quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Ora bolas!


Mandou-me a minha filha, lá do norte do país,
Onde se encontra em passeio,
De férias sabendo a pouco,
–  Cinco pessoas em alegre companhia –
E não quatro
Como no poema enviado,
Um azulejo gravado em tons de azul,
Fotocopiado pelo telemóvel,
E de leitura sofrível
Que felizmente encontrei
Na internet e gravei
Aqui mediatamente
Já legível.
Era um poema de António Feijó
Versando o tema do Amor em harmonia
Com a fuga do Tempo incontinente
E por isso esvaindo-se subtilmente
Como é do senso comum.
Mas eu não acredito assim tanto
No negativismo desse pessimismo
Pois às vezes o tempo volta para trás,
Como dizia o Mourão
E traz-nos o amor perdido
Nem que seja na saudade
Do passado não perdido
Revivido.
O Amor e o Tempo
 António Feijó, in 'Sol de Inverno'
Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume

De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!

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