionais, e desde
logo com genuína anuência para considerar estes outros também válidos, e com
reconhecido sentido patriótico e de estado, (sendo muitos igualmente e
sabidamente do MPLA) e assim sectorialmente e na dinâmica deste processo, ter
um marco relevante e de afirmação positiva, convindo uma abordagem
responsável, ao estarem em posse de uma radiografia consentânea e mais
fidedigna no plano efectivo das valências e das capacidades técnicas, que em
boa verdade o País, afinal de algum modo sempre possuiu, ainda que por
vezes sonegado, e propositadamente destratado, no entanto, (diante de vontade
política), e sempre que convenientemente motivado e valorizado, poderá ajudar
a transformar e a desbloquear e a atingir este desiderato, que irá
corresponderà à plena satisfação e integração dos níveis de desenvolvimento e
de progresso humano e social.
Por último, e na confirmação de um
tema referido em destaque nas linhas de força, no caso, o Turismo, que nos
parece e se afigura igualmente caro na apreciação para um grupo de
especialistas, nos quais se enquadram os pilotos e profissionais do fórum
aeronáutico, pelas múltiplas razões de natureza e do conhecimento, desde o
integral domínio e noção geográfica e do cadastro, e das tendências e das
leituras do fluxo das migrações e das trocas comerciais de bens e serviços,
quer no âmbito nacional, regional e internacional, e dos pontos de
estrangulamento na visão já experimentada e dos processos actuais, e de
outros interesses fulcrais, no quadro da atracção, e do incentivo e de
exploração desta fonte moderna de renda, na balança de pagamentos dos países.
Osvaldo
Mendes
O OUTRO LADO DA POLÍTICA…
E PORQUE NÃO?
B.D – Bloco Democrático, sólido e mais esclarecido na briga por um
espaço no cenário político angolano, está empenhado na recuperação do espaço
conquistado nas primeiras eleições de 1992.
É no Bloco Democráticoque todos se lembram
quando é preciso um perfil de excelência para o país! Desde que Angola ascendeu à
independência de forma abrupta que o país começou a divergir internamente,
precisando, obviamente de justiça e estabilidade política. Passados 40
anos de desgovernação – ausência de respeito pelo próximo, desigualdade,
niilismo, corrupção, utilização abusiva do erário público – estão criadas as
condições objectivas e subjectivas para que haja uma correlação directa entre
a instabilidade política e o crescimento. O cenário político angolano
está claro, admitindo nos próximos tempos a existência de apenas três fortes
partidos, nomeadamente MPLA,UNITA e CASA – CE que irá
obviamente, evoluir com o consentimento dos pequenos partidos integrantes, em
partido uno. Porém, não anulamos a possibilidade de cisão ou fraccionismo no
interior dos partidos mencionados, assim como, admitimos a aproximação da CASA-CE
e do Bloco Democrático, que faria deles uma força política com maior
representatividade e mais elegível. Não obstante, o resquício tribal e
niilismo encobertos da CASA-CE, o Bloco Democrático integraria
a mesma, pois, a primeira é portadora de maior grandeza e assentos no
Parlamento; a segunda é portadora de uma grande carga intelectual e de
um traquejo político que a primeira não pode desperdiçar ou desprezar. A
confirmar-se, só o país ganharia. Qualquer quarta força no cenário político
angolano será residual.
Francisco Rasgado / Babalada
Jornal ChelaPres
A MÃE DE BENGUELA
Esperança Lima
Coelho de Vilhena, carinhosamente conhecida por “panchita” morreu em Benguela,
no dia 25 de Março de 2017, justamente no dia do seu aniversário natalício, e
foi a enterrar no dia 28 de Março de 2017, no cemitério da Camunda. O seu
soberbo e exuberante funeral foi marcado por uma pléiade de familiares e
amigos provenientes de várias latitudes, que fizeram questão de prestar a
última homenagem àquela que foi em vida a Mãe de Benguela. Foram várias as
instituições do Estado angolano e da sociedade civil benguelense que perante
o corpo de Esperança Lima Coelho e na presença de Eduarda
Silvestre Magalhães e do seu filho maior, Matias Lima Coelho
“General N’Zumby” homenagearam com mensagens de solidariedade e
condolências à malograda.
ELOGIO FÚNEBRE
“O MEU AMOR DA
RUA 11”
A MAIOR DE TODOS
Há um cartoon que mostra a chegada
de Esperança Lima Coelho de Vilhena ao céu, justificando a sua
morte, no sábado passado, dia 25 de Março, depois de 89 anos de vida (feitos
no dia da sua morte).
À frente de um desenho do mundo,
diz Deus: “vou acabar com tudo no dia 25… Quero que você faça um novo
projecto”. Desenhar um novo mundo, mais bonito e solidário, com aqueles
traços e curvas que deixou espalhados pela cidade de S. Filipe de Benguela.
Mas, sobretudo, tentar inventar um sítio melhor para vivermos, porque, como
nunca se cansou de repetir, “o mais importante não é o cargo político,
empresarial ou governamental, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que
devemos modificar”.
Não foi difícil, depois da morte
de Esperança Lima Coelho de Vilhena, encontrar citações fortes.
Era assim Esperança Lima Coelho de Vilhena, natural do Bairro
Benfica, berço da intelectualidade benguelense,nascida aos 25 de Março de
1928, filha de Tomás Lima Coelho e de Júlia,símbolo
de humanidade e humanismo, Mãe das mães de Benguela, Mãe de metade dos filhos
da cidade de S. Filipe de Benguela e madrinha de outra metade, Musa do poeta
maior de Benguela – Aires de Almeida Santos, A mulata mais
bonita e cobiçada de Benguela antiga, são alguns títulos atribuídos a Esperança
Lima Coelho de Vilhena. Para a história, era uma humanista e solidária da
melhor estirpe. Entre os inúmeros gestos de solidariedade de Esperança
Lima Coelho está a adopção de dezenas de filhos, sobrinhos, netos e a
ajuda a várias famílias humildes de Benguela.
Há digitais de Esperança Lima
Coelho espalhados por algumas acções mais nobres nas últimas décadas
coloniais, como a adopção de Matias Lima Coelho “general N’Zumby”, ascendência
completa de seu irmão “Caniço”, o baptismo de Asdrubal Costa,
Francisco Rasgado, Eduarda Silvestre Magalhães, Dionísio Rocha, Carla Ramos
Williams, Maria Rasgado, Carlos Lamartine, Gregório Mulato, Vate Costa,
Gabriel Filipe Amado, Adelaide Rasgado, Mário Leite e tantos outros.
A sua grandeza, incontornável no
quadro do crescimento de Benguela, faz com que ela seja recordada com uma
estátua e uma rua com o seu nome.
Que a sua alma descanse em paz e o
seu nome presente na vida de todos os benguelenses.
Benguela aos 28 de Março de 2017
A Família
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