quarta-feira, 21 de maio de 2014

Aldeia Global



Um longo e aprazível texto de análise histórica de Francisco Gomes de Amorim, cujo tom crítico e faceto, próprios para amenizar uma profusa leitura de dados do passado e do presente, não destrói a seriedade e a pesquisa rigorosa desses, que nos fazem viajar no tempo e no espaço geográfico e social. Saiu no blog “A Bem da Nação”:

«DEMO E TEO CRACIAS – 1»12/05/2014
«No tempo em que a linguagem era simples, sem acordos gramaticais e outras complicaduras, rezavam os manuais políticos que havia três tipos de governo: ditadura ou tirania, democracia e teocracia.
Hoje com os pensamentos muito desenvolvidos (!), também se desenvolveu a nomenclatura para definir os sub-produtos dos três sistemas iniciais, e assim encontramos situações extremamente curiosas – o mais correcto seria chamá-las de desastrosas – como:
- Ditadura: todas são trágicas, algumas trágico-cómicas como a do clã dos King Kongs na Coreia do Norte onde até o corte de cabelo é obrigatório. Para se avaliarem as ditaduras deveriam classificar-se pelo números de mortes – assassinatos – cometidas contra opositores.
De longe, em primeiríssimo lugar, viria a do zé stalin soviete, com mais de doze milhões, ex-aequo em segundo competiriam hitler e mao, depois a cambojana com os Khmer Vermelhos de pol pot com mais uns muitos milhões, depois uns mais branditos como a de pinochet, franco, mussolini e dos generais argentinos, devendo aparecer em penúltimo lugar a dos generais brasileiros com pouco mais de quatrocentos mortos, e por fim a salazarista. É evidente que sem esquecer a cubana, sobretudo quando lá estava o pacifista guevara que todos os dias ia à prisão fuzilar uns quantos presos... por prazer.
- A seguir aparecem as Ditaduras da democracia ou ditaduras democráticas, duas palavras de total antagonismo, mas que estão bem representadas em países como a Rússia e Brasil, por exemplo. Em ambos se vota, o que pressupõe democracia, mas no primeiro impera a ditadura kágebesca, militar, onde não se prestam contas ao povo, os juízes são comandados pela sempre poderosa polícia putinesca, e quem se atrever (ou já atreveu) a dizer que as obras em Sotchi foram um escândalo de corrupção vai prá cadeia. Lugar estratégico, onde o filho da Putina tem uma big mansão, ao lado da Abcássia e da Ossétia do Sul, que ele já roubou à Geórgia e em frente da Crimeia que acaba de roubar também. Ditadura democrática policial... e corrupta, ora pois.
No Brasil tem algo semelhante: a Rússia tem a dança dos Cossacos, o Lago dos Cisnes e outras, e o Brasil o Samba. Dançar dançam todos.
Na Russia do putinesco imperial, ai de quem levantar a voz contra ele e seus asseclas.
No Brasil, muito mais liberal, levanta-se a voz contra tudo e contra todos, a banditagem, corrupção, ladroagem, enriquecimento super ilícito, descarado apoio do desgoverno a grupos de baderneiros, mas a ditadura do “pt”, os ptralhas, tudo abafa, ninguém viu nada, nem ouviu nada, nem fala nada.
E ainda se permitem tentar denegrir a imagem dum irrepreensível ministro do Supremo Tribunal Federal, por ter condenado o alto escalão petralha, (devia dizer a alta escória, mas...) sendo até, por elementos da gangue desgovernamental, ameaçado de morte nas chamadas redes sociais da Internet

A imagem do governo do país onde o futuro não chega 
- Democracia de um dono só”. Democracia é de todas a mais rica em filologia, sem dúvida. Tem dezenas de sub-variantes, como por exemplo em Angola, Guiné Equatorial e Zimbabué: onde o povo vota, previamente os resultados já estão definidos mantendo indefinidamente os “presidentes”; o da Guiné Equatorial e o angolano competem para ver quem mais rouba dos seus países, ambos há 35 anos na mamata, este com uma filhinha a mulher mais rica de toda a África, o outro, além do genocídio dos bubis, acumulou também uma fortuna de alguns biliões de dólares, e na outra banda o imorrível do Zimbabwe há 27 anos, com 90 de idade, semi-podre, mas ai de quem o contrariar.
Este tipo de democracia é que tem os mais verdadeiros slogans de propaganda: “Votem em mim que eu quero que vocês se danem e a grana é minha”!
Há mais deste tipo; por ora estes devem ser os campeões. 
Democracias Mentecaptas: há outras democracias muito curiosas também, sem precisarmos ir muito longe: dois vizinhos são exemplo da mente capta dos homens, e mulheres, aqueles que votam: Venezuela e Argentina. Venezuela, o oitavo país produtor/exportador de petróleo arruína-se, e à população faltam alimentos e até papel higiénico! A Argentina, até tem um pouco de petróleo, uma indústria razoável, muito turismo, uma agricultura e pecuária onde tudo se produz do bom e do melhor, um povo com alto índice de cultura. Há muitos anos estes dois países só “produzem” presidentes dementes e assim se afundam.
- Democracias Implodidas: as mais variadas são aquelas com inúmeros partidos políticos, as mais divertidas para quem assiste, de longe, à babilónia dos seus governos e parlamentos, onde ninguém se preocupa com o país, mas como a individualidade de cada um dos seus componentes. Resultado: cada vez mais países aflitos para manterem a cabeça fora de água, mas sempre a meterem água. À maioria desses hoje vale-lhes o famosérrimo parlamento europeu, o mais babilónico de todos, onde o vírus corruptus parlamentarius reina soberano e ninguém mais parece querer a União Europeia para coisa alguma.
Tem muitas variantes de democracias e até, espantem-se os leitores, algumas funcionam bem, anos-luz à frente de todos as outras que por terem criado eleições se arrogam o direito de se dizerem democracias. As autênticas são as nórdicas, que infelizmente não passam de meia dúzia. E por incrível que pareça são monarquias democráticas! Imaginem se Carlos Magno ou o Luis XIV poderia imaginar que isto um adia havia de acontecer!
E a mais absurda forma de governo:
- Teocracia, que foi a segunda a aparecer no mundo. Primeiro foi a liberdade total, com o matriarcado a dominar, começando nos humanos com a Eva a dar uma maçã de sacanagem ao Adão.
Teocracia, segundo a etimologia significa, mais ou menos: “ou acreditas que eu te mato em nome de Alá, ou não acreditas e eu te mato em nome de Alá”.
Depois os homens, sempre maricas, cobardes, medrosos, perceberam que havia algo que os ultrapassava – além das mulheres – por muito fortes e muito grandes os exércitos que comandavam, a quem temiam e puseram o nome de deus, javé, alá, braman, olorun, nzambi e até oxalá.
Então encontraram uma fórmula para minimizar os efeitos da sua insignificante pessoa e intitularam-se “deuses” dos seus povos, ou “rei pela graça de Deus”, “profeta único”, iluminado”, “representante das vontades de Alá para matar os que não vão no meu papo”, sacrificando, imolando os seus (pessoais) inimigos para aplacar a cólera dos deuses, etc.

Fizeram isso os mais antigos como hebreus, assírios, egípcios, maias, e muitos outros, como no Egito, Aquenáton, um grande faraó que quis instituir uma religião monoteísta na tentativa de retirar o poder político das mãos dos sacerdotes sem se esquecer ele mesmo de ser o único representante e mediador dessa divindade. Os sacerdotes, era tudo gente fina: mandavam nos faraós e obrigavam o povo a “fornecer-lhes” regularmente jovens virgens para ajudarem na “rezas” aos deuses. Desculpem, às deusas. Uma farra. Como é evidente, Aquenaton acabou assassinado por mando dos sacerdotes ... destituídos.
Bem mais tarde a asquerosa inquisição deixou uma mancha indelével na religião do amor, mas nada se compara aos mais ferozes e persistentes que têm sido, desde o primeiro momento, os extremistas. Todos os extremistas.
Basta, por hoje, este detalhe:

No Islão, uma pessoa que comete blasfémia pode ser morta ou crucificada, ou suas mãos e pés podem ser cortados, ou pode ser exilada da terra.
O próprio Muhammad — uma vez declarou: “quem amaldiçoa um profeta, matem-no” — ordenou a execução de muitas pessoas simplesmente por criticar, questionar ou por chacota ao Corão.
Entre os mortos havia mulheres, tais como Asma bint Marwan. De acordo com o primeiro biógrafo do profeta, depois de Muhammad ter ouvido alguns dos poemas de Asma, retratou-a como um bandido assassino e clamou pelo seu assassinato, exclamando:
“Ninguém irá me livrar desta mulher?” Umayr, um zeloso muçulmano, decidiu executar os desejos do profeta. Uma noite entrou em casa da escritora enquanto ela estava deitada dormindo rodeada por seus filhos. Lá Umayr tirou-lhe o bebé que estava a mamar e mergulhou a espada na poeta. Na manhã seguinte na mesquita, Muhammad, que estava ciente do assassinato, disse, “você ajudou a Deus e seu apóstolo”, Umayr disse, que ela tinha cinco filhos. “Devo me sentir culpado? “Não, respondeu o profeta. Matá-la era tão importante quanto duas cabras batendo suas cabeças.”*
* - “Qu’ran, Hadith and Scholars: Muhammad and Mas Murderer”, WikiIslam, n.d., http://wikiislam.net/wiki/Qur%27an
 - Continua -


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