Tratava-se de um jogador de futebol. Levou tantas ou tão poucas que foi parar ao hospital, com traumatismo craniano. Mas tinha história no caso, não foi como os outros casos que a minha amiga contou, excepto o da rapariga a quem despiram e bateram e queimaram o BMW. Parece que foi um casal que a obrigou, puseram-na atrás, levaram-na no carro, guiado pela mulher, e num certo sítio deixaram-na nesse estado e o carro queimado. Ainda não se sabe porquê.
- É de uma violência tão grande, tão grande, tão grande! Vai ser fácil apanhá-los.
Eu não estou assim tão segura.
- As pessoas que cometem crimes vão ser apanhadas ou quê? Se deixam a vítima com vida... Chega-se à conclusão que não querem matar, porque não quiseram, não interessou matá-los!
- Cá por mim é porque há um recrudescimento de virtude, respondo eu com uma boa fé no género humano, que a minha amiga desdenha com muita segurança.
- Veja os casos em Óbidos. Agora já só há violência. É muito estranho o que está a acontecer. O combinado devia ser não matar. E foi assim que escapou o casal de franceses, e os de idade, portugueses, a senhora que conseguiu fugir saltando pela janela, depois de violentada, o marido fingindo-se morto com a tosa que lhe deram, gente rica, mas parece que não chegaram a roubar grande coisa.
- Ainda bem!
- Mas estes assaltos eu não os entendo, o dinheiro não está lá, está no Banco. Não li nada sobre isto.
Eu também não lera, a vida ocupada nas violências domésticas, o espírito interessado em diversão mais prazenteira, com os filmes da Agatha Christie das ofertas amigas recentes, no comodismo do sofá.
- Também tratam de violência, explica a minha amiga com autoridade.
- Mas mesmo que assustem, a gente sabe que não são reais.
- Quem dera que houvesse agora muitas Misses Marples e MM. Poirots a descobrir os criminosos!
É uma aspiração da minha amiga, em que ela, de resto, não crê, os detectives inteligentes pertencentes, de preferência, à imaginação dos escritores. E eu acrescento, descoroçoada:
- Pois, mas os crimes reais são tão repelentes, os casos de pedofilia, rapto de crianças, filicídios, assassinios, violências que nos fazem temer pelos filhos, e pelos netos, por nós também...
- E depois, aquelas pessoas não têm defesa nenhuma. Ai meu Deus, não sei como é que aquela mulher não morreu, a saltar da janela. Dá a impressão que não é pelo dinheiro. Essa gente vai esperar que a pessoa vá ao Banco no dia seguinte? As vivendas dos dois casais, lá em Óbidos, parece que estão bem fechadas, com os portões e os alarmes como deve ser, e os fulanos sabem ultrapassar isso tudo!
- Parece que é gente doutros países...
- Sim, com aquela história do “deixe entrar”, entrou muito bandido. Mas toda a gente que viu a abertura das fronteiras viu logo isso. E depois não os apanham.
- É de uma violência tão grande, tão grande, tão grande! Vai ser fácil apanhá-los.
Eu não estou assim tão segura.
- As pessoas que cometem crimes vão ser apanhadas ou quê? Se deixam a vítima com vida... Chega-se à conclusão que não querem matar, porque não quiseram, não interessou matá-los!
- Cá por mim é porque há um recrudescimento de virtude, respondo eu com uma boa fé no género humano, que a minha amiga desdenha com muita segurança.
- Veja os casos em Óbidos. Agora já só há violência. É muito estranho o que está a acontecer. O combinado devia ser não matar. E foi assim que escapou o casal de franceses, e os de idade, portugueses, a senhora que conseguiu fugir saltando pela janela, depois de violentada, o marido fingindo-se morto com a tosa que lhe deram, gente rica, mas parece que não chegaram a roubar grande coisa.
- Ainda bem!
- Mas estes assaltos eu não os entendo, o dinheiro não está lá, está no Banco. Não li nada sobre isto.
Eu também não lera, a vida ocupada nas violências domésticas, o espírito interessado em diversão mais prazenteira, com os filmes da Agatha Christie das ofertas amigas recentes, no comodismo do sofá.
- Também tratam de violência, explica a minha amiga com autoridade.
- Mas mesmo que assustem, a gente sabe que não são reais.
- Quem dera que houvesse agora muitas Misses Marples e MM. Poirots a descobrir os criminosos!
É uma aspiração da minha amiga, em que ela, de resto, não crê, os detectives inteligentes pertencentes, de preferência, à imaginação dos escritores. E eu acrescento, descoroçoada:
- Pois, mas os crimes reais são tão repelentes, os casos de pedofilia, rapto de crianças, filicídios, assassinios, violências que nos fazem temer pelos filhos, e pelos netos, por nós também...
- E depois, aquelas pessoas não têm defesa nenhuma. Ai meu Deus, não sei como é que aquela mulher não morreu, a saltar da janela. Dá a impressão que não é pelo dinheiro. Essa gente vai esperar que a pessoa vá ao Banco no dia seguinte? As vivendas dos dois casais, lá em Óbidos, parece que estão bem fechadas, com os portões e os alarmes como deve ser, e os fulanos sabem ultrapassar isso tudo!
- Parece que é gente doutros países...
- Sim, com aquela história do “deixe entrar”, entrou muito bandido. Mas toda a gente que viu a abertura das fronteiras viu logo isso. E depois não os apanham.
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