Publicou Salles da Fonseca no seu blog “A Bem da Nação”,
o seguinte texto de António
da Cunha Duarte Justo denunciador
de um futuro de pesadelo, com novas estratégias de domínio universal
verdadeiramente risíveis, de povos de
ambição desmedida, que pretendem ser donos do mundo, sem sequer pararem para
pensar nos Alexandres Magnos da História, movidos por iguais interesses de
domínio, e que uma qualquer Justiça – talvez a divina - se encarregou de punir:
«RÚSSIA E CHINA – O EIXO DA POLÍTICA DO SÉC. XXI?»
«UCRÂNIA
ENTRE IMPERIALISMO RUSSO E OCIDENTAL»
«A
Ucrânia, tal comos a região dos Balcãs, na primeira grande guerra mundial, dá
ocasião ao surgir de uma nova configuração política das potências
determinadoras do futuro no séc. XXI.
A
Rússia, ao ser contrariada pelos interesses da EU/NATO na Ucrânia, demonstra
ostensivamente a sua reivindicação ao direito de ser reconhecida como potência
mundial; para tal vira-se para a China e para a América Latina em oposição à
política dos países da NATO. Utiliza uma estratégia própria na combinação
oportuna de “ vendas de armas, instalações militares e grandes projectos
económicos, de infra-estrutura e de energia”. A nova estratégia de parceria
com a China pode mudar o eixo axial da política no séc. XXI. O negócio
entre a Rússia e a China da construção da conduta para fornecimento de gás à
China e a construção de um canal transoceânico da Nicarágua como alternativa ao
canal do Panamá, são passos que indicam determinação no sentido de as duas
potências se unirem num projecto comum.
Ao
avanço da presença do Ocidente ao longo das fronteiras da Rússia e na Ucrânia,
a Rússia contrapõe a sua presença, como potência mundial, na América Latina.
A
presença política arrasta consigo o negócio. Então, países como a Alemanha
aceitarão o desenrolar natural dos acontecimentos e orientar-se-ão pelo brilho
do negócio. Esta ofensiva económico-estratégica revela-se tão desesperada que
pode determinar a divisão da Ucrânia.
Piora o
clima entre as potências mundiais logo surgem centros ciclónicos devastadores
das mais belas paisagens e dos mais belos biótopos culturais. Por trás das
ventanias que arrasam florestas e destroem a bonomia do clima entre amigos e
familiares, encontram-se interesses políticos, económicos e estratégicos. Quem
aspira a mais organiza-se em grupos de interesse porque sabe que no governo ou
na oposição sempre se recebe mais do que no seio do povo.
Os grupos da Ucrânia, agora
divididos e guiados pelas forças de ventos invisíveis, a modo das árvores no
vendaval, batem-se uns contra os outros à mercê dos centros ciclónicos do
poder. Os que se querem orientar pela Europa e os que preferem seguir a Rússia.
Em nome da soberania popular dá-se a redistribuição de poderes e influências.
A
Ucrânia, o maior país da Europa, tem 44,6 milhões de habitantes sendo 77,8% de
etnia ucraniana e 17%, de russos e romenos está em perigo de ser dividida. O
povo ucraniano já foi vítima do genocídio provocado por Estaline que vitimou
milhões de ucranianos e da ocupação nazi que matou muitos milhões de pessoas,
sofre as consequências de se encontrar como fronteira de dois imperialismos: o
russo e o ocidental.
Quem pensa em termos humanos e
de povo é contra a intromissão estrangeira; quem pensa em termos estratégicos e
de poder compreende a luta das potências: uns a favor dos russos, outros a
favor do ocidente.
Um país
soberano deveria ter a possibilidade à autodeterminação.
Uma
Alemanha interessada em acordos de comércio com o leste, uma UE interessada num
acordo de associação, e uma federação russa amedrontada, não são indícios de
bons resultados para a Ucrânia; a Rússia sente-se ameaçada economicamente pela
UE, militarmente pela Nato e socialmente pelos valores ocidentais de liberdade
e democracia. A UE defende os seus interesses económicos e estratégicos na
Ucrânia argumentado hipocritamente de pretender a salvaguarda dos direitos
humanos e de um Estado de Direito. Infelizmente não usou da diplomacia para saber
antepor-se aos combates armados entre a população ucraniana nem teve em conta
uma Rússia traumatizada pela queda da União Soviética. A Rússia tem os mesmos
interesses na Crimeia e nas zonas orientais da Ucrânia como os ingleses no
Gibraltar e nas ilhas Malvinas…
Uma
Ucrânia endividada até à garganta com a dívida do gás e quase na bancarrota.
Deve à Rússia 2,6 mil milhões de Euros pelo que Putin tenciona, a partir de
Junho, só fornecer gás à Ucrânia a pronto pagamento. Até à ocupação da Crimeia
vendia o gás à Ucrânia 30% mais barato, devido à Ucrânia permitir lá a base
russa.
A Ucrânia, depois das eleições
de 25 de Maio, irá ter de compreender amargamente a frase de Bismark: “Estados
não têm amigos, apenas têm interesses”.
As missões de observação eleitoral
da OSZE julgarão sobre o decorrer das eleições. Depois delas surgirá a
discussão sobre quem as reconhece e quem não. As eleições não conseguirão o
problema da Ucrânia que nela resume o conflito entre a Rússia e o Ocidente e
entre população pró-Rússia e pró-UE.
A Rússia é o maior país do mundo
mas nas suas infraestruturas, é de facto, em grande parte, um país de terceiro
mundo.
O futuro irá aproximar ainda
mais a Rússia e a China até por razões de afinidade na defesa da integridade
territorial e devido à sua extensão e aos povos separatistas.
No séc. XIX combatiam-se os
estados, no séc. XX as ideologias e no século XXI combater-se-ão as culturas.
Com a queda da União Soviética (1998) acaba-se o mundo bipolar para se iniciar
a multipolaridade. Das guerras passar-se-á às guerrilhas; na formação de novas
constelações, a guerrilha muçulmana tem-se mostrado a única arma estratégica
eficiente contra a prepotência da guerra económica. Livre-nos Deus desta
perspectiva real para o futuro.»
António da Cunha Duarte
Justo
Ouçamos Luís Góis, nos pequeninos gestos de
felicidade que tão bem canta, e assim arredemos o receio de tais previsões
sobre os novos monstros em formação, destruidores da paz no mundo:
É preciso acreditar (bis)
Que o sorriso de quem passa
É um bem para se guardar
Que é luar ou sol de graça
Que nos vem alumiar
Com amor alumiar.
Que a canção de quem trabalha
É um bem para se guardar
Que não há nada que valha
A vontade de
cantar
A qualquer hora cantar.
Que uma vela ao vento solta
É um bem para se guardar
Que se um barco parte ou volta
Passará no alto mar
E que é livre o alto mar.
Que esta chuva que nos molha
É um bem para se guardar
Que sempre há terra que colha
Um ribeiro a despertar
Para um pão por despertar.
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