Do longo e excelente artigo de Luís Soares de
Oliveira - «CAMINHO
DA INFELICITAÇÃO–VI - Viagem a fases pretéritas do
nosso (de)crescimento
económico em
companhia do Prof.
José da Silva Lopes--publicado no
“A Bem da Nação” , que,
como o título indica, para além da bela homenagem às qualidades de Silva Lotes,
morto em Abril de 2015, expõe o seu pensamento
acerca do percurso da política económica portuguesa, de Salazar aos tempos que
vivemos, passando por Álvaro Cunhal, Mário Soares e tantos mais que nos fizeram
chegar ao ponto em que estamos, sem esperança de modificação visível – transcrevo
o seguinte passo tão grave da nossa posição de seres que nasceram com este estigma
de atraso nunca ultrapassado, e para sempre incontornável, não direi para “crescer”
apenas, mas até só para “ser”:
«Acresce
que as nossas condições estruturais para crescer são assustadoras. Com destaque
para o problema da educação. Apenas 20% da população activa tem o 12.º ano de
escolaridade. O normal na Europa é 80%. Temos um abandono escolar até ao 12.º
ano superior a 40%. Mesmo que se faça alguma coisa, que não se está a fazer,
daqui a 30 anos estaremos com uma qualificação da mão-de-obra inferior à média
europeia de agora. Assim não podemos pensar em ter o mesmo crescimento
económico que o resto da Europa. É completamente impossível. E o que mais me
revolta quando falo de educação é que as pessoas em Portugal sabem isto e não
há capacidade para fazer seja o que for. Anda-se a fingir que se faz
reformas educativas. Temos também o problema da Justiça. Talvez custe 2% ou 3%
do PIB em custos de ineficiência".»
Foi a
consciência que sempre tivemos desde que nos conhecemos – a deste atraso, por
tantos descrito ao longo dos tempos, e que nem as boas vontades desses tantos
que se esforçaram e esforçam para nos elucidar, conseguem fazer reverter o
carisma vilipendioso da inferioridade que se nos colou às consciências e que
nos persegue, quer em espectáculos de estridência verbal inconcebível, como um
de dança na TVI, de uma apresentadora tolamente indiscreta, quer nesta
imposição de um AO pelos “vendilhões do templo”, quer na fealdade de um povo
desdentado e primitivo ainda, quer….
«E o que mais me revolta
quando falo de educação é que as pessoas em Portugal sabem isto e não há
capacidade para fazer seja o que for.»
Anda-se a fingir que se faz …
O maravilhoso domínio de apresentação de Michel Drucker no seu
espectáculo de France 2, “Le Grand Show”, com orquestra e gente que
canta bem e traz as canções do passado, prestando homenagem aos velhos
cantores, nas músicas e letras cheias de emoção e arte e mensagem e encanto,
gente que sabe falar com simpatia e desenvoltura educada… Não há comparação...
Simplesmente gente.
O maravilhoso domínio de apresentação de Michel Drucker no seu
espectáculo de France 2, “Le Grand Show”, com gente que canta bem e traz
as canções do passado, prestando homenagem aos velhos cantores, nas músicas e
letras cheias de emoção e arte e mensagem e encanto, gente que sabe falar com
simpatia e desenvoltura educada.
Simplesmente gente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário