sexta-feira, 5 de junho de 2015

Paulino tem ego



Esta é uma história verdadeira que me foi enviada pelo Ricardo que a traduziu do espanhol na parte  em que o espanhol entrou, e do português, quando o alentejano – porque se tratava de um – prolongava as terminações das palavras com uns is do seu acento. A tradução, correctíssima,  desvia o riso das respectivas falas populares, mas a anedota vale por si, mesmo na sofisticação do discurso elaborado, provando que, contra bazófias de povos com mais direitos a demonstrá-las, nunca falta, ao portuguesinho da incúria, a malandrice suficiente para a resposta pronta do “pobrete mas alegrete”, que não deixa os seus créditos por mãos alheias nem se sente diminuído perante os mais:


Dois agricultores, um português e um espanhol, estão na conversa:
– Qual é o tamanho da tua herdade? – pergunta o espanhol.
– Para os padrões portugueses, o meu monte tem um tamanho razoável. São 300 hectares. E então a tua herdade?
– Bem, responde o espanhol, para teres uma ideia, saio de casa pela manhã, ligo o jipe e, ao meio dia, ainda nem sequer percorri metade da minha propriedade.
– Sei bem o que isso é, devolve o português sem se dar por achado. – Também tive um jipe espanhol que comprei com dinheiros da CEE e o carro era uma merda que só dava chatices…

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