«O misterioso caso do SMS» de Vasco Pulido Valente (Público, 9/5/15)
refere, no parágrafo final, o caso de António Costa com um jornalista
impertinente que lhe publicou os dizeres, contando a insólita afronta pessoal,
por SMS, de Costa ao jornalista que, valendo-se dos poderes instituídos para o quarto poder, logo desvendou
o caso, a vara denunciando o vilão do provérbio. Pulido Valente condena a
insensatez do Costa de responder por SMS, optando pelo recurso à intimidade da
resposta pessoal, logo divulgada, em pasquinada sebenta, montanha em alarido
parindo o rato da insignificância, bem ao nosso estilo provinciano. Quanto aos
comentadores políticos que a televisão interpela, segundo referência de Pulido
Valente, ainda bem que o faz, pois sempre vão variando os programas da monocórdia
nacional, confinados quer ao espectáculo em que o povo é rei, quer, às telenovelas
dos casos da vida, quer aos noticiários de que igualmente o povo se apoderou
nos seus arrebatamentos bastamente noticiados, quer aos programas
futebolísticos impregnados de violência verbal… Ao menos esses que discutem
política segundo as leituras próprias, vão ensinando e alertando, e mostrando
quanto se equivalem uns e outros, marionetas movendo-se, sem bem assentarem os
pés, no chocalhar manipulado do seu palco movediço. Restam-nos alguns programas
desses Hermanos Josés Saraivas que por nós passaram e mostraram de afectos e
conhecimentos. E outros de espírito e beleza que a TV Memória nos vai
recordando. Ainda bem que existem entrevistas nas televisões. De gente que tem
alguma coisa a dizer, quer aceitemos ou não.
Eis o artigo de Vasco Pulido Valente:
O misterioso caso do
SMS
09/05/2015
Os comentadores que são ao
mesmo tempo políticos no “activo” ou esperam voltar à política “activa” dentro
de pouco tempo estão hoje em larga maioria na televisão e na imprensa. Já lamentei
aqui essa promiscuidade. Mas não deixa de ser bom lembrar alguns factos.
Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Santos Silva,
Manuela Ferreira Leite, António Lobo Xavier, Jorge Coelho, Francisco Louçã e
Francisco de Assis pontificam semanalmente na SIC e na TVI. Nos jornais,
tirando o Expresso e o Sol, escrevem
Mário Soares, Marques Mendes, Luís Amado e meia dúzia mais. Isto para não falar
de entrevistas (que não se pagam) ou debates (que também não se pagam), mas que
permitem a certas cabeças da “classe dirigente” uma exposição contínua ao
público eleitor.
O problema que isto levanta é compreensível: por que
valor tomar os comentadores que se comentam a si próprios, comentam os seus
presuntivos sócios no partido e têm um interesse pessoal na generalidade das
questões que discutem? Não há maneira de julgar o peso e a consequência do que
eles dizem e menos do que eles, sem dizer, insinuam. Só que, para lá disso, a
presença dos políticos no jornalismo cria uma familiaridade e uma cumplicidade
que prejudicam, quando não falsificam, a verdadeira opinião. Quem trabalha no
mesmo sítio ou na mesma empresa, se encontra regularmente nos corredores, fala
do que se vai passando no país, conta casos da sua vida privada ou partilha o
último boato, acaba, pouco a pouco, por revelar o que não deve ou quando não
deve.
O SMS de António Costa a um jornalista do Expresso mostra muito bem a enorme trapalhada em que se caiu. O
jornalista escreveu sobre Costa uma coisa qualquer de que Costa não gostou. Fim
de história? Não. Em vez de ficar calado (o secretário-geral do PS não
“responde” a jornais), Costa resolveu mandar um SMS ao jornalista em que o
tratava mal e o jornalista mandou um SMS “atencioso” a Costa e publicou
imediatamente toda esta pouco saborosa troca de mimos. Grande escândalo. Mas
ninguém perguntou a evidência: como tinha Costa o número do jornalista?
Conhecia o homem de algum lado? Por que razão aquela crítica irritou
especialmente o nosso putativo salvador? No submundo em que os dois circulam,
existe com certeza uma explicação para o caso. Para nós, não.
Mas não resisto à tentação de fixar no meu blog mais uma das
histórias que o meu filho Ricardo me envia por email, a provar que o riso ainda
é coisa que contribui para a saúde, já Duarte Justo o afirmou em “Rir
estimula as hormonas da felicidade”:
Casamento
no Céu
Um casalinho seguia no seu automóvel para a
igreja onde iam casar quando são abalroados por um camião e morrem ambos.
Vão para o céu onde são recebidos por S. Pedro a quem perguntam se não seria possível
casarem no céu já que não o tinham feito na terra.
S. Pedro
disse que sim e que trataria pessoalmente de satisfazer tão nobre pedido.
Passaram 3 meses e nada! Foram ter com S. Pedro e perguntaram-lhe o que se passava, ao que ele respondeu:
Passaram 3 meses e nada! Foram ter com S. Pedro e perguntaram-lhe o que se passava, ao que ele respondeu:
– Não se preocupem, pois eu estou a tratar do
assunto, não está esquecido.
Passaram-se 2 anos e casamento, nicles! S. Pedro, uma vez mais, assegurou-lhes que estava a tratar do assunto. Finalmente, passados 20 anos, vem S. Pedro a correr com um padre e dirige-se ao casalinho:
Passaram-se 2 anos e casamento, nicles! S. Pedro, uma vez mais, assegurou-lhes que estava a tratar do assunto. Finalmente, passados 20 anos, vem S. Pedro a correr com um padre e dirige-se ao casalinho:
– Vamos, chegou a hora!
Fez-se o casamento e foram felizes durante algum
tempo, mas passados uns meses foram ter com S. Pedro
e disseram-lhe que as coisas não estavam
muito bem e que pretendiam divorciar-se.
– Pode conseguir-nos isso aqui no céu?
E S. Pedro
responde:
– Estão a brincar comigo ou quê? Levei 20 anos a
encontrar um padre aqui no céu. Como é que vou agora encontrar um advogado?
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