Notas extraídas da Internet:
«Jeremy
Bernard Corbyn (n. 26 de maio de 1949, Chippenham de Wiltshire) é um político britânico e líder do Partido
Trabalhista desde 12 de Setembro 2015, deputado pelo círculo de Islington North desde 1983.
Destacou-se
no movimento anti-guerra. Jeremy Corbyn, mais próximo dos movimentos contra a
austeridade grego Syriza e espanhol Podemos
do que do reformista Tony Blair,
conseguiu consolidar o seu estatuto junto dos jovens e velhos militantes e
sindicatos. Ele ganhou a liderança do Partido Trabalhista à primeira volta com
59 % dos votos.
Um
auto-proclamado socialista
democrático, Corbyn defende a renacionalização de serviços
públicos e estradas, re-abertura das minas de carvão, combate a evasão fiscal
como alternativa a austeridade,
abolição da cobrança de mensalidades nas faculdades e restauração das bolsas de
estudo, uma política unilateral de desarmamento nuclear e cancelamento do programa de armas Trident,
uso do quantitative easing
("flexibilização quantitativa") para financiar a infraestrutura e
projetos de energia renovável, além da reversão de corte de gastos no setor
público e no sistema de assistência social aos mais pobres, em vigor desde o
início do governo de David Cameron.
Corbyn
vive em Londres com sua terceira esposa, Laura
Álvarez, uma mexicana e
importadora de café. Já foi casado
outras duas vezes. »
É sobre este Corbyn, entre
outras referências das citações de Alberto Gonçalves a um percurso
aparentemente dinamizador trazido pelo 25 de Abril à nossa cultura lusa, ao que
parece soterrada nas trevas mediévicas que sempre dominaram a nossa formação intelectual,
desde os tempos inquisitoriais até aos tempos que Salazar protagonizou, é,
pois, sobre o chefe trabalhista britânico defensor de causas poderosas que o
texto anterior cita, que Alberto Gonçalves se debruça, por via das relações
amistosas do Dr. Costa com o líder britânico, cheio, ao que parece, de
intenções humanitárias, em defesa dos atacantes de Charlie, entre outros casos.
A propósito deste feito, transcrevo um passo do artigo «DAESH,
A EUROPA E… TODOS OS OUTROS» de Francisco Gomes de Amorim (in “A Bem da Nação”), revelador da
eterna instabilidade das relações humanas, herdada, sem dúvida, do “varium
et mutabile sempre femina”, de Virgílio, que não conhecia ainda bem os
sofismas da política de todos os tempos e das rapaziadas democráticas dos
tempos de agora, preferindo atribuir tal inconstância apenas à mulher, sempre
vítima do credo machista. Escreveu, pois, Gomes de Amorim: «Os
franceses eram todos “Charlie”, muito amigos dos muçulmanos, depois já não eram
tanto, agora estão afogados com ondas de refugiados, entre os quais, um deles,
participou deste último massacre!
Depois, juntam-se, cantam “La Marseillaise” ... « Aux
armes, citoyens! Formez vos bataillons! Marchons, marchons…»
Realmente, lembro-me do Charlie Hebdo, com toda a gente - e
daqui também, que sempre gostamos de participar nas coisas da exaltação televisiva
- sentindo-se ofendida pelo ataque jihadista à liberdade de opinião que os do
Charlie simbolizavam, e logo a seguir revelando uma cooperação de teor
religioso com esses tais, continuando a cantar a Marselhesa mas abrindo o
sentimento ao lenço e à burka, com todos os seus direitos fraternalmente acolhidos,
ninguém mais se identificando com os Charlies mortos uns meses antes pelos tais
da burca e do cutelo.
António Costa, na esteira do seu amigo trabalhista também
não será Charlie, amistoso em relação a uma inversão de leis para novas ditaduras.
Como homem esclarecido, Alberto Gonçalves entende que estas
questões pontuais sobre os seus próprios ditames deviam ser postas ao Dr. Costa
por um jornalismo corajoso e mentalmente são, mas parece que não há cá disso. A
omissão por desconhecimento, a submissão por aviltamento predominam. No
jornalismo também.
Quanto à questão do piropo
sujeito a pena, originou mais um texto engraçado de Alberto Gonçalves, que nos
faz sentir a inépcia de leis preconceituosas de cariz devoto e tacanho, como é
essa que foi votada, ao que parece, no anterior Governo. Numa época de
liberdade e de liberalização dos costumes, não parecem sensatas tais leis
contra a criatividade do despudor, como essa do armazém e da montra, quando o
despudor é coisa tão insanamente generalizada, sem criatividade e apenas com
libertinagem.
O
Dr. Costa também tem amigos
Durante
o Verão Quente de 1975, não havia dia em que não pousassem na
Portela um ou dois "intelectuais". O termo usava-se para exaltar os
maoistas, estalinistas, trotskistas e marxistas em geral que, de Sartre a Böll,
de Touraine a Krivine, desciam ao Rossio e aos Aliados a fim de decifrar o
futuro do comunismo internacional. Em parte, era um exercício antropológico; em
parte, um esforço evangélico. Tudo somado, tratava-se da estranha atracção que
os malucos sentem pelo manicómio. E o engraçado é que, neste final de 2015, o
manicómio volta a seduzir "personalidades" do género. É a troca do
turismo do pé-descalço pelo da cabeça oca.
Em
Outubro, nos alvores do "acordo" de esquerda, andou por aí
o senhor Varoufakis, o homem do casaco de cabedal, do brunch na varanda e da
irreversível recuperação grega. Agora que o "acordo" chegou ao poder,
é altamente plausível que a peregrinação de chalupas tenda a aumentar. Parece
estar já assegurada uma pequena digressão do novo (no sentido em que foi
resgatado do Paleolítico Superior) líder trabalhista britânico, que segundo
os jornais "fez amizade com António Costa em Bruxelas" e virá apoiar
o "programa anti-austeridade do PS". Não vou duvidar da afinidade
de ambos os grandes estadistas pela economia da mezinha e do bruxedo. Limito-me
a notar que, para lá de evidente competência técnica (a criatura defende um
"salário máximo" e nacionalizações em abundância - coincidência das
coincidências, o senhor Varoufakis é um dos seus conselheiros), Jeremy Corbyn
possui outras virtudes que talvez o aproximem do Dr. Costa.
Desde
logo, o senhor Corbyn é o género de visionário que, nas questões de
"género", pondera a imposição de transportes colectivos com separação
de sexos de modo a reduzir violações e abusos em geral. Em matérias menos (?)
folclóricas, é admirador de Hugo Chávez e do regime venezuelano, incluindo,
presume-se, os presos políticos, os assassínios de opositores e a miséria
subjacentes. Em simultâneo, defende a saída do Reino Unido da NATO,
responsabiliza a Inglaterra e os EUA pelos actos do Estado Islâmico e, pormenor
irrelevante, apela a relações de amizade com movimentos humanitários como o
Hezbollah e o Hamas. Neste particular domínio ecuménico, é partidário de
boicotes a Israel, colaborou em tempos com "negacionistas" do
Holocausto e exibe com frequência o exacto tipo de anti-semitismo, perdão,
anti-sionismo que deixa dois terços dos judeus britânicos apreensivos quanto ao
futuro.
É
típico que os secretários-gerais do PS tenham amigos interessantes.
Teria certo interesse que, à semelhança do que fazem com o Eng. Sócrates, os
jornalistas questionassem o Dr. Costa sobre o seu compincha estrangeiro. Até
que ponto o Dr. Costa partilha das impecáveis convicções do senhor Corbyn?
Infelizmente, não imagino muitos entrevistadores fazerem-lhe perguntas assim. É
verdade que, dada a sua eloquência verbal, não estaria garantido que alguém
compreendesse as respostas. É igualmente verdade que, a julgar pelos amigos que
recentemente arranjou em Portugal, o amor do Dr. Costa pela democracia e pela
liberdade não careça de grandes esclarecimentos. Mas esses já não seriam
problemas do jornalismo. A omissão é. E a submissão também.
Quarta-feira,
30 de Dezembro
Pena agravada
É
absurdo pensar-se que só quer abolir o piropo quem nunca ouviu nenhum. Os
deputados que votaram nesse sentido estão habituadíssimos a levar com
galanteios diversos, desde o célebre "Vai mas é trabalhar" ao
popularíssimo "O que tu queres é tacho". Não é desses piropos que
falamos? Se calhar, não. Mas convinha esclarecer as massas.
E
esclarecer a sério. A nova redacção da lei, aliás aprovada sem votos contra em
Agosto e divulgada há dias pelo DN, avisa que "Quem importunar outra
pessoa, (...) formulando propostas de teor sexual (...) é punido com prisão até
1 ano ou com multa até 120 dias" (a coisa sobe para três anos nos casos de
menores). Já numa dimensão técnica, Carlos Abreu Amorim informa que "não
se criminalizou o piropo", o qual, para o deputado do PSD, é um comentário
como "és tão bonita".
Em
que ficamos? Sinceramente, não sei. O Parlamento acredita mesmo que os
assalariados da construção civil - para recorrer a uma figura mítica -
interpelam transeuntes aos gritos de "És tão bonita" ou de "A
sua cútis, prendada donzela, é digna de um Vermeer ou dois"? O Parlamento
acredita mesmo que os recorrentes "Comia-te toda" ou "Com uma
montra dessas imagino o armazém" são propostas sexuais de facto? O
Parlamento acredita mesmo que os cidadãos o financiam a fim de regulamentar
palermices?
Se
sim, conforme parece, estamos feitos. E confirmamos a tese de que mais urgente
do que diminuir o número de deputados é aumentar a respectiva idade mental.
Estas crianças crescidas dão pena. E, de agora em diante, pena agravada, se
lhes mandarmos os piropos que merecem.
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