Falámos no Sócrates.
-Vai ver que ele ainda vai ganhar.
Sou eu que comento, mais para arredar o desastre, embora não acredite na recuperação que os outros prometem, com as medidas que ainda não prometeram e mesmo que tivessem prometido também não daria para acreditar.
- Não, não é possível! Não acredito que votem nele! - diz. a minha amiga assustada.
- Mas está à frente nas sondagens!
- Mas com o aumento dos impostos, com a recessão... Olhe o Algarve! Os restaurantes que eu sei, do Algarve, vão fechar, não conseguem suportar as rendas. O que acontece? Os empregados ficam sem emprego, mais desemprego aí vem.
- Mas nem todos fecham!
- Claro! Não vamos falar daqueles sítios riquíssimos, lindos, belíssimos...
Só me penaliza que ninguém se aperceba deste tom publicitário tão empolado da minha amiga, que, fosse ela outra Marisa ou outro Ronaldo, mas ainda com mais qualidade dramática, lhe poderia valer um bom cachet. Continua, indiferente ao comentário:
-Há coisas maravilhosas no Algarve. Mas já estão a dizer que vai baixar muito o turismo, ainda há dias ouvi. Agora vamos ver p’r’ó ano, - conclui, esmorecida.
Fã do seu Algarve, durante muitos anos a minha amiga falara, com muita raiva, da auto-estrada para lá, que Cavaco Silva, que é de lá, nunca quis acabar, não se sabe se por modéstia, como aquela a que Salazar nos habituou, para não dizerem que estava a puxar a brasa à sua sardinha, ou da sua terra, sem se lembrar que a sardinha algarvia tem brasa que chegue, e só, de facto, precisava de uma auto-estrada completa por via do turismo que iria comer a sardinha sem perder tanto tempo, como poderia suceder agora, não fosse esta crise danada.
- Os Ingleses e os Americanos eram os grandes turistas. Mas a crise é mundial. Aí o Sócrates não está a exagerar. O milionário que vinha já não pode vir, não dá. Vive na América muito bem, com piscina, não vem cá, porque havia de vir, se também tem crise que chegue?
- Pois é, coitados! Ainda para mais com os incêndios, não há água que chegue para as piscinas agora.
Felizmente, para nosso governo, já se completou o troço da auto-estrada que faltava para o Algarve. Assim o nosso Presidente da República pode ir ler mais depressa os dossiers com a documentação relativa à legislação que tão bem nos legisla, e sem a qual não teríamos chance. Enchem um jeep, foi ele que disse.
Decididamente as conversas são como as cerejas.
-Vai ver que ele ainda vai ganhar.
Sou eu que comento, mais para arredar o desastre, embora não acredite na recuperação que os outros prometem, com as medidas que ainda não prometeram e mesmo que tivessem prometido também não daria para acreditar.
- Não, não é possível! Não acredito que votem nele! - diz. a minha amiga assustada.
- Mas está à frente nas sondagens!
- Mas com o aumento dos impostos, com a recessão... Olhe o Algarve! Os restaurantes que eu sei, do Algarve, vão fechar, não conseguem suportar as rendas. O que acontece? Os empregados ficam sem emprego, mais desemprego aí vem.
- Mas nem todos fecham!
- Claro! Não vamos falar daqueles sítios riquíssimos, lindos, belíssimos...
Só me penaliza que ninguém se aperceba deste tom publicitário tão empolado da minha amiga, que, fosse ela outra Marisa ou outro Ronaldo, mas ainda com mais qualidade dramática, lhe poderia valer um bom cachet. Continua, indiferente ao comentário:
-Há coisas maravilhosas no Algarve. Mas já estão a dizer que vai baixar muito o turismo, ainda há dias ouvi. Agora vamos ver p’r’ó ano, - conclui, esmorecida.
Fã do seu Algarve, durante muitos anos a minha amiga falara, com muita raiva, da auto-estrada para lá, que Cavaco Silva, que é de lá, nunca quis acabar, não se sabe se por modéstia, como aquela a que Salazar nos habituou, para não dizerem que estava a puxar a brasa à sua sardinha, ou da sua terra, sem se lembrar que a sardinha algarvia tem brasa que chegue, e só, de facto, precisava de uma auto-estrada completa por via do turismo que iria comer a sardinha sem perder tanto tempo, como poderia suceder agora, não fosse esta crise danada.
- Os Ingleses e os Americanos eram os grandes turistas. Mas a crise é mundial. Aí o Sócrates não está a exagerar. O milionário que vinha já não pode vir, não dá. Vive na América muito bem, com piscina, não vem cá, porque havia de vir, se também tem crise que chegue?
- Pois é, coitados! Ainda para mais com os incêndios, não há água que chegue para as piscinas agora.
Felizmente, para nosso governo, já se completou o troço da auto-estrada que faltava para o Algarve. Assim o nosso Presidente da República pode ir ler mais depressa os dossiers com a documentação relativa à legislação que tão bem nos legisla, e sem a qual não teríamos chance. Enchem um jeep, foi ele que disse.
Decididamente as conversas são como as cerejas.
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