quinta-feira, 7 de maio de 2015

Num texto de Francisco Gomes de Amorim




Breve comentário:
A injustiça da implacabilidade das forças da natureza, a bestialidade das forças humanas na plenitude das suas funções de crime hediondo impune ou das de ambição criminosa bem sucedida, a revolta do pobre humano que sonha ingenuamente com soluções de generosidade utópica, uma Europa a caminho da destruição, por forças invasoras que a fraternidade aconselha a acolher, um homem assustado na previsão do descalabro global, em colérica explosão contra as injustiças do mundo. Apenas alguns tópicos do texto de Gomes de Amorim, publicado no “A Bem da Nação”, amplo em dados informativos, e em perguntas da sua incompreensão sem resposta:


1.- Nepal e o Boxe
Um horror este terramoto no Nepal. Milhares de mortos, muito mais milhares de feridos, milhares de casas e monumentos destruídos, a população com dificuldades incríveis para ser socorrida, uma catástrofe imensa.
Famílias que perderam tudo, casa, recheio, roupas, etc., e nada têm para comer. 
Muitos países correm para lá com equipas de socorro, alimentos, hospitais de campanha. Pelas contas da UNESCO são necessários uns US$ 500 milhões para socorrer e dar de comer àquela população e reorganizar um pouco a vida.
Para mim essa verba é quase inimaginável, mas quando sabemos que o número de bilionários, pelo mundo, dobrou em cinco anos, e bilionários contam os seus dinheiros aos biliões, parecia fácil com um ou dois cheques desses açambarcadores resolver-se o problema. Mas é o povo que contribui, um pouco de cada um, que por vezes esse pouco de “um” pode até ser muito.
Paralelamente vimos uma desmesurada propaganda na TV sobre o combate de boxe do século! Em Las Vegas, é claro.
Só para entrar no ringue um dos contendores recebeu 180 milhões de dólares e o outro 120 milhões! E a organização gaba-se de que com a venda de ingressos (entre 1,5 e 7,5 milhares de dólares cada) e mais a venda de imagem para as TVs de todo o mundo e a publicidade, devem fazer mais 500 milhões. Um grande, enorme, negócio para que se vejam homens à porrada!
Escândalo! Vergonha! Podiam ir para a Síria ou Líbia. Bestialidade é a mesma!
Só para que dois brutos se esmurrem e um monte de carniceiros pague para ver a bestialidade humana no seu melhor, gasta-se o dobro do que seria necessário para resolver o problema da alimentação dos flagelados e reconstrução do Nepal.
É nestas alturas que eu tenho vergonha de ter aparecido na Terra como humano. Preferia ter reencarnado como barata, rato, qualquer coisa que não me envergonhasse.
O contraste é tão grande, violento, que mostra bem como os homens perdem o senso da ética e que a palavra humanidade não tem qualquer valor nem significado.
2.- O Mediterrâneo e o Negócio dos Refugiados
Todos os dias milhares de… ia a dizer de fugitivos da fome e da guerra, morrem estúpida e covardemente na tentativa de chegarem à Europa, o sonhado, e falso, Eldorado.
Mas... serão todos, mesmo todos, desgraçados?
Não dá para acreditar.
A partir da Líbia, o embarque é feito sob o controle dos jihadistas, e só embarca quem lhes tiver pago alguns milhares de Euros, ou para eles tenha trabalhado, como escravo, até 4 e 5 anos como alguns já o afirmaram.
Uma boa parte deles são mesmo os tais desgraçados que fogem à fome e guerra, mas outra boa percentagem será de terroristas que se estão a infiltrar na Europa para depois espalharem ainda mais o terror e a guerrilha, porque o EI não desiste, e sabe muito bem como alcançar o que se propõe.
É evidente que à chegada, sobretudo na Itália, é extremamente difícil fazer a triagem do quem é quem. Pior ainda àqueles que chegam à Grécia atravessando a fronteira a pé.
O que se pode ter a certeza é de várias coisas:
- Os jihadistas estão a receber diariamente milhões de dólares dos que procuram alcançar a Europa;
- No meio desses, uma percentagem, desconhecida, será de guerrilheiros treinados;
- A Europa não tem meios de albergar toda a gente que chega;
- Pior ainda, não tem capacidade nem meios para distinguir os que procuram paz, comida e trabalho, dos que vão para aguardar ordens para o terror;
- A Europa não é responsável pela loucura do avanço da jihad, nem das guerras no Sudão, etc. (Falaremos disto noutra ocasião!);
- Alguém, além dos jihadistas está a lucrar muito com este monstruoso crime, vendendo barcos insufláveis, motores outboard, e armas, muitas armas, aos selvagens fundamentalistas, quer seja no Iraque, Líbia, Nigéria, etc.
Vêem-se artigos nos jornais “perguntando” porque não se vão refugiar em países muçulmanos e ricos como os árabes! É piada de jornalista. Nos árabes não entram de jeito maneira.
Ainda há dias, cinco contrabandistas foram degolados na Arábia Saudita, e o mundo... calou. Só fala nos condenados ao fuzilamento na Indonésia! 
Fogem desgraçados da Nigéria, o maior produtor de petróleo de toda a África... e também estão a sair do Brasil o país do eldorado do ex-famoso pré-sal!
Onde estão os refugiados da Síria e do Iraque? A maioria, e há muitos anos, no Líbano. Por excepção muitos também na Jordânia.
Quem cuida dessa gente? O Crescente Vermelho ou a Cruz Vermelha?
Onde estão as fontes do dinheiro barato, pelo menos até agora? Nos trabalhadores da Europa ou nos poços de petróleo dos sultões, emires, e outros podres de grana?
De tudo isto algumas conclusões:
- A cristandade, espalhada pelo mundo, o que tem feito para ajudar os perseguidos e em vias de extinção cristãos siríacos, católicos, coptas, etc. na Síria, Iraque e outros países? Nada ou quase nada.
- Os países árabes, das riquezas inesgotáveis e dos príncipes muçulmanos que gastam, em seus países, fortunas em noitadas de orgias, prostitutas e álcool, porque não acolhem os seus correligionários de religião?
- O que pode fazer a Europa para interromper este fluxo assassino que sai, sobretudo da Líbia? Bloquear os mares da Líbia, como fizeram os ingleses a Lisboa no século XVIII? Difícil, dizem os “politicamente correctos”, porque iriam entrar em águas territoriais de outro país sem que este o tenha solicitado! Que piada besta!
Alguma vez se pede licença para começar uma guerra ou para tentar acabar como uma carnificina?
Repetindo o que acima já disse: porque eu não nasci minhoca, cágado ou urubu?
02/05/2015

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