Um artigo excelente - “QUOTA PARA REFUGIADOS” - de António
da Cunha Duarte Justo, publicado no “A Bem da Nação” – na profundidade da
sua análise sobre a política de acolhimento europeu dos povos que a fome ou a
desavença interna expulsa dos seus países. Uma Europa eivada de preconceito de
imediatez solidária, sem analisar outras alternativas de auxílio, uns Estados Unidos
responsáveis pelo deflagrar das guerras nalguns desses países, indiferentes às
consequências sobre uma Europa revoltada e cada vez mais fragilizada ante as
hordas de “invasores” que o “sentido humanitarista” dos governos faz acolher - forçadamente,
para ficar bem na fotografia- distribuindo-os segundo as conveniências das
nações mais desenvolvidas – refractárias, naturalmente, à aquisição dos fugitivos
de condição cultural inferior – segundo um conceito de apuramento rácico e
segregacionismo cultural, como no tempo da minha escola primária – hábito que
se perdeu – distribuindo-se os alunos por filas de maior ou menor sucesso escolar:
a fila dos bons, a dos suficientes e as do medíocres. Resta-nos a nós
continuarmos na fila dos terceiros, e aceitarmos os náufragos da mesma fila,
sofrendo as consequências de uma falta de ilustração de longa data, protegida
por chefes pouco sensíveis a essa, em troca de outros apanágios de maior brilho
e visibilidade, que para todos os efeitos ainda permanecem. E permanecerão, se
não forem vandalizados por quem de direito, nessa altura:
«QUOTA PARA REFUGIADOS »
A EUROPA RICA RECRUTA IMIGRANTES QUALIFICADOS E EMPURRA REFUGIADOS
DESQUALIFICADOS PARA OS PAÍSES POBRES DO SUL
Quota para Refugiados revela Abuso cínico da Palavra Solidariedade
A
Comissão Europeia para a Migração pretende que se faça a redistribuição de
20.000 refugiados que se encontram na Europa, tencionando para Portugal uma
chave de recolocação correspondente a 3,89% e para a Alemanha e França 10%. Uma
tal medida aumentaria a quota de desemprego nos países do sul que se sentem já
vítimas de uma economia da UE pró nórdica. Portugal seguirá, como de costume,
uma atitude de “Maria-vai-com-as-outras”.
Portugal
que exporta para a Alemanha, França, Inglaterra, Suíça, etc. os seus emigrantes
qualificados que não encontram condições suficientes de vida em Portugal deve
passar a receber dos países islâmicos imigrantes sem qualificação.
Muitos
cidadãos europeus têm dificuldade em compreender que os seus países tenham de
aceitar os refugiados de guerra interna islâmica entre xiitas e sunitas e que
países islâmicos como a Arábia Saudita não aceitem refugiados vítimas da guerra
religiosa ou da economia.
Na
França, Alemanha, e noutros países europeus aumenta no povo a resistência à
aceitação de refugiados. Muitos alegam que têm medo de receber os refugiados
porque estes, na sua grande maioria são muçulmanos e uma vez hospedados num
país organizam-se em guetos e não se integram; outro argumento que se ouve com
frequência é a realidade de uma vez reconhecidos servirem de ponte para novos
imigrantes e o facto de entre os refugiados se encontrarem terroristas do
Estado Islâmico. Também se encontram políticos na Alemanha que dizem que a
Alemanha “não é a repartição de segurança social da humanidade” e também
pessoas pobres que reclamam por cada vez verem mais reduzidos os apoios sociais
sem entenderem que o Estado empregue milhões de euros no acolhimento de refugiados.
Não notam a corresponsabilidade das potências no fenómeno nem a
irresponsabilidade da classe política em relação à paz social na Europa.
Em
2014 a Suécia recebeu 8,4 refugiados por cada mil habitantes, a Áustria 3,3 por
mil, a Suíça 2,9, a Alemanha 2,5, a Itália 1,1, a França 1, a Inglaterra 0,5, a
Espanha 0,1.
A
Inglaterra, a Polónia a Hungria, a Eslováquia e a Chéquia revelam-se contra o
intuito da Comissão Europeia de introduzir quotas de refugiados a distribuir
para todos os membros da UE. A Alemanha faz força para que todos os países
sejam obrigados a receber refugiados. Os países economicamente fortes da Europa
não se querem ver sozinhos com os problemas da imigração por razões de
estabilidade social e por razões económicas. A Alemanha, em 2014 recebeu
173.070 requerimentos de refugiados.
Por
outro lado funcionários da economia alegam que a Alemanha para cobrir a
quebra da natalidade da população precisaria de 400.000 imigrantes por ano.
A Alemanha prefere recrutar imigrantes qualificados porque não provocam custos
de integração e formação e além disso integram-se melhor e elevam o nível
social popular.
Quota
não é solução e seria injusta para com os países pequenos que não entram em
guerra nem fazem parte dos países desestabilizadores que lucram com exportação
de armas nem com a reconstrução dos países de intervenção. Os pontos
quentes são a Síria, o Iraque, a África do Norte, o Afeganistão e a Líbia. A
Líbia tornou-se num ponto de fuga dos refugiados para a Europa. Para
acrescentar a insegurança surgem organizações extremistas muçulmanas na Europa
que, ao afirmarem que com a emigração muçulmana e a sua fecundidade
restabelecerão seus antigos domínios na Europa, fomentam mais o medo e o
preconceito de muitos cidadãos europeus confrontados já com os problemas dos
guetos.
A
informação pública foca apenas o aspecto emocional dos refugiados não
contribuindo para uma discussão séria e objectiva sobre o assunto.
A
política da Comissão Europeia não está interessada no diagnóstico e no
tratamento das causas que provocam a emigração em massa; parece apenas
interessada em tratar as feridas mas não querer solucionar o que provoca o
flagelo hodierno das lutas entre xiitas e sunitas e o fenómeno dos refugiados.
A preocupação europeia deveria ser o fomento da estabilidade e do
bem-comum da população nos países de proveniência dos refugiados (a preocupação
pelo bem-comum universal). As medidas pretendidas de destruição dos barcos dos
contrabandistas não resulta porque a pobreza e as rivalidades entre os grupos étnicos
continuarão com o apoio directo ou indirecto do Ocidente. Urge uma política de
ajuda para a auto-ajuda das pessoas nos seus países; para os que já se
encontram no mundo livre devia dar-se-lhe uma formação qualificada para
poderem, mais tarde, fomentar as economias dos países donde vêm.
Não
é justo que as potências que participaram para a instabilidade do Afeganistão,
do Iraque, da Líbia, da Síria não assumam a responsabilidade de terem provocado
uma consequente perseguição aos cristãos e a outras minorias étnicas na região
e que agora países terceiros tenham de acarretar com os problemas que imigração
muçulmana acarreta consigo (Não se trata só de fugitivos mas de pessoas). As
administrações dos USA têm actuado irresponsavelmente, conscientes de que quem
mais sofre as consequências da sua política fracassada é a Europa e que a
Europa fraca e decadente - irmã menor dos USA – se limita a uma política ritual
irresponsável e carpideira sem encarar a peste que vitima fugitivos no mar
Mediterrâneo e infesta o clima social europeu.
António da Cunha Duarte
Justo
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