Publicou o “A Bem da Nação” um texto de
SOLANGE, cujo desespero traduzido numa escrita de triste ironia, me trouxe ao pensamento “O GRITO” de Edvard Munch,
em que uma natureza retorcida acompanha os traços da imagem deformada na
monstruosidade da dor. Monstruosa é a dor da SOLANGE, representante de uma
nação com grande potencial de riqueza, mas, ao que parece, canalizada para um
homem e família, que viveu na Rússia para dominar bem os princípios políticos
para os seus fins pessoais. Da Internet extraio passos da sua biografia que
ajudam a entender o “Grito” de SOLANGE, de monstro devorador que o mundo
aprova, com receio das suas políticas de ditador sem escrúpulos, a própria
filha engenheira como ele, tendo oferecido em tempos entrevista delicodoce
sobre o seu papá, vovô baboso, ignorando a gravidade dos males sociais no seu
país, entrevista que logo definiu a
atitude servil do entrevistador, manietado pelo medo, e a de Isabel dos Santos,
no seu ar de simpatia indiferente, após as baboseiras sobre o papá, falando de
formação dos jovens para o emprego, no espírito de iniciativa, talento,
orgulho, pequenas poupanças – o segredo está em ter uma equipa para se chegar
às grandes empresas. Obsceno.
Eis alguns dados sobre o Senhor Presidente Engenheiro,
extraídos da Internet, que o próprio mundo agracia, com prémios e referências
estimulantes, próprias do cinismo e da má fé gerais, mesmo nas nações
culturalmente mais poderosas:
«Desta forma,
José Eduardo dos Santos teve um papel de destaque não só na liberdade e
autonomia de Angola como no alcance da paz e da criação de um regime
democrático no país – tendo o MPLA sido o partido que emergiu como vencedor de
todos os sufrágios eleitorais desde que estes se realizam.
Em inícios de
2010 foi adoptada uma nova constituição. Esta abandona, por um lado o princípio
da divisão entre os poderes legislativo, executivo e judiciário,
concentrando os poderes efectivos no presidente. As eleições legislativas
seguintes foram entretanto agendadas para 2012, tendo José Eduardo dos Santos
dado a conhecer a sua intenção de não voltar a candidatar-se, Por outro
lado, esta constituição já não prevê eleições presidenciais, mas um mecanismo
pelo qual é eleito presidente da República e chefe do Executivo o cabeça de
lista, pelo círculo nacional, do partido político ou coligação de partidos
políticos mais votado no quadro das eleições gerais. apontando como o seu
sucessor Manuel Domingos Vicente,
na altura presidente da Sonangol . Mais tarde voltou, porém,
atrás, assumindo o estatuto de cabeça-de-lista dos candidatos pelo MPLA.
Durante a posse, José Eduardo dos Santos apontou sempre a "estabilidade
política" como prioridade do mandato presidencial. Esta estabilidade
política também foi assegurada pelo cumprimento de um programa de reformas para
a melhoria da organização, gestão e controlo das finanças públicas.
A 31 de
agosto de 2012 decorreram eleições gerais, também
estas ganhas pelo MPLA, e de acordo com a Constituição aprovada em 2010, José
Eduardo dos Santos, como número um da lista eleitoral do MPLA, foi
automaticamente eleito presidente da República, legitimando desta forma a sua
permanência no cargo por um período de mais cinco anos. A sua posse formal
foi a 25 de Setembro de 2012.
Recentemente o
economista angolano José Pedro de Morais Júnior destacou as medidas pragmáticas
tomadas por José Eduardo dos Santos na liderança de Angola, nas mais diversas
fases do complexo contexto do país, com destaque para a competitividade, a diversificação
da economia, e a vontade política do Chefe de Estado em criar emprego para
combater a fome e a pobreza.
Em Setembro de
2014, José Eduardo dos Santos anunciou a cessação da acumulação do cargo de
governador provincial, com o de primeiro secretário provincial do MPLA. Esta
medida tinha como objectivo melhorar o funcionamento do aparelho da
administração provincial e das administrações municipais, de forma a ajustar o
modelo de governo ao novo contexto e maior procura dos serviços públicos.
O papel de
José Eduardo dos Santos no desenvolvimento do sector petrolífero foi elogiado
em Londres,
durante a abertura da primeira conferência mundial anual de apoio ao
empresariado nacional, que decorreu em Outubro de 2014. O nome do Presidente
angolano foi evocado pelo seu empenho na inserção do empresariado nacional do
ramo e na formação de quadros, bem como pelo seu incentivo à formação dos
jovens nacionais nas áreas técnicas, em especial na engenharia petrolífera.
Durante o V
Congresso Extraordinário do MPLA, decorrido de 4 a 6 de Dezembro de
2014, em Luanda,
o Presidente do Partido e da República, José Eduardo dos Santos, foi
elogiado pelos seus esforços na condução dos destinos do Partido e da Nação.
No discurso de abertura do Congresso, José Eduardo dos Santos, referiu também
que o partido nasceu num contexto difícil, mas que assumiu o papel de guia do
povo angolano, na luta pela libertação de Angola.
Em 2014, o
historiador e investigador angolano, Patrício Batsîkama, lançou um livro
intitulado "José Eduardo dos Santos e a ideia da Nação Angolana". A
obra questiona alguns aspectos do passado recente de Angola
e responde a certas curiosidades em relação à participação do Presidente da
República na luta pela independência nacional.
José Eduardo
dos Santos foi eleito o "Homem do Ano 2014" pela revista Africa
World. Segundo a publicação, a escolha do líder angolano deve-se ao seu
contributo para o excelente processo de recuperação económica e democrática de Angola
desde o fim da guerra. A 8 de Maio de 2015, o Presidente angolano foi
galardoado com o prémio de boa governação “Meafrica Award”, no Dubai,
nos Emirados Árabes Unidos.
O Meafrica Awards é uma organização sem fins lucrativos que distingue
personalidades individuais que contribuem na facilitação de investimentos e das
relações económicas, para as economias em desenvolvimento.»
«Controvérsias»
«José Eduardo
dos Santos tem sido frequentemente associado à grande corrupção e ao desvio de recursos do
petróleo, em grande parte proveniente do enclave de Cabinda. Sua família é detentora de imenso patrimônio,
que inclui casas nas principais capitais europeias, participações em grandes
empresas, holdings em paraísos fiscais e contas bancárias na Suíça - um
patrimônio acumulado ao longo de décadas de exercício do poder. Seus oponentes
o acusam de ignorar as necessidades sociais e econômicas de Angola,
concentrando seus esforços em amealhar riqueza para sua família, ao mesmo tempo
em que silencia a oposição ao seu governo. Em Angola, cerca de 70% da população
vive com menos de 2 dólares
por dia, enquanto Santos e sua família acumularam uma imensa fortuna, que
inclui participações nas principais empresas do país, bem como em grandes empresas
estrangeiras.
Santos enriqueceu
desde que assumiu o poder mas acumulou enorme quantidade de bens sobretudo
durante e depois das guerras civis angolanas . A partir do cessar-fogo,
quando grande parte da economia do país foi parcialmente privatizada, ele assumiu o controle de diversas
empresas emergentes e apoiou takeovers de várias outras companhias de exploração de
recursos naturais.
Afinal o
Parlamento de Angola considerou ilegal que o presidente, pessoalmente, tivesse
participação financeira em empresas. Na sequência, a fortuna de sua filha, Isabel
dos Santos, baseada na participação accionária em várias empresas angolanas
e estrangeiras, passou a crescer exponencialmente. Paralelamente, o governo
passou a assumir o controle accionário em empresas que o presidente
indiretamente controlava.
Ao mesmo tempo, o
orçamento governamental chegou a 69 bilhões
de dólares em 2012, graças aos rendimentos proporcionados pelo petróleo, os
quais saltaram de 3 bilhões de dólares, em 2002, para 60 bilhões, em 2008. No
entanto, segundo o Fundo Monetário Internacional, 32 mil
milhões de dólares das receitas de petróleo simplesmente sumiram dos registros
do governo. Afinal, descobriu-se que o dinheiro faltante foi usado em
"atividades quase fiscais".
José Eduardo dos
Santos e o regime que representa tornaram-se alvo de protestos políticos por
parte dos jovens angolanos, desde fevereiro de 2011. Uma grande manifestação
pública realizada em Luanda, no início de setembro de 2011, foi duramente
reprimida pela polícia, com dezenas de pessoas detidas e vários manifestantes
feridos. A contestação ocorre sob outras formas, inclusive pelo "kuduru"
rap e através de redes
sociais da Internet.. Ao mesmo tempo, registou-se uma significativa
abstenção nas eleições de 2012 (37,2 %, contra 12,5 % em 2008) e, em
Luanda, onde vive um quarto da população do país e sua fração mais politizada,
a abstenção chegou a 42 % , enquanto o MPLA (o partido de
Santos) obteve apenas 25 % dos votos.»
Eis “O GRITO” de SOLANGE, publicado no «A Bem da
Nação»:
«Angola. Angola?...»
Somos
o povo especial escolhido do Sr. Engenheiro.
E
como povo especial escolhido por ele, não temos água nem luz na cidade.
Temos
asfalto cada dia mais esburacado.
Os
que, dentre nós, vivem na periferia, não têm nada. Nem asfalto. Só miséria,
lixo, mosquitos, águas paradas. Hospitais?!!! Nem pensar. O povo especial não
precisa. Não adoece. Morre apenas sem saber porquê. E quando se inaugura um
hospital bonito e ficamos com a esperança de que as coisas vão mudar
minimamente, descobre-se que as máquinas são chinesas, com manuais chineses sem
tradução e que ninguém sabe operá-las... Estas são opções especiais para um
povo especial.
Educação?!!
O povo especial não precisa. Cospe-se na rua (e agora com os chineses, temos
que ter cuidado para não caminharmos sobre escombros escarrados de fresco...),
vandalizam-se costumes, ignoram-se tradições.
Escolas
para quê e para ensinar o quê?!! Que o Sr. Engenheiro é um herói porque fugiu
ali algures da marginal acompanhado de outros tantos magníficos?!!!
Que
a Deolinda Rodrigues morreu num dia fictício que ninguém sabe qual, mas nada os
impediu de transformar um dia qualquer em feriado nacional?!!!!
O
embuste da história recente de Angola é tão completo e manipulado que até mesmo
eles parecem acreditar nas mentiras que inventaram...
Se
incomodarmos o Sr. Engenheiro de qualquer forma, sai a guarda pretoriana dele e
nós ficamos quietos a vê-los barrar ruas anarquicamente sem nos deixar
alternativas para chegarmos a casa ou aos empregos.
O
povo especial nem precisa ir trabalhar se resolvem fechar as ruas. Se sairmos
para almoçar e eles bloqueiam as ruas sem qualquer explicação, só temos uma
hipótese: como povo especial não precisa de comer, dá-se meia volta de barriga
vazia e volta-se para o emprego.
E
isto quando não ficamos horas parados à espera que o sr. Engenheiro e sua
comitiva recolham aos seus lares e nos deixem, finalmente circular.
Entramos
em casa às escuras e saímos às escuras. Tomamos banho de caneca. Sim, bem à
moda do velho e antigo regime do MPLA-PT do século passado. Luanda, que ainda
resiste a tantos maus-tratos e insiste em conservar os vestígios da sua antiga
beleza, agora é violentada pelos chineses. Sodomizada. Sistematicamente. Dia e
noite. Está exaurida; de rastos, de cócoras diante dos novos "amigos"
do Sr. Engenheiro.
Eles
dão-se, inclusivé, ao luxo de erguerem dois a três restaurantes chineses numa
mesma rua.
A
ilha do Cabo tem mais restaurantes chineses que qualquer outra rua de qualquer
outra cidade ocidental ou africana: CINCO!!!! A China Town instalada em Luanda.
As inscrições que colocam nos tapumes das obras em construção, admirem-se,
estão escritas na língua deles. Eles são os novos senhores. Os amigos do Sr.
Engenheiro.
A
par do Sr. Falcone... a este foi-lhe oferecido um cargo e passaporte
diplomático.
Aos
outros, que andam aos bandos, é-lhes oferecido a carne fresca das nossas
meninas. Impunemente. Alegremente. Com o olhar benevolente dos canalhas de fato
e gravata. Lá fora, no mundo civilizado, sem povos especiais, caçam os
pedófilos. Aqui, criam e estimulam pedófilos. Acham graça.
Qualidade
de vida é coisa que o povo especial nem sabe o que é. Nem quantidade de vida,
uma vez que morremos cedo, assim que fazemos 40 anos. Se vivermos mais um
pouco, ficamos a dever anos à cova, pois não nos é permitida essa rebeldia. E
quem dura mais tempo, é castigado: ou tem parentes que cuidem ou vai para a rua
pedir esmola!
Importam-se
carros. E mais carros. De luxo. Esta é a imagem de marca deles: carros de luxo
em estradas descartáveis, esburacadas. Ah... e telemóveis!!!! Qualquer Prado ou
Hummer tem que levar ao volante um elemento com telemóvel. Lá fora, no mundo
civilizado sem povos especiais, é proibido o uso do telemóvel enquanto se
conduz. Aqui é sinal de status, de vaidade balofa!!!!!!!!!!
Pobre
povo especial! Sem transportes, sem escolas, sem hospitais. À mercê dos
candongueiros, dos "dirigentes" e dos remédios que não existem. Sem
perspectivas de futuro.
Os
nossos "amanhãs" já amanhecem a gemer: de fome, de miséria, de
subnutrição, de ignorância, de analfabetismo, de corrupção, de incompetência,
de doenças antes erradicadas, de ira contida, de revolta recalcada.
O
grito está latente. Deixem-no sair: BASTA!!!!!!
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