Esta
é uma história verdadeira que me foi enviada pelo Ricardo que a traduziu do
espanhol na parte em que o espanhol entrou,
e do português, quando o alentejano – porque se tratava de um – prolongava as
terminações das palavras com uns is do seu acento. A tradução, correctíssima, desvia o riso das respectivas falas populares, mas
a anedota vale por si, mesmo na sofisticação do discurso elaborado, provando
que, contra bazófias de povos com mais direitos a demonstrá-las, nunca falta,
ao portuguesinho da incúria, a malandrice suficiente para a resposta pronta do “pobrete
mas alegrete”, que não deixa os seus créditos por mãos alheias nem se sente diminuído
perante os mais:
Dois
agricultores, um português e um espanhol, estão na conversa:
–
Qual é o tamanho da tua herdade? – pergunta o espanhol.
–
Para os padrões portugueses, o meu monte tem um tamanho razoável. São 300
hectares. E então a tua herdade?
–
Bem, responde o espanhol, para teres uma ideia, saio de casa pela manhã, ligo o
jipe e, ao meio dia, ainda nem sequer percorri metade da minha propriedade.
–
Sei bem o que isso é, devolve o português sem se dar por achado. – Também tive
um jipe espanhol que comprei com dinheiros da CEE e o carro era uma merda que
só dava chatices…
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