Foi
uma apresentação bastante assistida, no bonito espaço dos antigos Correios do
Estoril. Eu fui com a minha filha Paula, houve referências, naturalmente, pelos
colaboradores, ao trabalho de investigação apresentado no livro, e à qualidade
da forma e do estilo, seguindo um percurso de rigor e elegância expositiva não
isentos de sentido crítico e de vasta informação bibliográfica, que as andanças
diplomáticas pelo mundo, do seu autor, contribuiriam naturalmente para
fortalecer.
Por
detrás da mesa foram pendurados na parede retratos de alguns dos implicados no
processo, entre os quais Anthony Eden e o Almirante inglês de então, Léon Blum,
Staline, Armindo Monteiro, de que o Embaixador Luís Soares de Oliveira referiu
brevemente o papel, aquando da sua exposição final.
Um
período bem agitado, o da Guerra Civil Espanhola, resultante do extraordinário
desenvolvimento industrial da Espanha, e da multiplicação das forças do
operariado, com as respectivas ideias de subversão, muito em voga, a um status
de exploração e miséria provocadoras da cisão. Uma Guerra que provocou muitas
mortes e atropelos, e as implicações junto dos outros povos, com escusas ou
ajudas mais ou menos retraídas em que o cinismo ou a inanidade das relações
políticas forçosamente se fez sentir.
No
final da sessão houve as perguntas comedidas para o Sr. Embaixador responder e
uma delas foi muito taxativa: se o Sr. Embaixador poderia salientar num breve traço,
um resultado da Guerra Civil de Espanha para a Espanha. Com aplomb e delicadeza
o Sr. Embaixador mostrou a dificuldade de uma síntese, numa simples ideia, e
creio que respondeu com algo relacionado com a perda de importância posterior da
Igreja. Transcrevo do seu livro, como apoio à sua frase, de que gostei mas
esqueci:
“Em
Junho de 1939, chegou a vez dos bispos. Uma nova Carta Pastoral colectiva em
que pediam clemência para os vencidos foi impedida de publicação ou de
referência em qualquer jornal. Unamuno tinha razão: o catolicismo de Franco era
de padrão muito especial. O seu deus desconhecia o perdão.”
Para
mim, que sou leiga, creio que a ditadura de Franco, além de construir uma
Espanha poderosa, deixou um legado de amor pátrio, ao passar o seu testemunho,
novamente, ao seu Rei, restabelecendo a Monarquia, como garante de uma
continuidade apoiada em respeito pela História da sua Nação.
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