sexta-feira, 17 de abril de 2009

A cartilagem de tubarão

Conheço alguém a quem foi detectado um cancro da mama e a quem foi aconselhada a preparação imediata para uma imediata operação. Preparação logística, entendendo por isso a despesa imprescindível, a disponibilidade familiar de estar doente, que não tinha, por ter o marido doente crónico e na sua dependência, a disponibilidade psicológica que ninguém tem, pelas sequelas provindas da operação, em que a que menos conta é a queda do cabelo.
O medo da família e dos amigos. Não era possível! Não a minha amiga, não o meu familiar, não a perspectiva da morte para a pessoa de quem se gosta.
Mas alguém a quem sucedera o mesmo, a mesma urgência operatória, e, que, aconselhada por outro alguém, consultou um médico naturista que lhe prometeu a cura e a fez desistir da operação, arriscando a sua vida na confiança pelo médico naturista, de preferência à tal operação mutilatória, esse alguém levou a minha amiga ao seu médico naturista. E a minha amiga confiou, no horror da outra perspectiva que lhe era imposta.
Fez o milagre a tal cartilagem de tubarão, reconstituinte dos tecidos. E os outros remédios receitados. Está melhor, a minha amiga, mas a médica que aconselhou a operação não crê nisso, tais como os médicos da sua amiga não acreditavam. Ironizam, nem querem saber do como, limitam-se a descrer, o São Tomé quis ver. Os médicos convencionais não querem ver.
Talvez não haja interesses lucrativos na sua rejeição, apenas humanitários, mas se os não há, há masoquismo, isso sim. Salvar, embora mutilando, sempre com urgência, quando a urgência ainda é possível.
E o cancro, alastrando, em concomitância com os traumas da crise em que vivemos, fica muito caro ao Estado, nas múltiplas operações que impõe, porque a Assistência aos seus Servidores não comparticipa os custos da medicina naturista. Por isso os médicos não querem saber.
Mas cinco anos passaram e a tal amiga da minha amiga está dada como curada e a minha amiga melhorou. E de que maneira! Em poucos meses...

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